O gato socialista
Leo Daniele
Lendo o noticiário nacional dos últimos tempos, lembrei-me de uma poesia que recentemente encontrei no computador, a qual encantava um colega socialista, em meu distante curso secundário. É de autoria de um notório esquerdista, C. A. Trilussa, e se intitula “O Gato Socialista”:Um gato, conhecido socialista,
No fundo, espertalhão matriculado,
Estava devorando um frango assado
Na residência de um capitalista
No fundo, espertalhão matriculado,
Estava devorando um frango assado
Na residência de um capitalista
Eis então que outro Gato apareceu
Na janela que dava para a área:
– Amigo e companheiro, também eu
faço parte da classe proletária!
Na janela que dava para a área:
– Amigo e companheiro, também eu
faço parte da classe proletária!
Melhor do que ninguém, conheço as tuas ideias.
Estou mais que certo pois
De que dividirás o frango em duas partes,
uma para cada um de nós dois!
Estou mais que certo pois
De que dividirás o frango em duas partes,
uma para cada um de nós dois!
– Vá andando, resmunga o reformista,
Nada divido seja com quem for,
Em jejum, sou de fato socialista,
Mas, quando como, sou conservador!
Não desejo visar ninguém transcrevendo esta poesia. Qualquer semelhança com coisas que acontecem na atual vida política brasileira é mera coincidência…Nada divido seja com quem for,
Em jejum, sou de fato socialista,
Mas, quando como, sou conservador!
Mas todos os socialistas serão assim interesseiros? Respondo: não. Alguns são pior, pois fazem o mal por convicção. Imagine dois assassinos, um que mata por dinheiro, outro que o faz por ódio e por vontade própria. Consciente e voluntariamente. Qual dos dois é pior? Evidentemente, o segundo. Esta é a minha primeira ressalva a esta poesia, escrita aliás por um socialista.
Outra ressalva: conservador autêntico não é como o que fica insinuado na poesia, mas sim alguém que defende com idealismo a doutrina social católica ‒ o direito de propriedade, a livre iniciativa, o papel meramente supletivo do Estado, a moralidade pública. Se assim for, eu mesmo espero ser um deles. E, ademais, contra-revolucionário, no sentido do livro “Revolução e Contra-Revolução”, do prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
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