- NOVEMBRO, MÊS DAS ALMAS!
O primeiro castigo do pecado foi a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, com todas as suas consequências para os seus descendentes.
(23) - CASTIGO E CONDENAÇÃO (23-XI-2013)
No tempo do Advento, que se aproxima. João Baptista diz na sua pregação :
- "Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga".(Evangelho).
Ora isto é sinónimo de Condenação.
Nós lemos na Bíblia :
- "Eu sou o Senhor Teu Deus, sou um Deus cioso que pune (Castiga) a iniquidade dos pais nos filhos".(Ex.20,5).
Um dos mais fascinantes fenómenos da Bíblia, particularmente através do Antigo Testamento, é a purificação gradual e a elevação da humanidade no conhecimento de Deus, bem como a relação da mesma humanidade com Deus.
Já era assim entre o povo judeu, desde Abraão.
Mais do que uma vez nós podemos ler que o povo Hebreu com as suas armas aniquilou os seus inimigos, homens, mulheres e crianças, e às vezes até os animais.
Muitos Cristãos e, provavelmente, os pagãos, podem julgar um Castigo como uma vingança e, portanto, em contradição com os princípios cristãos e o amor de Deus.
Nos últimos séculos do Antigo Testamento, no período antes da vinda de Cristo, estas atitudes contra os inimigos, eram consideradas incompatíveis com a vontade de Deus e com o Seu amor pelo Seu povo.
Em Ezequiel podemos ler :
- "Os pais comem os frutos e aos filhos rebentam-lhes os lábios". (Ez.18,2).
Mas o profeta acrescenta :
- "Não tereis mais ocasião de repetir este provérbio em Israel". (Ez. 18,20).
Assim, antes de julgarmos as ideias antigas, devemos pensar que muitas vezes nós ouvimos dizer e talvez até tenhamos dito também :
-" Que mal fiz eu a Deus para isto acontecer" ?
Isto é quase uma blasbémia.
Não se trata propriammente de os filhos pagarem pelos pecados dos pais, mas sim o facto de os filhos herdarem as consequências dos erros dos pais.
Vejam os filhos que herdam, por exemplo, doenças contraídas pelos desvarios dos pais, como a SIDA a Tuberculose, a Sífiles, e tantas outras.
Os filhos que nascem e vivem num ambiente familiar, imoral e anti-religioso, evidentemente, podem vir a pagar pelos pecados ou vícios dos seus pais, pela má educação recebida e pelos vícios que eles cometeram.
Infelizmente fazemos muitas vezes um Deus à nossa imagem e assim O consideramos vingativo como nós, mas Deus é infinitamente justo para julgar e conceder a cada um o que justamente merece.
O Catecismo da Igreja Católica ajuda-nos a compreender melhor toda a força destas verdades :
2090. - Quando Deus Se revela e chama o homem, este não pode responder plenamente ao amor divino por suas próprias forças. Deve esperar para que Deus lhe dê a capacidade de, por sua vez, O amar e de agir de acordo com os mandamentos da caridade. A esperança é a expectativa confiante da bênção divina e da visão beatífica de Deus ; é também o receio de ofender o amor de Deus e de provocar o castigo.
Um castigo pode estar relacionado ou integrado no conceito de Condenação.
CONDENAÇÃO
Falando de Condenação estamos a equacionar duas realidades opostas e verdadeiras.
Condenação está em oposição a Salvação.
E muitos de nós pomos esta questão :
- Haverá realmente, depois desta vida, ou seja, logo a seguir à morte, uma Salvação e uma Condenação ?
S. Paulo responde :
- "Assim, pois, como pela falta de um só, todos foram Condenados, assim também, pela obra de justiça de um só, veio para todos os homens a justificação da vida". (Rom.5,18).
Toda esta doutrina envolve a doutrina do pecado, do Juízo Particular, do Inferno e do Céu.
E S. João também diz muito claramente :
- "Os que tiverem praticado boas obras sairão, ressuscitados para a vida, e os que tiverem praticado o mal, hão-de ressuscitar para a Condenação". (Jo.5,29).
Fazendo-se eco das Escrituras, diz o Catecismo da Igreja Católica :
1034. - Jesus fala muitas vezes da "gehena" do "fogo que não se apaga", reservada aos que recusam, até ao fim da vida, acreditar e converter-se, e na qual podem perder-se, ao mesmo tempo, a alma e o corpo. Jesus anuncia, em termos muito graves, que "enviará os Seus anjos que tirarão do Seu Reino (...) todos os que praticam a iniquidade, e hão-de lançá-los na fornalha ardente". (Mt. 13,41-42), e sobre eles pronunciará a sentença : "afastai-vos de Mim, malditos para o fogo eterno".(Mt.25,41).
Há muitas outras referências no Novo Testamento à Condenação, que podemos completar, consultando a nossa Bíblia :
-" ...Desses é justa a Condenação". (Rom.3,8).
-" ...lhe resistem atraem sobre si a Condenação".(Rom.13,2).
-" ... come e bebe a sua própria Condenação".(1 Cor.11,29).
-" ...a sua Condenação de há muito foi pronunciada".(2 Pe.2,3).
-" ...mas quem não acreditar será Condenado".(Mc.16,16).
-" ...a fim de serem Condenados todos aqueles que..." (2Tes.2,12).
Mas o que ultimamente mais se tem ventilado aqui é sobre a salvação ou condenação daqueles que nada sabem da existência de Deus.
Não podemos entrar nos eternos desígnios de Deus, mas sabemos que Deus dará com infinito amor e infinita justiça a cada um o que ele merecer.
O que mais nos deve preocupar, é os que se perdem por nossas faltas, isto é, por falta da pregação da Igreja e da pregação de todos os cristãos leigos, nas suas famílias e nos seus meios de trabalho.
Para além do mau exemplo e do escândalo, que são de condenar, também a omissão do nosso trabalho é uma falta de muita responsabilidade.
Os filhos ou discípulos, quando crescerem e se considerarem vítimas dos erros de seus pais e professores, serão os mais temíveis testemunhos dos erros de que foram vítimas.
Quanto às Almas do Purgatório, elas não estão condenadas, porque já têm garantida a Visão Beatífica, mas, porque precisam de alguma purificação, estão nesse estado, que nós podemos abreviar com as nossas orações, as orações da Igreja e as nossas boas obras.
JohnNascimento
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