Ecologismo e ambientalismo absurdos ameaçam impedir que o Brasil, engessado e sem expandir suas fronteiras agrícolas, torne-se grande potência católica e realize sua missão providencial
Hélio Brambilla
A título de breve retrospectiva do ano de 2005, o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues assim se exprimiu: "Nós vivemos em 2005 o pior dos mundos na agricultura".(1)
É claro que houve também muitos fatores positivos, sobretudo por efeito do agronegócio. Mas este teve de enfrentar terríveis fatores negativos, que a seguir enumeramos exemplificativamente.
Fatores negativos para o agronegócio em 2005
1) Uma seca envolveu regiões altamente produtivas do sul do Brasil e Mato Grosso do Sul, comprometendo a produção de grãos em 19 milhões de toneladas, com perdas de até 15% na produção de cana-de-açúcar e outras culturas. O prejuízo, avaliado pelo ministro da Agricultura, foi de 21 bilhões de reais.
2) A política cambial foi desastrosa para o setor. O agronegócio foi a principal vítima dessa política; os insumos foram comprados com o dólar entre R$ 3,00 a 3,30, e a colheita vendida com o dólar a R$ 2,20. Para exemplificar: a soja, que em 2004 foi vendida em média a R$ 40,00 a saca, no final de 2005 estava sendo negociada a R$ 25,00. Cumpre ressaltar que a política cambial não é unanimidade dentro do próprio governo, tendo vários ministros e o próprio vice-presidente discordado dela.
O Brasil possui o maior rebanho de gado vacum do mundo, que já se aproxima de 200 milhões de cabeças
3) A febre aftosa. O Brasil possui o maior rebanho de gado vacum do mundo, que já se aproxima de 200 milhões de cabeças (quase o dobro dos EUA, que possui 105 milhões). Graças à competência do setor pecuário, o país é hoje o maior exportador de carne, couros e calçados. Esta cadeia produtiva, que gera milhões de empregos e bilhões de dólares, foi afetada pela eclosão da aftosa, pois muitos especialistas já vinham alertando: "Não é se, mas quando iriam irromper os focos de aftosa". Até a região já era prevista: o sul do Mato Grosso do Sul, com muitos quilômetros de fronteira seca com o Paraguai, onde não há controle eficaz na parte brasileira, e com inúmeros assentamentos de Reforma Agrária, onde o MST impede a devida vigilância. O resultado aí está. De acordo com a revista da Coopavel,(2) uma das maiores cooperativas do Brasil, o prejuízo foi de 1,7 bilhão de dólares.
4) O MST atuou invadindo propriedades, pedágios e órgãos públicos, obstruindo rodovias e demolindo propriedades, sem que o governo tomasse qualquer atitude para impedir tais vandalismos.
Fator altamente positivo: atuação da TFP-Fundadores
A Associação dos Fundadores da TFP atuou amplamente durante o ano de 2005, participando de mais de 40 grandes eventos em 170 cidades do País, alertando os produtores agropecuários para os perigos que rondam o agronegócio.
O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (à esq.), diretor de Relações Institucionais da TFP-Fundadores, em defesa do agronegócio
Tiveram papel de destaque as brilhantes palestras proferidas pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, diretor de Relações Institucionais da TFP-Fundadores, em defesa do agronegócio. Concedeu ele também três entrevistas ao Canal do Boi, uma delas juntamente com o jornalista-responsável de Catolicismo, Nelson Ramos Barretto. Este tratou de temas abordados em dois de seus livros: uma reportagem que denuncia a favelização dos assentamentos da Reforma Agrária; e outro em que aponta os desvarios do projeto sobre o chamado "trabalho escravo".
A Comissão de Estudo do Agronegócio, da TFP-Fundadores, atuou ainda denodadamente pelo "não" ao desarmamento, no vitorioso plebiscito de 23 de outubro. Caso o "sim" tivesse vencido, os produtores rurais ver-se-iam à mercê das hordas de invasores e demais subversivos do campo.
O leviatã ecológico: equivocada política do meio ambiente
Apesar dos fatores negativos apontados, o agronegócio reagiu vitoriosamente, gerando novos empregos, mantendo outros milhões já existentes e produzindo alimento farto e de excelente qualidade; sustentou nossa balança comercial, fator decisivo para atingirmos o recorde histórico de exportações de 117 bilhões de dólares.
Em 2003, logo no início do governo Lula, uma destacada autoridade política brasileira confidenciou que o grande problema, a médio e longo prazo, seria a equivocada política do meio ambiente, que poderia trazer o engessamento de todo o setor produtivo do agronegócio.
É bom salientar que ninguém é contra a preservação do meio ambiente, que tem em vista conservar a bela e variada natureza que Deus criou para espelhar suas infinitas perfeições.
O que não se compreende é a aplicação de uma repressão de tipo eco-nazi-comunista, que provocou a prisão de um pai e filho por terem matado dois "quero-quero" para comerem no jantar; e outra vítima de tal repressão, também presa por raspar a casca de uma árvore medicinal a fim de fazer chá para a esposa doente!
Certos ecologistas atuam hoje em dia com base numa ideologia sectária, verdadeira religião que adora a natureza, fazendo lembrar os bárbaros germanos que adoravam árvores, e em particular o histórico carvalho irminsul, cujas raízes tocariam no centro da terra; e que o grande Imperador Carlos Magno mandou derrubar a golpes de machado, para provar que nada de grave ia ocorrer.
Poderosas ONGs e forças internacionais inimigas de todo progresso visam literalmente engessar o desenvolvimento do nosso Brasil. Odeiam elas sobretudo a idéia de um Brasil católico e próspero, atuando no futuro como potência mundial sob o bafejo da Providência Divina, para o bem de todas as nações do globo, como sempre almejou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Engessamento de propriedades rurais
Por mais contrários que sejam ao atual ambientalismo, um pouco mais, um pouco menos, todos os proprietários rurais concordam com a necessidade de certa preservação ambiental, para garantir um meio ambiente saudável às novas gerações; e também são favoráveis a preservar florestas tocadas ou devastadas pelo homem, bem como os animais que compõem os chamados ecossistemas.
A pantagruélica fome do dirigismo estatal em questões ambientais é insaciável. Vamos limitar nossas considerações a suas conseqüências sobre as propriedades rurais e sobre o agronegócio.
O Novo Código Florestal brasileiro (lei 4771/65) e suas alterações posteriores, especialmente a MP 2166 de 25-08-2001, introduziram uma verdadeira paralisia em certos setores (madeireiro, por exemplo) e engessamento em outros. Sem considerar que essa confusão foi ainda aumentada pelo Projeto de Lei conhecido como de gestão de florestas, de fevereiro de 2005, encaminhado às pressas ao Congresso Nacional como medida atabalhoada para conter o conflito surgido com o assassinato da freira Sting.
O Código Florestal introduziu o conceito de reserva legal em propriedades rurais e impôs a reserva de 50% da área para aquelas situadas na Amazônia e 20% para as demais regiões. A medida onerou a produção de alimentos e de produtos florestais, tornando inviável para diversos proprietários a exploração econômica de suas terras.
Em 1966 o presidente Fernando Henrique Cardoso editou a medida provisória 2166, que aumentou para 80% a reserva legal na região amazônica, 35% para o cerrado na região amazônica, 25% para o cerrado em outras regiões e 20% para as demais. Com essa medida, somando-se as terras indígenas, as áreas de preservação ambiental, as florestas, os parques nacionais etc., segundo a opinião quase unânime dos agricultores, praticamente 50% do território nacional está virtualmente indisponível para a produção econômica. Sem considerar as reivindicações que começam a ser formuladas, de que o Brasil cumpra a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, "que garante a populações tradicionais reaverem seus 'territórios perdidos': os indígenas e quilombolas, por exemplo. Segundo Maria Emilia de Morais, do Conaq — Coordenação Nacional dos Quilombolas — um quarto do território nacional pode estar enquadrado hoje nessa categoria de terras tradicionalmente ocupadas" (in Marco Aurélio Weissheimer – A Agenda recuperada, - texto apresentado para discussão da Conferência Internacional Sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, a ser realizada em Porto Alegre no início do mês de março de 2006, organizada pela FAO e pelo governo brasileiro). A este respeito, é sintomático o comentário do presidente da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Mércio Pereira Gomes, sobre as reservas indígenas, o qual deixou furiosos os indigenistas e as ONGs que se dedicam à assistência às etnias: "É terra demais" –– declarou ele sobre os 12% da área do País ocupados pelos 450 mil índios.(3)
Esse cenário de incertezas ficou ainda mais agravado a partir de setembro de 2001, quando a emenda constitucional nº 32 redefiniu os prazos das MPs, deixando num vazio jurídico a MP 2166, que apesar de tudo continua a ser aplicada, como uma verdadeira espada de Dâmocles sobre as cabeças dos produtores rurais e sobre o futuro do agronegócio.
Produção de biocombustível para substituir o petróleo
É claro que houve também muitos fatores positivos, sobretudo por efeito do agronegócio. Mas este teve de enfrentar terríveis fatores negativos, que a seguir enumeramos exemplificativamente.
Fatores negativos para o agronegócio em 2005
1) Uma seca envolveu regiões altamente produtivas do sul do Brasil e Mato Grosso do Sul, comprometendo a produção de grãos em 19 milhões de toneladas, com perdas de até 15% na produção de cana-de-açúcar e outras culturas. O prejuízo, avaliado pelo ministro da Agricultura, foi de 21 bilhões de reais.
2) A política cambial foi desastrosa para o setor. O agronegócio foi a principal vítima dessa política; os insumos foram comprados com o dólar entre R$ 3,00 a 3,30, e a colheita vendida com o dólar a R$ 2,20. Para exemplificar: a soja, que em 2004 foi vendida em média a R$ 40,00 a saca, no final de 2005 estava sendo negociada a R$ 25,00. Cumpre ressaltar que a política cambial não é unanimidade dentro do próprio governo, tendo vários ministros e o próprio vice-presidente discordado dela.
O Brasil possui o maior rebanho de gado vacum do mundo, que já se aproxima de 200 milhões de cabeças
3) A febre aftosa. O Brasil possui o maior rebanho de gado vacum do mundo, que já se aproxima de 200 milhões de cabeças (quase o dobro dos EUA, que possui 105 milhões). Graças à competência do setor pecuário, o país é hoje o maior exportador de carne, couros e calçados. Esta cadeia produtiva, que gera milhões de empregos e bilhões de dólares, foi afetada pela eclosão da aftosa, pois muitos especialistas já vinham alertando: "Não é se, mas quando iriam irromper os focos de aftosa". Até a região já era prevista: o sul do Mato Grosso do Sul, com muitos quilômetros de fronteira seca com o Paraguai, onde não há controle eficaz na parte brasileira, e com inúmeros assentamentos de Reforma Agrária, onde o MST impede a devida vigilância. O resultado aí está. De acordo com a revista da Coopavel,(2) uma das maiores cooperativas do Brasil, o prejuízo foi de 1,7 bilhão de dólares.
4) O MST atuou invadindo propriedades, pedágios e órgãos públicos, obstruindo rodovias e demolindo propriedades, sem que o governo tomasse qualquer atitude para impedir tais vandalismos.
Fator altamente positivo: atuação da TFP-Fundadores
A Associação dos Fundadores da TFP atuou amplamente durante o ano de 2005, participando de mais de 40 grandes eventos em 170 cidades do País, alertando os produtores agropecuários para os perigos que rondam o agronegócio.
O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (à esq.), diretor de Relações Institucionais da TFP-Fundadores, em defesa do agronegócio
Tiveram papel de destaque as brilhantes palestras proferidas pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, diretor de Relações Institucionais da TFP-Fundadores, em defesa do agronegócio. Concedeu ele também três entrevistas ao Canal do Boi, uma delas juntamente com o jornalista-responsável de Catolicismo, Nelson Ramos Barretto. Este tratou de temas abordados em dois de seus livros: uma reportagem que denuncia a favelização dos assentamentos da Reforma Agrária; e outro em que aponta os desvarios do projeto sobre o chamado "trabalho escravo".
A Comissão de Estudo do Agronegócio, da TFP-Fundadores, atuou ainda denodadamente pelo "não" ao desarmamento, no vitorioso plebiscito de 23 de outubro. Caso o "sim" tivesse vencido, os produtores rurais ver-se-iam à mercê das hordas de invasores e demais subversivos do campo.
O leviatã ecológico: equivocada política do meio ambiente
Apesar dos fatores negativos apontados, o agronegócio reagiu vitoriosamente, gerando novos empregos, mantendo outros milhões já existentes e produzindo alimento farto e de excelente qualidade; sustentou nossa balança comercial, fator decisivo para atingirmos o recorde histórico de exportações de 117 bilhões de dólares.
Em 2003, logo no início do governo Lula, uma destacada autoridade política brasileira confidenciou que o grande problema, a médio e longo prazo, seria a equivocada política do meio ambiente, que poderia trazer o engessamento de todo o setor produtivo do agronegócio.
É bom salientar que ninguém é contra a preservação do meio ambiente, que tem em vista conservar a bela e variada natureza que Deus criou para espelhar suas infinitas perfeições.
O que não se compreende é a aplicação de uma repressão de tipo eco-nazi-comunista, que provocou a prisão de um pai e filho por terem matado dois "quero-quero" para comerem no jantar; e outra vítima de tal repressão, também presa por raspar a casca de uma árvore medicinal a fim de fazer chá para a esposa doente!
Certos ecologistas atuam hoje em dia com base numa ideologia sectária, verdadeira religião que adora a natureza, fazendo lembrar os bárbaros germanos que adoravam árvores, e em particular o histórico carvalho irminsul, cujas raízes tocariam no centro da terra; e que o grande Imperador Carlos Magno mandou derrubar a golpes de machado, para provar que nada de grave ia ocorrer.
Poderosas ONGs e forças internacionais inimigas de todo progresso visam literalmente engessar o desenvolvimento do nosso Brasil. Odeiam elas sobretudo a idéia de um Brasil católico e próspero, atuando no futuro como potência mundial sob o bafejo da Providência Divina, para o bem de todas as nações do globo, como sempre almejou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Engessamento de propriedades rurais
Por mais contrários que sejam ao atual ambientalismo, um pouco mais, um pouco menos, todos os proprietários rurais concordam com a necessidade de certa preservação ambiental, para garantir um meio ambiente saudável às novas gerações; e também são favoráveis a preservar florestas tocadas ou devastadas pelo homem, bem como os animais que compõem os chamados ecossistemas.
A pantagruélica fome do dirigismo estatal em questões ambientais é insaciável. Vamos limitar nossas considerações a suas conseqüências sobre as propriedades rurais e sobre o agronegócio.
O Novo Código Florestal brasileiro (lei 4771/65) e suas alterações posteriores, especialmente a MP 2166 de 25-08-2001, introduziram uma verdadeira paralisia em certos setores (madeireiro, por exemplo) e engessamento em outros. Sem considerar que essa confusão foi ainda aumentada pelo Projeto de Lei conhecido como de gestão de florestas, de fevereiro de 2005, encaminhado às pressas ao Congresso Nacional como medida atabalhoada para conter o conflito surgido com o assassinato da freira Sting.
O Código Florestal introduziu o conceito de reserva legal em propriedades rurais e impôs a reserva de 50% da área para aquelas situadas na Amazônia e 20% para as demais regiões. A medida onerou a produção de alimentos e de produtos florestais, tornando inviável para diversos proprietários a exploração econômica de suas terras.
Em 1966 o presidente Fernando Henrique Cardoso editou a medida provisória 2166, que aumentou para 80% a reserva legal na região amazônica, 35% para o cerrado na região amazônica, 25% para o cerrado em outras regiões e 20% para as demais. Com essa medida, somando-se as terras indígenas, as áreas de preservação ambiental, as florestas, os parques nacionais etc., segundo a opinião quase unânime dos agricultores, praticamente 50% do território nacional está virtualmente indisponível para a produção econômica. Sem considerar as reivindicações que começam a ser formuladas, de que o Brasil cumpra a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, "que garante a populações tradicionais reaverem seus 'territórios perdidos': os indígenas e quilombolas, por exemplo. Segundo Maria Emilia de Morais, do Conaq — Coordenação Nacional dos Quilombolas — um quarto do território nacional pode estar enquadrado hoje nessa categoria de terras tradicionalmente ocupadas" (in Marco Aurélio Weissheimer – A Agenda recuperada, - texto apresentado para discussão da Conferência Internacional Sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, a ser realizada em Porto Alegre no início do mês de março de 2006, organizada pela FAO e pelo governo brasileiro). A este respeito, é sintomático o comentário do presidente da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Mércio Pereira Gomes, sobre as reservas indígenas, o qual deixou furiosos os indigenistas e as ONGs que se dedicam à assistência às etnias: "É terra demais" –– declarou ele sobre os 12% da área do País ocupados pelos 450 mil índios.(3)
Esse cenário de incertezas ficou ainda mais agravado a partir de setembro de 2001, quando a emenda constitucional nº 32 redefiniu os prazos das MPs, deixando num vazio jurídico a MP 2166, que apesar de tudo continua a ser aplicada, como uma verdadeira espada de Dâmocles sobre as cabeças dos produtores rurais e sobre o futuro do agronegócio.
Produção de biocombustível para substituir o petróleo
Frasco com bio-diesel, óleo de origem vegetal para substituir o diesel do petróleo
Certa imprensa de esquerda e a totalidade dos "verdes" afirmam que elementos ultranacionalistas preocupavam-se com a invasão da Amazônia por estrangeiros. De jure isto não se deu, mas de fato a "seita" eco-nazi-comunista, com seus poderosos lobbies, está conseguindo engessá-la e encarquilhá-la, para futuramente transferir talvez o domínio amazônico para algum super-governo mundial que possa aparecer.
O ex-presidente francês François Mitterrand, em 1991, declarou que "o Brasil precisa aceitar a soberania relativa sobre a Amazônia". Declaração que equivale a uma ameaça contra o Brasil. Afirmação que casa perfeitamente com a de Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, de que "as florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão da comunidade internacional".(4)
O panorama é ainda mais revoltante porque para a Amazônia converge nossa fronteira agrícola, destinada a produzir alimentos saudáveis e baratos para alimentar o Brasil e o mundo.
Outro aspecto importante a salientar é a proximidade da escassez de combustíveis fósseis, tornando a oferta de petróleo cada vez menor, e por conseguinte, a um preço cada vez maior. Só o Brasil tem condições de suprir em larga escala essa escassez, atendendo as demandas mundiais de biocombustíveis.
Na passagem de ano, o Brasil se tornou auto-suficiente em matéria de petróleo, ultrapassando o marco de 1 milhão e 800 mil barris produzidos por dia. Secundado pelo álcool para misturar na gasolina (o anidro) e para consumo direto nos veículos (o hidratado), cuja produção atingiu 18 bilhões de litros na safra, ou seja, o equivalente a 300 mil barris/dia.
Além disto, as usinas produzem 27 milhões de toneladas de açúcar: 17 milhões para exportação e 10 milhões para consumo interno.
A fim de fazer face à demanda, 42 novas usinas entrarão em funcionamento até 2010, e outras 40 até 2013, aumentando o potencial de álcool no mercado interno e também suprindo a crescente demanda de exportação. No ano de 2005, mais de 2,5 bilhões de litros foram exportados.
O Brasil produz álcool pelos preços mais competitivos do mundo. Além disso, cada vez mais as usinas têm utilizado tecnologias de cogeração de energia elétrica, através do calor excedente da queima do bagaço da cana. A somatória da energia assim gerada já chega a aproximadamente 50% da energia produzida pela usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo.
Fala-se cada vez mais no bio-diesel, ou seja, no óleo de origem vegetal para substituir o diesel de petróleo. Aliás, é bom lembrar que Rudolf Diesel inventou o seu motor com óleo vegetal, e só depois usou o óleo de petróleo, que passou a chamar-se "diesel" em sua homenagem.
Por decreto governamental, neste ano de 2006 será obrigatório adicionar 2% de óleo vegetal ao diesel de petróleo, cujo consumo gira em torno de 30 bilhões de litros; ou seja, no primeiro ano o Brasil precisará de 600 milhões de litros de óleo vegetal.
Na Feisucro/2005 (Feira Internacional do Setor Sucroalcoeiro) realizada de 7 a 10 de novembro de 2005 no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, foi largamente tratado e mostrado um frasco com bio-diesel, composto por 75% de óleo de soja e 25% de álcool anidro.
Várias outras plantas podem fornecer óleo para o bio-diesel: canola, girassol, mamona, dendê e soja, entre outros, passando por um processo chamado de desesterificação, ou seja, retirando do óleo a glicerina.
Para ser auto-suficiente, o Brasil precisaria produzir mais 7,5 bilhões de litros de álcool e 23,5 bilhões de óleo vegetal. Nossa fronteira agrícola estaria apta para produzir e superar esta meta.
Modelo mundial de produção de "energias limpas"
Algum leitor perguntará: caso se atinja essa auto-suficiência, o que o Brasil fará com o petróleo, já em fase de auto-suficiência? A resposta é simples: exportaríamos, gerando muitas divisas para o País; ou deixaríamos para "reservas estratégicas", que todas as grandes nações possuem por razão de segurança; ou se guardaria para finalidades mais nobres no futuro.
O professor José Walter Bautista Vidal, um dos maiores físico-químicos brasileiros, participou há pouco mais de um ano, na Alemanha, de um Fórum Mundial de energias renováveis. Em conversa com este redator, contou que estavam presentes representantes de mais de 150 países, sendo ele o do Brasil. Ao encerrar o Fórum, um dos maiores cientistas alemães em energia, que conhece muito o Brasil e sua matriz energética, homenageou na pessoa do ilustre professor Vidal o País, apresentando-o como modelo na produção de "energias limpas": usinas hidroelétricas para gerar eletricidade, e álcool para mover os carros. Assegurou que "o Brasil será a Arábia Saudita do terceiro milênio", e concluiu, após ovação, "for ever" (para sempre).
Que conclusões podemos tirar do exposto?
Vemos grandes interesses internacionais revolucionários, com fortes ramificações no País, rondando-o como hienas famintas, prontas a nos estrangular e impedir que o Brasil católico se torne a grande potência no cenário mundial, já prenunciada desde seu descobrimento pelo Cruzeiro do Sul, que do céu nos abençoa!
A Nação saberá lutar para sobrepor-se a essas pressões e más influências? Eis a questão.
E-mail do autor: brambilla@catolicismo.com.br
Notas:
1. "O Estado de S. Paulo", 23-12-05.
2. "Cooperativa Agrícola de Cascavel", nov./2005, p. 5.
3. "O Estado de S. Paulo", 16-1-06.
4. Carlos de Meira Mattos, A Internacionalização da Amazônia, "Folha de S. Paulo", 13-4-05.
http://www.catolicismo.com.br/
O ex-presidente francês François Mitterrand, em 1991, declarou que "o Brasil precisa aceitar a soberania relativa sobre a Amazônia". Declaração que equivale a uma ameaça contra o Brasil. Afirmação que casa perfeitamente com a de Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, de que "as florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão da comunidade internacional".(4)
O panorama é ainda mais revoltante porque para a Amazônia converge nossa fronteira agrícola, destinada a produzir alimentos saudáveis e baratos para alimentar o Brasil e o mundo.
Outro aspecto importante a salientar é a proximidade da escassez de combustíveis fósseis, tornando a oferta de petróleo cada vez menor, e por conseguinte, a um preço cada vez maior. Só o Brasil tem condições de suprir em larga escala essa escassez, atendendo as demandas mundiais de biocombustíveis.
Na passagem de ano, o Brasil se tornou auto-suficiente em matéria de petróleo, ultrapassando o marco de 1 milhão e 800 mil barris produzidos por dia. Secundado pelo álcool para misturar na gasolina (o anidro) e para consumo direto nos veículos (o hidratado), cuja produção atingiu 18 bilhões de litros na safra, ou seja, o equivalente a 300 mil barris/dia.
Além disto, as usinas produzem 27 milhões de toneladas de açúcar: 17 milhões para exportação e 10 milhões para consumo interno.
A fim de fazer face à demanda, 42 novas usinas entrarão em funcionamento até 2010, e outras 40 até 2013, aumentando o potencial de álcool no mercado interno e também suprindo a crescente demanda de exportação. No ano de 2005, mais de 2,5 bilhões de litros foram exportados.
O Brasil produz álcool pelos preços mais competitivos do mundo. Além disso, cada vez mais as usinas têm utilizado tecnologias de cogeração de energia elétrica, através do calor excedente da queima do bagaço da cana. A somatória da energia assim gerada já chega a aproximadamente 50% da energia produzida pela usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo.
Fala-se cada vez mais no bio-diesel, ou seja, no óleo de origem vegetal para substituir o diesel de petróleo. Aliás, é bom lembrar que Rudolf Diesel inventou o seu motor com óleo vegetal, e só depois usou o óleo de petróleo, que passou a chamar-se "diesel" em sua homenagem.
Por decreto governamental, neste ano de 2006 será obrigatório adicionar 2% de óleo vegetal ao diesel de petróleo, cujo consumo gira em torno de 30 bilhões de litros; ou seja, no primeiro ano o Brasil precisará de 600 milhões de litros de óleo vegetal.
Na Feisucro/2005 (Feira Internacional do Setor Sucroalcoeiro) realizada de 7 a 10 de novembro de 2005 no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, foi largamente tratado e mostrado um frasco com bio-diesel, composto por 75% de óleo de soja e 25% de álcool anidro.
Várias outras plantas podem fornecer óleo para o bio-diesel: canola, girassol, mamona, dendê e soja, entre outros, passando por um processo chamado de desesterificação, ou seja, retirando do óleo a glicerina.
Para ser auto-suficiente, o Brasil precisaria produzir mais 7,5 bilhões de litros de álcool e 23,5 bilhões de óleo vegetal. Nossa fronteira agrícola estaria apta para produzir e superar esta meta.
Modelo mundial de produção de "energias limpas"
Algum leitor perguntará: caso se atinja essa auto-suficiência, o que o Brasil fará com o petróleo, já em fase de auto-suficiência? A resposta é simples: exportaríamos, gerando muitas divisas para o País; ou deixaríamos para "reservas estratégicas", que todas as grandes nações possuem por razão de segurança; ou se guardaria para finalidades mais nobres no futuro.
O professor José Walter Bautista Vidal, um dos maiores físico-químicos brasileiros, participou há pouco mais de um ano, na Alemanha, de um Fórum Mundial de energias renováveis. Em conversa com este redator, contou que estavam presentes representantes de mais de 150 países, sendo ele o do Brasil. Ao encerrar o Fórum, um dos maiores cientistas alemães em energia, que conhece muito o Brasil e sua matriz energética, homenageou na pessoa do ilustre professor Vidal o País, apresentando-o como modelo na produção de "energias limpas": usinas hidroelétricas para gerar eletricidade, e álcool para mover os carros. Assegurou que "o Brasil será a Arábia Saudita do terceiro milênio", e concluiu, após ovação, "for ever" (para sempre).
Que conclusões podemos tirar do exposto?
Vemos grandes interesses internacionais revolucionários, com fortes ramificações no País, rondando-o como hienas famintas, prontas a nos estrangular e impedir que o Brasil católico se torne a grande potência no cenário mundial, já prenunciada desde seu descobrimento pelo Cruzeiro do Sul, que do céu nos abençoa!
A Nação saberá lutar para sobrepor-se a essas pressões e más influências? Eis a questão.
E-mail do autor: brambilla@catolicismo.com.br
Notas:
1. "O Estado de S. Paulo", 23-12-05.
2. "Cooperativa Agrícola de Cascavel", nov./2005, p. 5.
3. "O Estado de S. Paulo", 16-1-06.
4. Carlos de Meira Mattos, A Internacionalização da Amazônia, "Folha de S. Paulo", 13-4-05.
http://www.catolicismo.com.br/
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