BERNARDO MELLO FRANCO
A presidente Dilma Rousseff avisou a aliados do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, que não deve mesmo participar da sua propaganda de TV no primeiro turno.
Segundo dirigentes da campanha, ela afirmou que só apareceria no programa eleitoral caso houvesse uma polarização clara entre o petista e José Serra (PSDB).
Como as pesquisas mostram Haddad muito atrás de Celso Russomanno (PRB) e em empate técnico com Gabriel Chalita (PMDB), Dilma disse que sua entrada na disputa prejudicaria dois partidos que apoiam seu governo.
Pelas projeções dos petistas, Haddad começará a crescer com o horário gratuito, que vai ao ar no próximo dia 21, mas só terá fôlego para ultrapassar Russomanno a partir da metade de setembro.
Neste cenário, os dois candidatos disputarão uma vaga no segundo turno contra Serra até as vésperas da eleição.
A neutralidade da presidente foi cobrada pela cúpula do PRB, que se reuniu com ela depois de Russomanno se aproximar de Serra. Segundo o presidente do partido, Marcos Pereira, Dilma prometeu não gravar para Haddad.
Ontem o candidato do PT disse não ter conversado com a ex-chefe sobre o tema, mas afirmou que não tentará pressioná-la a rever sua decisão.
"Tenho que compreender a posição da presidente e me submeter aos seus desígnios. Compreendo perfeitamente a decisão que ela tomar e o grau de envolvimento que ela vai ter", disse Haddad.
"Vamos começar as gravações com o [ex] presidente Lula. Os dois são igualmente populares, e o presidente está 100% disponível para a campanha", acrescentou.
O publicitário João Santana planeja gravar as primeiras cenas com o ex-presidente nesta quarta-feira.
Estrategistas da campanha reconhecem que a presença de Dilma seria fundamental para impulsionar o candidato na classe média e no eleitorado mais conservador.
Em Belo Horizonte, o núcleo da campanha do petista Patrus Ananias diz que não criou expectativa sobre a participação de Dilma na TV.
Aliados de Patrus dizem que não vão criar constrangimento à presidente, que deve decidir por conta própria se vai atuar na campanha.
Se as pesquisas indicarem que sua participação é importante, caberá a João Santana tentar convencê-la a gravar.
ERUNDINA
Após carreata na zona leste de São Paulo, Haddad disse que não comentaria as novas críticas de sua ex-vice Luiza Erundina (PSB) à aliança com o rival Paulo Maluf (PP).
"A Erundina basicamente recolocou o mesmo argumento de um mês atrás. Rigorosamente, não há o que comentar", disse. "Respeito a posição dela, e fico muito feliz de ela estar me apoiando."
Ele afirmou que Maluf não participará de sua campanha de rua. "Ele nem tem interesse. Todo mundo sabe disso."
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