Do eterno amor de Deus para conosco
Considerai o amor eterno que Deus vos tem, porque muito antes que Jesus Cristo sofresse na Cruz por vós, como homem, a sua divina Majestade vos destinava à vida e vos amava extremamente. Mas quando começou Ele a amar-vos? Amou-vos sempre e desde toda a eternidade vos preparou os favores e graças que vos tem concedido. [...]
O amor divino, assentado ao coração do Salvador como num trono real, contemplou pela abertura do lado todos os corações dos filhos dos homens; porque esse coração, sendo o rei dos corações, tem sempre o olhar fito neles. Mas, como os que olham através das gelosias [espécie de persianas ou venezianas] veem sem serem vistos, assim o divino amor deste coração vê sempre claramente os nossos e contempla-os com olhares de ternura; mas nós não o vemos distintamente. Porque, Deus meu, se o víssemos claramente, morreríamos de amor por Ele. [...]
Foi sem dúvida um grande dom o que o Eterno Pai concedeu ao mundo, quando lhe deu seu próprio Filho como o próprio Senhor diz: “Deus amou tanto o mundo, que lhe deu seu Filho único”. Ó, exclama o Santo Apóstolo Paulo, porque pois não lhe concederá todos os outros dons com este? [...]
É certíssimo e muito vos deveria consolar o saber que Jesus Cristo satisfez plenamente a Deus seu Pai por todos os castigos que merecemos pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas pelos de todo o mundo.
É o que São Paulo confessa aos Romanos, dizendo que, onde abundou a culpa, superabundou a graça; havia, quer ele dizer, uma grande abundância de pecados, mas muito maior abundância de graças, de forma que estas satisfizeram por eles.
Nosso Salvador, vendo que a divina Majestade de seu Pai amava muito a natureza humana, sem se informar do preço que custaria o remir-nos apresenta-lhe um preço que nem nós nem os anjos valemos, uma satisfação maior do que podiam exigir todos os pecados do mundo. [...]
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(*) São Francisco de Sales, Pensamentos Consoladores, Livraria Salesiana Editora, São Paulo, 1946, pp. 36 a 46.
Fonte: Revista Catolicismo
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O amor divino, assentado ao coração do Salvador como num trono real, contemplou pela abertura do lado todos os corações dos filhos dos homens; porque esse coração, sendo o rei dos corações, tem sempre o olhar fito neles. Mas, como os que olham através das gelosias [espécie de persianas ou venezianas] veem sem serem vistos, assim o divino amor deste coração vê sempre claramente os nossos e contempla-os com olhares de ternura; mas nós não o vemos distintamente. Porque, Deus meu, se o víssemos claramente, morreríamos de amor por Ele. [...]
Foi sem dúvida um grande dom o que o Eterno Pai concedeu ao mundo, quando lhe deu seu próprio Filho como o próprio Senhor diz: “Deus amou tanto o mundo, que lhe deu seu Filho único”. Ó, exclama o Santo Apóstolo Paulo, porque pois não lhe concederá todos os outros dons com este? [...]
É certíssimo e muito vos deveria consolar o saber que Jesus Cristo satisfez plenamente a Deus seu Pai por todos os castigos que merecemos pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas pelos de todo o mundo.
É o que São Paulo confessa aos Romanos, dizendo que, onde abundou a culpa, superabundou a graça; havia, quer ele dizer, uma grande abundância de pecados, mas muito maior abundância de graças, de forma que estas satisfizeram por eles.
Nosso Salvador, vendo que a divina Majestade de seu Pai amava muito a natureza humana, sem se informar do preço que custaria o remir-nos apresenta-lhe um preço que nem nós nem os anjos valemos, uma satisfação maior do que podiam exigir todos os pecados do mundo. [...]
Portanto, bem podia Davi dizer: “Em Nosso Senhor há uma grande misericórdia e uma satisfação ampla e excelente!”. Deus, bem infinito, foi ofendido; Jesus Cristo, bem infinito, satisfez; o homem elevou-se pela soberba contra Deus; Jesus Cristo, pela humildade, abaixou-se até a criatura.
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(*) São Francisco de Sales, Pensamentos Consoladores, Livraria Salesiana Editora, São Paulo, 1946, pp. 36 a 46.
Fonte: Revista Catolicismo
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