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    quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

    Da Mihi Animas




    Da Mihi Animas


    • Papa Francisco usa disfarce para visitar moradores de rua 
    • Maria como mediadora e dispensadora de todas as graças 
    • Müller fecha e Marx reabre. A porta giratória do papa Bergoglio 
    • Hans Küng está entusiasmado com a Evangelii Gaudium 
    • A opção federalista do bispo de Roma 




    Posted: 04 Dec 2013 05:13 AM PST













    Mais uma notícia envolvendo o Pontífice. A foto acima é de suas saídas de metrô pela capital da Argentina. Abaixo da matéria um vídeo que fala mais sobre o assunto.






    O sentido de proximidade entre a Igreja e os necessitados que o papa Francisco tem tentado transmitir aos fiéis católicos pode ter ganho uma nova dimensão com a informação de que ele mesmo estaria indo às ruas de Roma à noite evangelizar mendigos.


    O arcebispo Konrad Krajewski, um dos mais próximos ao pontífice, deixou escapar recentemente que o papa Francisco estaria acompanhando-o à noite, vestido como um padre comum, em suas jornada de evangelismo aos sem-teto e mendigos da capital italiana.


    "Quando eu digo a ele 'eu vou sair para a cidade esta noite', há o risco constante de que ele vai vir comigo", afirmou o arcebispo Konrad durante uma entrevista.


    Segundo o portal Huffington Post, uma fonte no Vaticano confidenciou que "os guardas suíços confirmaram que o papa se aventurou por Roma à noite, vestido como um sacerdote regular, para se encontrar com homens e mulheres sem-teto".


    Antes de ser eleito papa, o cardeal Jorge Mario Bergoglio era conhecido por sair à noite e distribuir a eucaristia a sem-tetos, usando o transporte público e sentando com eles nas ruas para demonstrar amor e cuidado.






    VÍDEO:






    Posted: 04 Dec 2013 04:32 AM PST
























    Fr. Garrigou-Lagrange, O.P.


    Tradução: Carlos Wolkartt











    Há muitos iludidos que pretendem alcançar a união com Deus sem recorrer constantemente a Nosso Senhor que é o caminho, a verdade e a vida. Outro erro seria querer chegar a Nosso Senhor sem passar por Maria, a quem a Igreja chama, em uma festa especial, Mediadora de todas as graças. Os protestantes caíram nesse erro. Sem chegar a esse ponto, há católicos que não compreendem a necessidade de recorrer a Maria para conseguir a intimidade com o Salvador. São Luís Maria Grignion de Montfort fala também de "Doutores que não conhecem a Mãe de Deus, senão de uma maneira especulativa, árida, estéril e indiferente; que temem abusar da devoção à Santíssima Virgem, fazer injúria a Nosso Senhor honrando demasiado a sua Santíssima Mãe. Se falam da devoção a Maria, não é tanto para recomendá-la como para reprovar os exageros"; dão a impressão de crer que Maria é um impedimento para conseguir a união com Deus.






    Consiste, diz o Santo, em uma grande falta de humildade menosprezar os mediadores que Deus nos oferece, tendo em conta nossa debilidade. A intimidade com Nosso Senhor torna-se muito mais fácil mediante uma verdadeira e profunda devoção a Maria.






    Para formarmos uma ideia exata desta devoção, veremos o que se entende por mediação universal e como Maria é a medianeira de todas as graças, conforme afirma a Tradição, o Ofício e a Missa de Maria Mediadora que é rezada no dia 31 de maio. Muito se escreve sobre o assunto nesses últimos tempos; consideraremos essa doutrina em suas relações com a vida interior.











    "Ao ofício de mediador, diz São Tomás (Summ. Theol. III-26-1), corresponde o aproximar e unir àqueles entre quem exerce tal ofício; porque os extremos se unem por um intermediário. Pois bem, unir os homens a Deus é próprio de Jesus Cristo que os reconciliou com o Pai, segundo as palavras de São Paulo (II Cor. V, 19): 'Deus reconciliou o mundo consigo mesmo em Jesus Cristo'. Por isso, só Jesus Cristo é o perfeito mediador entre Deus e os homens, quando por sua morte reconciliou com Deus o gênero humano. Igualmente, depois de dizer São Paulo: 'Um só é o mediador entre Deus e os homens', Cristo Jesus feito homem continua: 'que se entregou como vítima por todos'. Nada impede, contudo, que, em certo modo, outros sejam chamados mediadores entre Deus e os homens, enquanto cooperam à união dos homens com Deus, como gestores ou ministros".






    Neste sentido, acrescenta Santo Tomás, os profetas e sacerdotes do Antigo Testamento podem chamar-se mediadores; e mesmo os sacerdotes da nova Aliança, como ministros do verdadeiro mediador.






    "Jesus Cristo, continua o Santo (Summ. Theol. III-26-2), é mediador enquanto homem; porque enquanto homem é como se encontra entre os dois extremos: inferior a Deus por natureza, superior aos homens pela dignidade de sua graça e de sua glória. Além disso, como homem uniu os homens a Deus ensinando-lhes seus preceitos e dons, e satisfazendo por eles". Jesus satisfez como homem, mediante uma satisfação e um mérito que de sua personalidade divina recebeu infinito valor. Estamos, pois, diante de uma dupla mediação, descendente e ascendente, que consistiu em trazer aos homens a luz e a graça de Deus, e em oferecer-Lhe, em favor dos homens, o culto e a reparação que Lhe eram devidos.






    Nada impede, pois, que, como acabamos de dizer, haja outros mediadores secundários, como o foram os profetas e os sacerdotes da antiga Lei para o povo escolhido. Por isso podemos nos perguntar se não será Maria a mediadora universal para todos os homens e para a distribuição de todas e cada uma das graças. Santo Alberto Magno fala da mediação de Maria como superior a dos profetas, quando diz: "Maria foi eleita pelo Senhor, não como ministra, mas para ser associada de um modo especialíssimo e muito íntimo à obra da redenção do gênero humano".






    Não é Maria, em sua qualidade de Mãe de Deus, naturalmente designada para ser mediadora universal? Não é realmente intermediária entre Deus e os homens? Sem dúvida, por ser uma criatura, é inferior a Deus e a Jesus Cristo; porém está, por sua vez, acima de todos os homens em razão de sua maternidade divina, "que a coloca nas fronteiras da divindade" (Caetano), e pela plenitude da graça recebida no instante de sua concepção imaculada, plenitude que não cessou de aumentar até sua dormição.






    E não somente por sua maternidade divina era Maria a designada para esta função de mediadora, senão que a recebeu e exerceu de fato.






    Isto é o que nos demonstra a Tradição, que lhe outorgou o título de Mediadora Universal, embora subordinada a Cristo; título por demais consagrado pela festa especial que se celebra na Igreja universal.






    Para bem compreender o sentido e o alcance desse título, consideremos que lhe convém a Maria por duas razões principais: primeiro, por haver ela cooperado, pela satisfação e os méritos, ao sacrifício da Cruz; segundo, porque não cessa de interceder em nosso favor e de obter-nos e distribuir-nos todas as graças que recebemos do céu.






    Tal é a dupla mediação, ascendente e descendente, que devemos considerar, para dela aproveitarmos sem cessar.






    Maria nos obtém e nos distribui todas as graças






    É esta uma doutrina certa da Mãe de todos os homens: como Mãe, se interessa por sua salvação, roga por eles e lhes consegue as graças que recebem.






    No Ave, Maris Stella, canta-se:








    Solve vincla reis,


    Profer lumen coecis,


    mala nostra pelle,


    bona cuncta posce.





    As prisões aos réus desata.


    E a nós cegos alumia;


    De tudo que nos maltrata,


    Nos livra, o bem nos granjeia.











    Leão XIII, numa Encíclica sobre o Rosário, diz: "Por expressa vontade de Deus, nenhum bem nos é concedido se não é por Maria; e como nada pode chegar ao Pai senão pelo Filho, assim geralmente nada pode chegar a Jesus senão por Maria".






    A Igreja, de fato, se dirige a Maria para conseguir graças de toda sorte, tanto temporais como espirituais, e, entre estas últimas, desde a graça da conversão até a da perseverança final, sem excluir as necessárias às virgens para guardar sua virgindade, aos apóstolos para exercer seu apostolado, aos mártires para permanecer invictos na fé. Por isso, nas Litanias Lauretanas, universalmente rezadas na Igreja há muito tempo, Maria é chamada: "saúde dos enfermos, refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, auxílio dos cristãos, rainha dos apóstolos, dos mártires, dos confessores e das virgens". Sua mão é a dispensadora de toda sorte de graças, e até mesmo, em certo sentido, da graça dos sacramentos, porque ela nos mereceu em união com Nosso Senhor no Calvário, e nos dispõe, também com sua oração, a aproximarmo-nos desses sacramentos e a recebê-los convenientemente; ás vezes até nos envia o sacerdote, sem o qual essa ajuda sacramental não nos seria outorgada.






    Enfim, não só toda espécie de graça nos é distribuída pela mão de Maria, senão cada graça em particular. Não é outra coisa o que a fé da Igreja declara nestas palavras da Ave-Maria: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém". Esse "agora" é repetido, a cada minuto, na igreja por milhares de fiéis que pedem desta maneira a graça do presente momento; e esta é a mais particular de todas as graças, pois varia em relação a cada um de nós e para cada um a cada minuto. Embora estejamos distraídos ao pronunciar essas palavras, Maria, que não o está, e conhece nossas necessidades espirituais de cada momento, roga por nós e nos obtém as graças que recebemos.






    Tal ensinamento, contido na fé da Igreja e expressado pela oração coletiva (lex orandi, lex credendi), está fundamentado na Escritura e na Tradição. Com efeito, já em sua vida sobre a terra, Maria aparece na Escritura como distribuidora de graças. Por ela, Jesus santifica o Precursor [São João Batista], quando visita sua prima Santa Isabel e entoa o Magnificat. Por ela, Jesus confirma a fé dos discípulos de Caná, concedendo o milagre que pedia. Por ela, fortaleceu a fé de João no Calvário, dizendo-lhe: "Filho, eis aí a tua mãe". Por ela, enfim, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, já que Maria orava com eles no Cenáculo no dia de Pentecostes, quando o Divino Espírito desceu em forma de línguas de fogo.






    Com maior razão, depois da Assunção, desde sua entrada na glória, a Santíssima Virgem Maria é a distribuidora de todas as graças. Como uma Mãe bem aventurada, conhece no céu as necessidades espirituais de todos os homens; e como é Mãe mui terna, roga por seus filhos; e como exerce poder omnímodo sobre o coração de seu Filho, nos obtém todas as graças que chegam à nossas almas e as que se dão aos que não se obstinam no mal. Maria é como o aqueduto das graças e, no corpo místico, em forma de pescoço que junta a cabeça aos membros.






    A essa altura, já se compreende quão necessário é fazer com frequência a oração dos mediadores, isto é, começar esta conversa filial e confiada com Maria, para que nos conduza à intimidade de seu Filho, e a fim de elevar-nos logo, mediante a santíssima alma do Salvador, à união com Deus, já que Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

















    Posted: 04 Dec 2013 04:29 AM PST

























    Sandro Magister


    Tradução: Carlos Wolkartt






    Os pontos imutáveis sobre a comunhão a católicos divorciados e recasados, relembrados por ordem do Papa Francisco pelo prefeito da congregação para a doutrina da fé Gerhard Ludwig Müller, no L'Osservatore Romano de 23 de outubro, "não podem pôr fim à discussão", disse o arcebispo de Mônaco e Frisinga, Reinhard Marx, na conclusão de uma reunião da conferência episcopal de Baviera, conforme relatado pela agência católica Kathweb.






    Marx é um dos oito cardeais que aconselham o papa no governo da Igreja e na reforma da cúria romana.






    Ao mesmo tempo, no entanto, Müller pediu à arquidiocese de Friburgo para retirar de circulação o documento em favor da comunhão aos divorciados recasados publicado em 8 de outubro por um gabinete pastoral da mesma diocese.







    Müller expressou seu pedido em uma carta ao arcebispo Robert Zollitsch, administrador apostólico de Friburgo e presidente da conferência episcopal alemã.









    Na carta, enviada em cópia a todos os bispos da Alemanha, Müller adverte contra "desorientar (confundir) os crentes acerca do ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio".






    Quanto à cerimônia para festejar o "pleno regresso" do divorciado recasado à comunidade, ilustrada no documento que foi pedido para ser retirado de circulação, Müller recorda que semelhantes ritos foram "expressamente proibidos por João Paulo II e Bento XVI".






    A carta do prefeito da congregação para a doutrina da fé foi publicada pelo diário católico "Die Tagespost", no mesmo 15 de junho em que Müller havia publicado um artigo reimpresso meses depois pelo L'Osservatore Romano.






    A incursão de Marx e a intervenção de Müller são mais um sinal daquela pluralidade de vozes e daquela alternância entre aceleração e frenagem que caracterizam o caminho para o sínodo sobre a família e, mais em geral, o "método" do papa Jorge Mario Bergoglio em liderar a Igreja.










    Posted: 04 Dec 2013 04:11 AM PST
















    Via Tradición Digital


    Tradução: Carlos Wolkartt


    Esta semana, The Tablet, o jornal católico-liberal de maior circulação no Reino Unido, proporcionou outra plataforma midiática ao arquiprogressista Hans Küng (veja aqui). O católico dissidente por excelência aproveitou sua oportunidade para pôr o Papa Francisco nas nuvens, enquanto criticava duramente o prefeito da congregação para a doutrina da fé, Gerhard Ludwig Müller.






    Segundo Küng, a exortação apostólica Evangelii Gaudium de Francisco será recebida com aprovação unânime, inclusive fora da Igreja, e se houver críticas será por causa da sua reiterada condenação do aborto e por manter a proibição da comunhão aos divorciados em segunda união conjugal. Deve-se destacar a premissa que Küng assume: se os hereges, ateus, judeus e muçulmanos aplaudem o Papa, significa que tudo está em um bom caminho, enquanto que qualquer crítica recebida de fora da Igreja implica que algo não está bom. É a falsa tolerância em voga em nossos dias, cujo único dogma é não ofender a nada (exceto aos malvados tradicionalistas, é claro).






    Küng estabelece uma dicotomia interessante para explicar por que Francisco não avança tão rápido como querem os liberais. Quem está retardando a "reforma" da Igreja, na imaginação de Küng, é Müller, o representante do "dogmatismo". A este prelado, que na realidade é outro modernista disfarçado de conservador, Küng dedica as seguintes "pérolas" dialéticas:








    – Em uma extensa contribuição ao L'Osservatore Romano (23 de outubro de 2013), Müller demonstra sua postura ultraconservadora (!) ao insistir em excluir dos sacramentos os divorciados em segunda união conjugal, os quais, a não ser que vivam juntos como irmãos (!), estão em um estado de pecado mortal, devido à natureza sexual de sua relação.






    [nota da tradução: no artigo "Müller fecha e Marx reabre. A porta giratória do papa Bergoglio", publicado na íntegra em português aqui no Renitência, Sandro Magister diz que Müller relembrou os "pontos imutáveis sobre a comunhão a católicos divorciados e recasados" no L'Osservatore Romano "por ordem do Papa Francisco"].






    – O Papa quer avançar; o prefeito da congregação para a doutrina da fé põe o freio.






    – O papa pensa na gente; o prefeito pensa, sobretudo, na doutrina católica tradicional. (Não seria esse o seu trabalho?).






    – O papa quer que o próximo sínodo dos bispos sobre a família, em outubro de 2014, encontre soluções práticas baseadas nas opiniões dos laicos; o prefeito tira de argumentos dogmáticos para manter o estado quo inmisericorde.






    Todos esses disparates produziriam risos se não fosse pelo fato de as torpezas teológicas de Küng agora gozarem de uma magnífica força entre a hierarquia da Igreja. Mas essa dicotomia Francisco-Müller é difícil de engolir. Bem se poderia pensar que não era outra coisa que a estratégia de policial-bom/policial-mau. É um velho truque; dois bandidos adotam papéis aparentemente contrários, mas na realidade perseguem o mesmo objetivo: roubar a carteira de sua vítima. Ocorre algo similar na política com a esquerda e a falsa direita. Os da esquerda insultam e criticam os do outro lado, fingindo ter diferenças ideológicas irreconciliáveis, quando na realidade são o mesmo produto com etiquetas distintas. Os cidadãos que fogem horrorizados da esquerda creem encontrar refúgio na falsa direita, que continua com as mesmas políticas de antes, mas com outra máscara.






    Contudo, a experiência do desastre pós-conciliar serviu para alguma coisa: não merece confiança nem o policial-bom, nem o policial-mau. E Küng, então... melhor nem falar. E ao fim e ao cabo... por seus frutos estamos conhecendo a todos...






    _________






    Posted: 04 Dec 2013 04:08 AM PST




















    Mais autonomia às conferências episcopais nacionais. E mais espaço para as diferentes culturas. Os dois pontos em que a "Evangelii Gaudium" mais se distingue do magistério dos Papas anteriores.






    Sandro Magister


    Traduzido do original italiano por Carlos Wolkartt












    ROMA, 3 de dezembro de 2013 – Na longa exortação apostólica "Evangelii Gaudium", tornada pública há uma semana, o papa Francisco deu a entender que quer distinguir-se ao menos em dois pontos dos Papas que o precederam.






    O primeiro destes pontos é também o que teve mais repercussão nos meios de comunicação. Refere-se tanto ao exercício do primado do Papa como aos poderes das conferências episcopais.






    O segundo ponto remete à relação entre o cristianismo e as culturas.





    1. Sobre o papado e as Igrejas nacionais






    Em relação ao papel do Papa, Jorge Mario Bergoglio reconhece em João Paulo II o mérito de ter aberto o caminho a uma nova forma de exercício do primado. Porém, lamenta que "pouco temos avançado neste sentido" e promete proceder com mais decisão até uma forma de papado "mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização".






    Contudo, mais que sobre o papel do Papa – tema sobre o qual Francisco permanece impreciso, e dessa forma atuou até agora, concentrando em si o máximo das decisões – é sobre os poderes das conferências episcopais que a "Evangelii Gaudium" anuncia uma grande transição.






    Escreve o Papa, no parágrafo 32 do documento:






    "O Concílio Vaticano II afirmou que, à semelhança das antigas Igrejas patriarcais, as conferências episcopais podem 'aportar uma contribuição múltipla e fecunda, para que o sentimento colegial leve a aplicações concretas'. Mas este desejo não se realizou plenamente, porque ainda não foi suficientemente explicitado um estatuto das conferências episcopais que as considere como sujeitos de atribuições concretas, incluindo alguma autêntica autoridade doutrinal. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária".






    Em nota, Francisco se refere a um motu proprio de João Paulo II, de 1998, que trata precisamente da "natureza teológica e jurídica das conferências episcopais".












    Mas, quando se lê esse documento, descobre-se que ele reconhece às conferências episcopais nacionais uma função exclusivamente prática, cooperativa, de simples órgão auxiliar intermediário entre o colégio de todos os bispos do mundo junto ao Papa por um lado – a única "colegialidade" declarada e teologicamente fundamentada – e o bispo particular com autoridade sobre sua diocese por outro lado.






    Acima de tudo, o motu proprio "Apostolos Suos" limita fortemente essa "autêntica autoridade doutrinal" que o papa Francisco disse querer conceder às conferências episcopais. Prescreve que se precisamente querem emitir declarações doutrinais, o devem fazer com aprovação unânime e em comunhão com o Papa e o conjunto da Igreja, ou ao menos com uma "maioria qualificada" com o prévio controle e autorização da Santa Sé.






    Um perigo contra o qual o motu proprio "Apostolos Suos" adverte é que as conferências episcopais emitam declarações doutrinais contraditórias entre si e com o magistério universal da Igreja.






    Outro risco que quer evitar é que se criem separações e antagonismos entre Igrejas particulares nacionais e Roma, como aconteceu no passado na França com o "galicanismo" e como sucedeu entre os ortodoxos com algumas Igrejas nacionais autocéfalas.






    Esse motu proprio leva a assinatura de João Paulo II, mas tem sua base naquele que era seu fidedigno prefeito da doutrina, o cardeal Joseph Ratzinger.






    E Ratzinger – como se sabia – já há tempo criticava acentuadamente os superpoderes que algumas conferências episcopais haviam atribuído a si mesmas, sobretudo em alguns países, entre os quais se contava sua Alemanha.






    Em sua entrevista-bomba de 1985, publicada sob o título "Informe sobre a fé" (The Ratzinger Report, em inglês), Ratzinger se opôs resolutamente à ideia de que a Igreja Católica deve tornar-se "uma espécie de federação de Igrejas nacionais".






    Em vez de uma "nova ênfase decisiva sobre o papel dos bispos", como foi desejado pelo Concílio Vaticano II, as conferências episcopais nacionais – acusava – têm "sufocado" os bispos com suas pesadas estruturais burocráticas.






    E também:






    "Parece muito bonito decidir sempre conjuntamente", porém "a verdade não pode ser criada como resultado de votações", seja porque "o espírito de grupo, talvez a vontade de viver em paz, ou inclusive o conformismo, arrastam a maioria a aceitar as posições de minorias audaciosas decididas a ir em uma direção muito precisa", ou porque "a busca do ponto de encontro entre as várias tendências e o esforço de mediação dão lugar, muitas vezes, a documentos anódinos e depreciados".






    João Paulo II e depois Bento XVI julgavam modesta a qualidade média dos bispos do mundo e da maior parte das conferências episcopais. Agiram então em conformidade. Tornaram-se eles mesmos líderes e modelo, e em alguns casos – como na Itália – intervieram decisivamente para mudar a liderança e a direção da marcha.






    Com Francisco as conferências episcopais poderiam, pelo contrário, considerar um reconhecimento de uma maior autonomia. Com as previsíveis repercussões das quais a Alemanha é um exemplo recente, onde bispos e cardeais de primeiro nível estão enfrentando-se publicamente sobre as questões mais diversas, desde os critérios de administração das dioceses até a comunhão aos divorciados que voltaram a casar, neste último caso antecipando e forçando soluções sobre as quais o duplo sínodo dos bispos de 2014 e 2015 foi convocado a debater e decidir.






    2. Sobre o cristianismo e as culturas






    Quanto ao encontro entre o cristianismo e as culturas, o papa Francisco insistiu muito, nos parágrafos 115-118 da "Evangelii Gaudium", na ideia de que "o cristianismo não dispõe de um único modelo cultural", mas que desde suas origens "se encarna nos povos da Terra, cada um dos quais tem a sua cultura própria".






    Em outras palavras:






    "A graça supõe a cultura, e o dom de Deus encarna-se na cultura de quem o recebe".






    Com este corolário:






    "É verdade que algumas culturas estiveram intimamente ligadas à pregação do Evangelho e ao desenvolvimento do pensamento cristão, mas a mensagem revelada não se identifica com nenhuma delas e possui um conteúdo transcultural".






    Ao sustentar isto, o papa Bergoglio parece ir ao encontro de quem sustenta que o anúncio do Evangelho tem sua pureza original em relação a qualquer contaminação cultural. Uma pureza que se lhe deveria restituir, liberando-o principalmente de seus revestimentos "ocidentais" de ontem e de hoje, para permitir-lhe sempre "inculturar-se" em novas sínteses com outras culturas.






    Porém, planteado nestes termos, este vínculo entre o cristianismo e as culturas ignora esse nexo inseparável entre a fé e a razão, entre a revelação bíblica e a cultura grega, entre Jerusalém e Atenas, nexo ao qual João Paulo II dedicou a encíclica "Fides et Ratio" e sobre o qual Bento XVI focalizou seu memorável discurso de 12 de setembro de 2006 em Ratisbona:












    Para o papa Ratzinger, o vínculo entre a fé bíblica e o filosofar grego é "uma necessidade intrínseca" que se manifesta não só no fulgurante prólogo do Evangelho segundo São João – "No princípio era o Logos" – mas já no Antigo Testamento, no misterioso "Eu sou" de Deus na sarça ardente, "um desafio à noção de mito, em analogia próxima com a tentativa de Sócrates de vencer e transcender o mito".






    Este encontro "entre o espírito grego e o espírito cristão" – sustentava Bento XVI – "se deu de tal modo que teve um significado decisivo para o nascimento e a difusão do cristianismo".






    E é uma síntese – argumentava também o papa Bento – que deve ser defendida de todos os ataques que no transcorrer dos séculos, até nossos dias, tentaram rompê-la, em nome da "des-helinização do cristianismo".






    Em nossos dias – fazia notar Ratzinger em Ratisbona – este ataque se produz "à luz da nossa experiência com o pluralismo cultural".






    "Diz-se frequentemente hoje que a síntese com o Helenismo conseguida na Igreja inicial era uma inculturação preliminar que não deveria ser obrigatória para as outras culturas. Diz-se destas últimas que têm o direito de regressar à mensagem simples do Novo testamento, anterior àquela inculturação, de modo a poderem inculturar de novo de cada modo particular correspondente ao ambiente em que se encontram. Esta tese não é apenas falsa; é grosseira e imprecisa. [...] É verdade que há elementos de verdade na evolução da Igreja inicial que não têm que ser integrados em todas as culturas. Contudo, as decisões fundamentais tomadas acerca da relação entre fé e o uso da razão humana são parte integrante da mesma fé; são desenvolvimentos consonantes com a natureza da própria fé".






    Sobre este tema capital, a "Evangelii Gaudium" não contradiz necessariamente o magistério de João Paulo II e de Bento XVI, mas seguramente se distancia dele.






    Também aqui com uma evidente simpatia por uma pluralidade de formas de Igreja, modeladas sobre as respectivas culturas locais.






    ___________






    O texto completo da exortação apostólica do papa Francisco:












    ___________


















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    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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