Bispo do Porto contesta alterações ao casamento
Porto, 03 jun 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto alertou para as alterações ao “núcleo” da família e do casamento, sublinhando que têm como fundamento “a relação entre homem e mulher e a abertura à geração de filhos”. “No respeito pelas legítimas opções de cada pessoa, a ordem jurídica deve também aqui dar a cada um o que lhe é devido e a cada realidade a sua contemplação específica, teórica e prática”, disse D. Manuel Clemente este sábado. O prelado falava no encerramento do encontro ‘Família, Trabalho e Festa’, inserida nas Jornadas Diocesanas da Família e Juventude, que desde sexta-feira e se encerram hoje. “As distinções culturais referem-se assim ao acessório, não ao essencial do que podemos propriamente chamar família; ou do que também propriamente podemos chamar casamento, onde ela começa”, assinalou o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, especialista em História. Para o bispo do Porto, os três elementos escolhidos para a temática da iniciativa devem ser conjugados de forma “positiva e criativa” para encontrar “a contribuição mais consistente para a atual conjuntura social e as grandes dificuldades que apresenta”. “A sociedade resolve-se no seu todo e a partir da base indispensável, que é naturalmente a família”, prosseguiu. Neste contexto, D. Manuel Clemente apelou a “reconstruir vizinhanças” e “refazer cidades, pois os próprios desvios urbanísticos tanto são causa como consequência de graves esquecimentos da nossa natureza familiar e pessoal”. “Temos de apoiar realmente a vida das famílias, reconhecendo-as como base indispensável de tudo o mais que socialmente pode e deve acontecer. Isto significa promover e apoiar a constituição das famílias, tanto legal como concretamente; e respeitá-las sempre e em todas as iniciativas sociais, económicas, pedagógicas e culturais”, prosseguiu. O bispo do Porto aludiu à “gravíssima crise de trabalho e emprego”, particularmente no que diz respeito “aos jovens que procuram uma primeira ocupação justamente remunerada”. O responsável pediu “tempo de gratuidade” e de descanso, sublinhando que “a festa é por excelência o tempo da cultura, da arte e da celebração religiosa”. “Estou convicto de que a família, o trabalho e a festa são, antes de mais, realidades comuns da humanidade inteira, antropologicamente consideráveis e racionalmente verificáveis; podendo e devendo ser tratadas no campo largo do diálogo inter-religioso e humanitário”, prosseguiu D. Manuel Clemente. As jornadas diocesanas iniciaram-se com uma Via Sacra pelas ruas da cidade do Porto e prosseguem hoje com a celebração do Jubileu Matrimonial das Famílias e da missa, no Pavilhão Rosa Mota. OC |
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