É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
- 1º DOMINGO DO ADVENTO - ANO A!
Vigiai e orai!.....
A Liturgia da Palavra deste 1º Domingo do Advento A, diz-nos simplesmente Vigiai !
Deus vem : na vida humana surge um acontecimento que transtorna tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e os nossos projectos.
Repentinamente Ele se aproxima de nós e faz parte da nossa história; reconhece-O presente só aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo.
O anúncio profético partiu de uma realidade decepcionante : um pequeno povo, sem importância para ninguém, será o centro religioso e espiritual de todos os povos, finalmente em paz.
Isso só pode ser obra de Deus, inspirador, norma e termo de caminho da humanidade.
E só aos olhos da fé é possível discernir o desígnio que se vai formando através dos acontecimentos da nossa vida normal.
A 1ª Leitura, do Livro do profeta Isaías, mostra-nos como seu autor, numa visão profética glorifica Sião, a colina onde está edificado o templo do Senhor, lugar da Sua presença no meio do Seu Povo.
A ela acorrerão todos os povos para adorar a Deus e para aprender a Lei.
- "Sucederá nos dias que hão-de vir, que o monte do Templo do Senhor se há-de erguer no alto das montanhas e ficará acima das colinas. Ali acorrerão todas as nações, ali irão ter povos sem número". (1ª Leitura).
Iniciar-se-á assim uma época de perfeita paz, pois o conhecimento da Palavra de Deus levará os homens a tão profunda fraternidade que será possível a transformação dos armamentos bélicos em instrumentos de trabalho e de promoção.
Com Cristo, Palavra de Deus feita carne, estabelece-se a paz definitiva e total.
Com a Sua morte e ressurreição, Ele substituiu o templo de Sião e inaugurou os tempos da reconciliação.
E todos se encherão de alegria, como proclama o Salmo Responsorial :
- "Que alegria quando me disseram ; «Vamos para a casa do Senhor!»
O ritmo da vida actual, cada vez mais agitado, as engrenagens de um sistema que pretende planear todos os movimentos do homem, mesmo o que há de mais privado, reduzem cada vez mais os limites do imprevisto, .
Tudo deve ser passado pelo computador, classificado, neutralizado, assegurado.
Mas para o Cristão, Cristo continua a ser um acontecimento revolucianador; quando irrompe em sua vida, impõe uma mudança radical que quebra e transforma a rotina cotidiana.
Cristo não pode ser programado; deve ser esperado; devemos deixar na nossa vida um espaço para a sua presença.
A vigilância cristã permite ler em profundidade os factos para neles descobrir a "Vinda do Senhor".
Exige um coração suficientemente missionário para ver essa vinda nos encontros com os outros.
Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Romanos, e hoje também a todos os cristãos que o tempo que se inicia com a Encarnação e se prolonga, a partir da Ressurreição e da Ascensão, aos tempos da Igreja, é a grande oportunidade dada pelo Pai ao mundo, para que se salve.
É tempo reservado à conversão dos homens.
- "Vós sabeis em que tempos estamos : Já são horas de acordar, que a salvação está agora mais perto de nós do que na altura em que abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo".(2ª Leitura).
Libertados das trevas do pecado, os cristãos, neste tempo carregado de eternidade, «são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade(LG 40), vivendo despertos, em pleno dia, e não como sonâmbulos.
O Senhor não vem no meio do ruído, não se encontra na agitação e na confusão.
Veio na paz e para a paz.
A hora de Deus chega até nós, porque cada instante da nossa vida contém a eternidade de Deus.
É preciso não nos basearmos unicamente na sabedoria humana, e não esperarmos uma intervenção do homem pelo homem.
É no momento actual que é dada a salvação.
Toda a opção que se faz no presente, entre a luz e as trevas, é um sinal da vinda do Filho do Homem.
A assembleia eucarística é a Igreja em estado de vigilância que aprende a ler a Vinda do Senhor nos acontecimentos e que encontra o Senhor da glória na História da Salvação e na dos homens.
O Evangelho é de S. Mateus e diz-nos que a vigilância deve ser uma atitude fundamental na vida cristã, pois a última vinda do Senhor, para instaurar, plena e definitivamente, o Seu Reino, será totalmente imprevista.
- «Vigiai, pois, porque não sabeis o dia em que virá o vosso Senhor(...) Estai vós bem preparados, porque à hora em que menos pensais é que vem o Filho do homem».(Evangelho).
Na expectativa daquele dia é preciso vigiar, ficar preparados, agir com prudência e desapego, mas com empenho, pois no seio da história amadurece o plano de Deus.
No entanto, este permanente estado de alerta não provoca tensão, nem leva à angústia ou ao temor, pois aqueles que são filhos de Deus sabem que esse dia é o da salvação, é o da sua plenitude e do cumprimento do plano da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
845. Foi para reunir de novo todos os seus filhos, desorientados e dispersos pelo pecado, que o Pai quis reunir toda a humanidade na Igreja de Seu Filho. A Igreja é o lugar onde a humanidade vai reencontrar a unidade e a salvação. Ela é «o mundo reconciliado»(St.Agost). É a nau que «navega segura neste mundo, ao sopro do Espírito Santo, sob a vela panda da Cruz do Senhor»(S.Agost.). Segundo uma outra imagem, querida aos Padres da Igreja, é figurada pela arca de Noé, a única que salva do dilúvio.
2612. Em Jesus, «o Reino de Deus está perto». Ele chama à conversão e à fé, mas também à Vigilância. Na oração, o discípulo vela, atento Àquele que É e que VEM, na memória da sua primeira vinda na humildade da carne, e na esperança da sua segunda vinda.
A Arca de Noé. A única que salva do dilúvio.
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