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Multinacional indenizará funcionário cristão obrigado a ver pornô
Por A Catequista em 06/09/201232 196
Uma multinacional brasileira fabricante de bebidas foi condenada a pagar uma indenização de R$ 50 mil por danos morais a um de seus funcionários. O homem foi constrangido a comparecer a reuniões nas quais estavam presentes garotas de programa, convidadas pelo gerente de vendas para motivar a equipe. Os funcionários que batiam as metas ganhavam um “vale-quenga”.
O autor da ação jurídica, evangélico e casado, demonstrava estar contrariado com essa… metodologia. Porém, com total desprezo à sua fé e aos seus valores, sua equipe de trabalho o amarrou e o obrigou a assistir a filmes pornôs. Em outra ocasião, uma stripper foi levada para fazer uma “performance” na sua sala.
O funcionário afirmou ter sido submetido a essas situações por mais de dez vezes ao longo de um ano. A sentença foi publicada no início deste mês pelo Tribunal Superior do Trabalho, e a empresa não poderá mais recorrer.
Se eu não tivesse lido isso em matéria publicada no site do TST, ia jurar que a história era caô. É muita escrotidão!
Cá com os meus botões, fico pensando se o autor da ação não deveria ter pedido demissão logo após o primeiro ocorrido. Não tenho o conhecimento do contexto da vida dele na ocasião, nem sei de mais detalhes, mas tenho a impressão – talvez errônea – de que ele não teve a coragem de tomar essa decisão, que é mais difícil, porém mais justa. De qualquer forma, o seu exemplo é importante, pois traz à tona o dilema de muitos cristãos, tantas vezes pressionados no trabalho a participar ou ser cúmplices de ações que contrariam as suas crenças e a sua moral.
Por experiência própria, todos os cristãos sabem que os ambientes em geral – de estudo, de trabalho, de lazer etc. – estão cada vez mais hostis a quem assume abertamente a sua fé. Sofremos ataques, constrangimentos e humilhações de todo o tipo, que variam em intensidade e gravidade. Nenhum de nós passa ileso.
Nos colégios e universidades, temos que aturar professores e alunos vomitando todo tipo de calúnia e rancor contra os valores cristãos; nos filmes, novelas e na mídia em geral, somos retratados como fanáticos preconceituosos e estúpidos; com os amigos e a família, somos zombados e até rejeitados se não aceitamos agir conforme a mentalidade comum.
“O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir.”
(Lucas 6, 20)
“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.”
(Mateus 5, 11-12)
É isso aê, a gente tá aqui pra isso mesmo, faz parte… e a tendência é piorar. Mas os cristãos não devem temer nada, porque foi do agrado do Pai dar o Reino ao Seu pequeno rebanho (Lucas 12, 32). A vitória já está nas mãos de Deus.
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17 comments to Multinacional indenizará funcionário cristão obrigado a ver pornô
Bruno Linhares
setembro 6, 2012 at 9:34 am · Reply
Certamente o número elevado de ocorrências da tortura é controverso… aliás, ele não tentou ficar de olhos fechados nenhuma vez? :p
Brincadeiras à parte, o mais patente no caso é que se a situação era de tal modo incômoda, na segunda vez ele já poderia ter se demitido. Talvez tenha faltado confiança na Providência Divina, com medo de passar necessidades materiais. É um alerta pra todos nós.
A Catequista
setembro 6, 2012 at 4:38 pm · Reply
Bruno,
Como eu disse no texto, não temos conhecimento dos detalhes, não temos dados suficientes para dizer se o cara devia ou não ter se demitido.
De uma forma ou de outra, a condenação foi mais do que justa, e ele merece a indenização (e mereceria também se não fosse cristão, foi um abuso indesculpável da chefia).
Victor Picanço
setembro 6, 2012 at 9:42 am · Reply
Eu estudo assédio moral no trabalho. Em geral, os assediados não se demitem imediatamente, mas se submetem ao abuso por vários motivos: precisam do emprego, acham que a situação é temporária e logo vai acabar, não querem se indispor com os colegas/chefes etc. Em geral, as condições nunca melhoram, ao contrário, pioram progressivamente, até chegar a um ponto insustentável. Nesse estágio, ou o empregado pede demissão, ou entre de licença médica, muitas vezes acometido por uma forte depressão.
O assédio moral é uma crueldade.
Bruno Linhares
setembro 6, 2012 at 10:40 am · Reply
Podemos listar entre esses motivos também a obtenção de provas?
Embora, sob o ponto de vista da santidade não seja nada “bonito”, acho capaz. Vivemos na era dos processos…
Victor Picanço
setembro 6, 2012 at 4:30 pm · Reply
Bruno, em regra, não, pois o assediado demora a entender que está nessa situação. No início, ele acha que é normal sofrer aquilo, que todos os colegas de trabalho já passaram por isso e que é uma situação transitória. Como ele ainda não sabe que é vítima de assédio, dificilmente pensa em ‘conseguir provas’.
Andre T Rosa
setembro 6, 2012 at 10:36 am · Reply
É muito cômodo dizer “deveria ter se demitido”. Uma pessoa quando necessita de um emprego aguenta tudo até muito após o limite máximo. Necessita pagar suas contas, os estudos dos filhos e etc… não é assim “não gostou, saí”. Isso é atitude de filhinho de papai.
Bruno Linhares
setembro 6, 2012 at 5:11 pm · Reply
Ninguém diz que é fácil. Mas como a essência do problema é moral, vale a pena analisar:
O assédio é ruim porque é imoral, porque coloca a vítima em situação de pecado. Sendo assim, é moralmente lícito que ela OPTE por “aguentar o quanto pode” para ter meios de processar o empregador agressor depois?
Ou ainda, Andre Rosa: o cara processa alegando que o assédio feriu seus princípios morais cristãos. Princípio por princípio, por que ele não se apegou a um superior: confiança em Deus?
Quer dizer: é justo *tentar* (destaquei a palavra porque é o fundamento da minha análise filosófica) a Deus se submetendo ao pecado, motivado por um suposto medo de problemas temporais (financeiros), para depois punir o inimigo/abusador?
Então, espera: a vítima não pedir demissão porque precisava do salário o coloca como mártir, mas *ganhar dinheiro alto oriundo de um processo de danos morais QUE ELE PODERIA TER EVITADO não o torna um *oportunista*?
É só uma proposta de reflexão
Victor Picanço
setembro 6, 2012 at 5:25 pm · Reply
Como eu disse anteriormente, a pessoa nem mesmo sabe que está sofrendo assédio. Só vai perceber isso quando a situação já está insustentável. Quanto à questão financeira, não é simples “problema temporal”. Para um pai de família, do qual depende o sustento dos filhos e esposa, é uma questão crucial. Ele realmente necessita do emprego e por isso aceita ser humilhado (o que acontece com grande parte dos trabalhadores que, embora recebam salários aviltantes, não largam o emprego, p. ex.). É totalmente diferente de alguém que, por pura ganância/ambição, aceita fazer um trabalho imoral (um filme pornô, p. ex.).
Bruno Linhares
setembro 6, 2012 at 5:45 pm · Reply
Victor, te agradeço pelas respostas.
Mas continuo não concordando muito com você ao olhar o lado prático desse caso, especificamente.
Se o sujeito foi forçado a participar das “reuniões” mais de uma vez, a mim parece que ele mesmo abriu mão de suas convicções, a partir de um certo ponto, para conseguir processar a firma.
Não consigo me desapegar do número de vezes que o rapaz foi submetido ao pecado… 10 vezes! Será que ele foi amarrado em todas as vezes?!
Até concordo com a Viviane, que a punição seja justa – monetariamente falando – considerando que pode causar um arrependimento em quem quer que tenha levado o prejuízo e prevenir que se repita.
Não me levem a mal. Só fico me perguntando se é válido passar por isso tudo só pra dar uma lição no algoz.
Daniel Pires
setembro 7, 2012 at 2:19 pm
Se a firma o colocou na posição de PRECISAR se submeter a isso mesmo depois que ele deixou CLARO que não contavam com seu consentimento, a firma tá errada e ponto final. Não é oportunismo, é justiça – Tanto que os juízes entenderam assim. O certo era ele deixar os caras tratando convicções pessoais/religiosas alheias feito lixo impunes?
Pecado só existe na medida em que há consentimento na prática. Em momento algum ali foi dito que ele pecou, se engajando em sexo com as prostitutas; tanto que foi amarrado em uma das ocasiões. Realmente é coisa de quem não tem uma família pra sutentar pensar que dá pra jogar tudo pro alto num país com o índice de desemprego que o nosso tem. A providência divina agiu foi colocando esses sensatos juízes em seu caminho.
André
setembro 8, 2012 at 12:43 am
Se amarraram ele à cadeira porque não fechou os olhos? Ou que tipo de corda especial é essa que impede os olhos de se fecharem? Fita adesiva? Mesmo nesse esdrúxulo caso, porque Ele não virava a cara pra não ver? A TV era 360º? O nome disso não é cristianismo, mas sim oportunismo! Se aproveitou pra surrupiar a empresa sob alegação pseudopreceitos, não nega ser crente, deve ser da universal! Se eu fosse a Viviane nem botava esse texto no blog, não é digno, o do Paulo sobre o milagre da tia-avó é muito mas relevante para o fortalecimento da nossa fé e só teve 3 comentários até agora =/
A Catequista
setembro 8, 2012 at 10:30 am
André,
Você viu como a coisa aconteceu? Você teve acesso a um relato detalhado? Você sabe se ele realmente não fechou os olhos enquanto estava amarrado?
Como eu já disse, não conhecemos os fatos a fundo, não conhecemos o cara e a vida dele, não estávamos lá pra ver, não conversamos nem lemos o depoimento detalhado de nenhuma testemunha. Em suma, não sabemos quase nada, pra sair por aí esculachando o sujeito com base em suposições.
Com a mesma medida que julgarmos, seremos julgados.
Cadu Sindona
setembro 6, 2012 at 4:01 pm · Reply
Tá aí o nível moral que chegamos… Já dizia São Paulo:
“Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis.” (Gálatas 5,17)
Pra voltar a termos um pouquinho de juízo é preciso declara guerra aberta aos pecados contra a castidade e fazer muita penitência. Que Maria Santíssima rosto Imaculado de toda pureza, interceda junto a seu Divino Filho por nós.
JR
setembro 6, 2012 at 11:02 pm · Reply
O cristão não pode submeter conscientemente ao pecado devido as necessidades temporais, pois sabe que ofende a Deus. Se o lugar onde convive promove o pecado o cristão deve denunciar ou no caso de desprezo à moral católica se retirar desse ambiente e pedir a Deus que o conduza ao caminho certo. Nesta vida somos provados e devemos mostrar a Deus que podemos ser fiel para garantir o prêmio da vida eterna, pois disse Jesus:
¨O que adianta ter o mundo inteiro se vier perder a sua alma?¨ e também ¨Quem não crê em mim JÁ ESTÁ CONDENADO!¨
JR
setembro 6, 2012 at 11:22 pm · Reply
Falando sobre ataques à moral cristã gostaria que A Catequista levantasse um assunto aprofundado sobre homofobia, prostituição, casamento gay, eutanásia, aborto e poligamia que o Governo Federal está colocando goela abaixo na nossa sociedade para destruir a família. Infelizmente estou vendo notícias muito tristes sobre esses assuntos nos blogs, realmente lamentável. Agora mesmo vi notícias de políticos do mensalão que faziam reuniões secretas de ¨negócios¨ e orgias com prostitutas caríssimas em uma mansão no sul de Brasília pago com nosso dinheiro no valor de dois milhões de reais. Até que ponto chegamos! Lamentável!
André Fernandes
setembro 6, 2012 at 11:37 pm · Reply
Se ele assistiu filmes pornôs, ele ajudou a produzi-los! O correto, pelo bem do padrão culto escrito relegado ao esquecimento nesse subBrasil, é “assistir A filmes”! Fica a dica e parabéns pelo estrondoso retorno!!!!
A Catequista
setembro 7, 2012 at 9:04 am · Reply
Valeu, André! Já corrigi o erro no texto.
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