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    domingo, 13 de outubro de 2013

    [ZP131013] O mundo visto de Roma


    ZENIT

    O mundo visto de Roma
    Serviço semanal - 13 de Outubro de 2013
    Pensamento do dia, domingo, 13 de outubro


    "Fora da misericórdia de Deus não existe nenhuma outra fonte de esperança para os seres humanos" 

    Papa João Paulo II (Karol Józef Wojtyla, 1920 - 2005)


    Papa Francisco 
    "Celebramos em ti as grandes obras de Deus" 
    Ato de consagração à Beata Virgem Maria de Fátima 
    Nada é impossível à misericórdia de Deus 
    Catequese do Papa Francisco na tarde de ontem, sábado, 12 de outubro 
    O sim de Maria "foi apenas o primeiro de muitos «sins» pronunciados no seu coração" 
    Homilia do Papa na Santa missa da Jornada Mariana no Ano da Fé 
    Papa Francisco consagrará o mundo ao Coração de Maria nesse domingo 
    Programa da Jornada Mariana e significado da consagração que o Papa fará no domingo 13 de outubro 
    O demônio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades, 
    Homilia do Santo Padre na missa na Casa Santa Marta de hoje 
    A oração corajosa é ouvida por Deus 
    Na homilia desta manhã em Santa Marta, Papa Francisco explica que é preciso "coragem para bater à porta, a coragem de ter confiança para que o Senhor nos ouça 
    A tentação de fugir de Deus 
    Na missa de Santa Marta, o Papa Francisco convida a seguir o exemplo do Bom Samaritano do Evangelho e "deixar que Deus escreva a própria vida" 
    Santa Sé 
    IOR: Vaticano transforma em lei as normativas de transparência e vigilância 
    Aplicação do motu proprio de Bento XVI para prevenir e combater atividades financeiras ilegais 
    Sínodo dos bispos terá como tema os desafios pastorais da família " 
    Papa Francisco convoca a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, de 5 a 19 de outubro de 2014 
    Pregação Sagrada 
    Como estudar o roteiro que seguiremos no dia da pregação? 
    Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo 
    Igreja e Religião 
    Aparecida: 150 mil pessoas conectadas com Roma na vigília mariana 
    Entrevista com o reitor do santuário: a consagração ao Coração Imaculado de Maria cai justamente no feriado de 12 de outubro 
    Papa Francisco envia mensagem aos romeiros do Círio de Nazaré 2013 
    Que os romeiros sejam testemunhas dos genuínos valores evangélicos na sociedade paraense 
    Papa cria nova diocese no Brasil: Coari, no Amazonas 
    Bispo Dom Marek Marian Piatek, C.SS.R., é o primeiro bispo 
    "Deus confia o ser humano à mulher" 
    Roma, 10 a 12 de outubro: seminário do Conselho Pontifício para os Leigos sobre a Mulieris dignitatem, 25 anos após a publicação pelo papa João Paulo II 
    Nenhuma abertura da Igreja alemã em relação aos sacramentos para os divorciados 
    Um artigo publicado na diocese de Friburgo anunciava uma "mudança" na Igreja da Alemanha. A Santa Sé nega: "Não muda nada" 
    Teria acontecido no último sábado um encontro entre o papa e o padre jesuíta que foi preso pela ditadura argentina? 
    O religioso já tinha esclarecido que Bergoglio não o entregou à ditadura quando era provincial da Companhia de Jesus 
    Cultura e Sociedade 
    Um pouco de New Age (Parte II) 
    A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima 
    Um pouco de New Age (Parte I) 
    A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima 
    Para Edith Stein a pessoa é um indivíduo dotado de uma dignidade inegociável 
    Em entrevista a ZENIT o Dr. Juvenal Savian Filho, professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo, fala sobre o II Simpósio Internacional Edith Stein 
    Liturgia e Vida Cristã 
    Quem lê o evangelho: o diácono ou o sacerdote? 
    Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual 
    Familia e Vida 
    Família e Vida: Sobrevivência II 
    Os órgãos com funções judiciais devem defender e promover a dignidade de cada pessoa, e serem imparciais, sobretudo no campo partidário e em matéria de ideologias totalitárias e relativistas 
    Número especial da revista Família e Vida traz 35 textos de Bergoglio 
    Documentos publicados e discursos pronunciados entre 1999 e 2013 serão disponibilizados no final de outubro 
    Dia do Nascituro encerra Semana Nacional da Vida 
    Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a vida e a Família sugere que atividades públicas, e também no âmbito da comunidade, sejam feitas para coletar assinaturas em favor da aprovação do Estatuto do Nascituro 
    Cariocas vão às ruas contra o aborto 
    O sucesso da 1ª Caminhada pela Vida e contra o Aborto no Rio de Janeiro 
    Mundo 
    Projeto "Um de Nós" reforça o ecumenismo 
    A iniciativa popular europeia foi destacada durante encontro realizado em Brescia pela igreja pentecostal Ministério Sabaoth 
    O papa oferece solidariedade e orações à presidente argentina 
    Cristina Kirchner foi operada devido a um hematoma cerebral. Médicos informaram que a operação foi satisfatória 
    Entrevistas 
    "A internet impacta o modo de pensar" 
    Conversa com o padre Antonio Spadaro, diretor de La Civiltà Cattolica 
    Análise 
    "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia", "estudos da CNBB", número 104 
    As contribuições acerca deste importante documento deverão ser encaminhadas para a sede da CNBB, em Brasília, até o dia 15 de outubro próximo 
    Audiência de quarta-feira 
    A Igreja é católica porque é a casa de todos 
    Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira 



    Papa Francisco
    "Celebramos em ti as grandes obras de Deus" 
    Ato de consagração à Beata Virgem Maria de Fátima


    ROMA, 13 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Ao final da Santa Missa celebrada hoje na Basílica Vaticana por ocasião da "Jornada Mariana" do Ano da Fé, monsenhor Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselhor para a Promoção da Nova Evangelização, dirigiu umas palavras de saudação ao Papa.

    Em seguida o Papa Francisco realizou o Ato de Consagração à Beata Virgem Maria de Fátima, recitando a oração que publicamos a seguir:

    ***

    "Beata Maria Virgem de Fátima,

    com renovada gratidão pela tua presença materna
    unimos a nossa voz àquela de todas as gerações
    que te chamam beata.

    Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
    que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia
    sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
    para curá-la e para salvá-la.

    Acolhe com benevolência de Mãe
    O ato de consagração que hoje fazemos com confiança,
    diante desta tua imagem tão querida a nós.

    Estamos certos de que cada um de nós é precioso aos teus olhos
    e que nada é a ti estranho de tudo aquilo que habita em nossos corações.

    Nos deixamos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
    e recebemos o afago consolador do teu sorriso.

    Protege a nossa vida entre os teus braços:
    abençoa e reforça todo desejo de bem;
    reaviva e alimenta a fé;
    ampara e ilumina a esperança;
    suscita e anima a caridade;
    guia todos nós no caminho da santidade.

    Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
    Pelos pequenos e pelos pobres,
    pelos excluídos e os sofredores,
    pelos pecadores e os dispersos de coração:
    reúne todos sob tua proteção
    e os entrega ao teu Filho amado, o Senhor nosso Jesus.
    Amém.


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    Nada é impossível à misericórdia de Deus 
    Catequese do Papa Francisco na tarde de ontem, sábado, 12 de outubro


    ROMA, 13 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Amados irmãos e irmãs,

    Reunimo-nos aqui, neste encontro do Ano da Fé dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, nossa Mãe. A sua imagem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no meio de nós. Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira crente. Como foi a fé de Maria?

    1. O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado (cf. LG, 56). Que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé» (Adv. Haer. III, 22, 4).

    O «nó» da desobediência, o "nó" da incredulidade. Poderíamos dizer, quando uma criança desobedece à mãe ou ao pai, que se forma um pequeno «nó». Isto sucede, se a criança se dá conta do faz, especialmente se há pelo meio uma mentira; naquele momento, não se fia da mãe e do pai. Isto acontece tantas vezes! Então a relação com os pais precisa de ser limpa desta falta e, de facto, pede-se desculpa para que haja de novo harmonia e confiança. Algo parecido acontece no nosso relacionamento com Deus. Quando não O escutamos, não seguimos a sua vontade e realizamos acções concretas em que demonstramos falta de confiança n'Ele – isto é o pecado –, forma-se uma espécie de nó dentro de nós. Estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e difícil de desatar.Mas, para a misericórdia de Deus, nada é impossível! Mesmo os nós mais complicados desatam-se com a sua graça. E Maria, que, com o seu «sim», abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai. Poderíamos interrogar-nos: Quais são os nós que existem na minha vida? Para mudar, peço a Maria que me ajude a ter confiança na misericórdia de Deus?

    2. Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: «Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai» (LG, 63). Este é um ponto em que os Padres da Igreja insistiram muito: Maria primeiro concebeu Jesus na fé e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem, ignorando a nossa liberdade, quis passar através do livre consentimento de Maria, do seu «sim».

    Entretanto aquilo que aconteceu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua palavra.Perguntemo-nos: Estamos nós conscientes disto? Ou pensamos que a encarnação de Jesus é um facto apenas do passado, que não nos toca pessoalmente? Crer em Jesus significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projectos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus. Tudo isto acontece graças à acção do Espírito Santo. Deixemo-nos guiar por Ele!

    3. O último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria «avançou pelo caminho da fé» (LG, 58). Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha e sustenta.

    Em que sentido a fé de Maria foi um caminho? No sentido de que toda a sua vida foi seguir o seu Filho: Ele é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé, avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, não é senão seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os próprios sentimentos e atitudes d'Ele: humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. O caminho de Jesus é o do amor fiel até ao fim, até ao sacrifício da vida: é o caminho da cruz. Por isso, o caminho da fé passa através da cruz, e Maria compreendeu-o desde o princípio, quando Herodes queria matar Jesus recém-nascido. Mas, depois, esta cruz tornou-se mais profunda, quando Jesus foi rejeitado: então a fé de Maria enfrentou a incompreensão e o desprezo; quando chegou a «hora» de Jesus, a hora da paixão: então a fé de Maria foi a chamazinha na noite. Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Este é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos difíceis, de escuridão? Tenho a alegria da fé?

    Esta noite, ó Maria, nós Te agradecemos pela tua fé e renovamos a nossa entrega a Ti, Mãe da nossa fé.


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    O sim de Maria "foi apenas o primeiro de muitos «sins» pronunciados no seu coração" 
    Homilia do Papa na Santa missa da Jornada Mariana no Ano da Fé


    ROMA, 13 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos a seguir o texto da homilia que o Papa Francisco pronunciou hoje na Santa Missa celebrada na praça de São Pedro por ocasião da Jornada Mariana no Ano da Fé.

    ***

    Recitamos no salmo: «Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez maravilhas» (Sl 97, 1).

    Encontramo-nos hoje diante duma das maravilhas do Senhor: Maria! Uma criatura humilde e frágil como nós, escolhida para ser Mãe de Deus, Mãe do seu Criador.

    Precisamente olhando Maria à luz das Leituras que acabámos de escutar, queria reflectir convosco sobre três realidades: a primeira, Deus surpreende-nos; a segunda, Deus pede-nos fidelidade; a terceira, Deus é a nossa força.

    1. A primeira: Deus surpreende-nos. O caso de Naamã, comandante do exército do rei da Síria, é notável: para se curar da lepra, vai ter com o profeta de Deus, Eliseu, que não realiza ritos mágicos, nem lhe pede nada de extraordinário. Pede-lhe apenas para confiar em Deus e mergulhar na água do rio; e não dos grandes rios de Damasco, mas de um rio pequeno como o Jordão. É uma exigência que deixa Naamã perplexo e também surpreendido: Que Deus poderá ser este que pede uma coisa tão simples? A vontade primeira dele é retornar ao País, mas depois decide-se a fazê-lo, mergulha no Jordão e imediatamente fica curado (cf. 2Re 5,1-14). Vedes!? Deus surpreende-nos; é precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o seu amor que nos salva, cura, dá força. Pede somente que sigamos a sua palavra e tenhamos confiança n'Ele.

    Esta é a experiência da Virgem Maria: perante o anúncio do Anjo, não esconde a sua admiração. Fica admirada ao ver que Deus, para Se fazer homem, escolheu precisamente a ela, jovem simples de Nazaré, que não vive nos palácios do poder e da riqueza, que não realizou feitos extraordinários, mas que está disponível a Deus, sabe confiar n'Ele, mesmo não entendendo tudo: «Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). É a sua resposta. Deus surpreende-nos sempre, rompe os nossos esquemas, põe em crise os nossos projectos, e diz-nos: confia em Mim, não tenhas medo, deixa-te surpreender, sai de ti mesmo e segue-Me!

    Hoje perguntemo-nos, todos, se temos medo daquilo que Deus me poderá pedir ou está pedindo. Deixo-me surpreender por Deus, como fez Maria, ou fecho-me nas minhas seguranças, seguranças materiais, seguranças intelectuais, seguranças ideológicas, seguranças dos meus projectos? Deixo verdadeiramente Deus entrar na minha vida? Como Lhe respondo?

    2. Na passagem lida de São Paulo, ouvimos o Apóstolo dizer ao seu discípulo Timóteo: Lembra-te de Jesus Cristo; se perseverarmos com Ele, também com Ele reinaremos (cf. 2Tm 2,8-13). Aqui está o segundo ponto: lembrar-se sempre de Cristo, a memória de Jesus Cristo, e isto significa perseverar na fé. Deus surpreende-nos com o seu amor, maspede fidelidade em segui-Lo. Podemos nos tornar "não fiéis", mas Ele não pode; Ele é "o fiel" e pede-nos a mesma fidelidade. Pensemos quantas vezes já nos entusiasmámos por qualquer coisa, por uma iniciativa, por um compromisso, mas depois, ao surgirem os primeiros problemas, abandonámos. E, infelizmente, isto acontece também com as opções fundamentais, como a do matrimónio. É a dificuldade de ser constantes, de ser fiéis às decisões tomadas, aos compromissos assumidos. Muitas vezes é fácil dizer «sim», mas depois não se consegue repetir este «sim» todos os dias. Não se consegue ser fiéis.

    Maria disse o seu «sim» a Deus, um «sim» que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos «sins» pronunciados no seu coração tanto nos seus momentos felizes, como nos dolorosos… muitos «sins» que culminaram no «sim» ao pé da Cruz. Estão aqui hoje muitas mães; pensai até onde chegou a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu único Filho na Cruz. A mulher fiel, de pé, destruída por dentro, mas fiel e forte.

    E eu me pergunto: sou um cristão "soluçante", ou sou cristão sempre? Infelizmente, a cultura do provisório, do relativo penetra também na vivência da fé. Deus pede-nos para Lhe sermos fiéis, todos os dias, nas acções quotidianas; e acrescenta: mesmo se às vezes não Lhe somos fiéis, Ele é sempre fiel e, com a sua misericórdia, não se cansa de nos estender a mão para nos erguer e encorajar a retomar o caminho, a voltar para Ele e confessar-Lhe a nossa fraqueza a fim de que nos dê a sua força. E este é o caminho definitivo: sempre com o Senhor, mesmo com as nossas fraquezas, mesmo com os nossos pecados. Nunca podemos ir pela estrada do provisório. Isto nos destrói. A fé é a fidelidade definitiva, como a de Maria.

    3. O último ponto: Deus é a nossa força. Penso nos dez leprosos do Evangelho curados por Jesus: vão ao seu encontro, param à distância e gritam: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós» (Lc 17, 13). Estão doentes, necessitados de serem amados, de terem força e procuram alguém que os cure. E Jesus responde, libertando-os a todos da sua doença. Causa estranheza, porém, o facto de ver que só regressa um para Lhe agradecer, louvando a Deus em alta voz. O próprio Jesus o sublinha: eram dez que gritaram para obter a cura, mas só um voltou para gritar em voz alta o seu obrigado a Deus e reconhecer que Ele é a nossa força. É preciso saber agradecer, saber louvar o Senhor pelo que faz por nós.

    Vejamos Maria: depois da Anunciação, o primeiro gesto que ela realiza é um acto de caridade para com a sua parente idosa Isabel; e as primeiras palavras que profere são: «A minha alma enaltece o Senhor», ou seja, um cântico de louvor e agradecimento a Deus, não só pelo que fez n'Ela, mas também pela sua acção em toda a história da salvação. Tudo é dom d'Ele. Se conseguimos entender que tudo é dom de Deus, então quanta felicidade teremos no nosso coração! Tudo é dom d'Ele. Ele é a nossa força! Dizer obrigado parece tão fácil, e todavia é tão difícil! Quantas vezes dizemos obrigado em família? Esta é uma das palavras-chaves da convivência. "Com licença", "perdão", "obrigado": se numa família se dizem estas três palavras, a família segue adiante. "Com licença", "perdão", "obrigado". Quantas vezes dizemos "obrigado" junto da família? Quantas vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, vive perto de nós e nos acompanha na vida? Muitas vezes damos tudo isso como suposto! E o mesmo acontece com Deus. É fácil ir até ao Senhor para pedir alguma coisa, mas ir agradece-Lo… "Ah, isso é difícil".

    Continuando a Eucaristia, invocamos a intercessão de Maria, para que nos ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos-Lhe fiéis todos os dias, a louvá-Lo e agradecer-Lhe porque Ele é a nossa força. Amen.

    © Copyright - Libreria Editrice Vaticana


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    Papa Francisco consagrará o mundo ao Coração de Maria nesse domingo 
    Programa da Jornada Mariana e significado da consagração que o Papa fará no domingo 13 de outubro

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Jornada Mariana – que toda a Igreja está convidada a participar nos dias 12 e 13 de Outubro, por ocasião do Ano da Fé – contará com a presença da principal imagem da Capelinha das Aparições do Santuário de Fátima em Portugal. Imagem essa que traz na coroa de Nossa Senhora, a bala que feriu o Papa João Paulo no dia 13 de maio de 1981.

    O programa oficial da Jornada foi divulgado hoje por Mons. Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização.

    Programa

    Sábado 12 

    Pela manhã: peregrinação à tumba de Pedro.

    Pela tarde: catequese do Papa Francisco.

    15:00 (10:00 no Brasil) – Momento de reflexão e acolhida dos peregrinos na Praça de São Pedro.

    16:00 (11:00 no Brasil) – Começará a peregrinação da imagem de Nossa Senhora pelos vários setores da Praça de São Pedro. O peregrinos levarão lenços brancos para saudar a imagem

    17:00 (12:00 no Brasil) – O Santo Padre Francisco receberá a imagem da Virgem e pronunciará a sua mensagem mariana.

    Depois de um momento de oração, a imagem será levada ao santuário do Divino Amor, onde se rezará o terço em conexão com diversos santuários no mundo, seguido de uma vigília de oração que se prolongará durante toda a noite.

    Nove santuários estarão conectados ao vivo para a oração do terço e o começo da vigília.

    Da América latina: Aparecida no Brasil, e Lujan na Argentina. Da Europa: Lourdes na Francia e Czestochowa na Polônia e Banneux na Bélgica. Além de Nazaré em Israel, Nairobi na Kenya, Akita no Japão, Vailankanny na India e Washington (EEUU).

    Domingo 13

    Pela manhã: a imagen de Nossa Senhora retorna ao Vaticano para peregrinar pela praça.

    9:30 (4:30 no Brasil) – Santa missa presidida pelo santo padre. Ao final da mesma o Papa consagrará o mundo à Nossa Senhora, e terminará com o Angelus.

    Sobre a consagração do mundo à Nossa Senhora e as conexões com os vários santuários

    O director da universidade "Marianum", em Roma, padre Salvatore Perrella, disse em entrevista a ZENIT que não é a primeira vez que um Papa consagra o Mundo à Nossa Senhora, ainda que é a primeira vez que um Papa se consagra à Nossa Senhora.

    Mons. Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, respondendo à uma pergunta de ZENIT durante a coletiva de imprensa de hoje, destacou que interpreta o termo "consagrar" como "confiar". "O Papa – disse o prelado - confiará à Maria, (affidamento), fará um ato de colocar sob a proteção" que significa que "em primeiro lugar coloca sob a Sua proteção a Igreja".

    Este evento mundial coincide também com a festa de Nossa Senhora Aparecida no Brasil. "Esperamos para o evento 150 mil peregrinos", disse à ZENIT padre Domingo Savio da Silva, reitor do Santuário, sublinhando que "estamos nos preparando com muita alegria, para entrar em conexão ao vivo com o santuário do Divino Amor em Roma". O último ato oficial de Aparecida será uma missa celebrada às 21h, horário do Brasil, e que será transmitida ao vivo pela TV Aparecida.

    Pe. Carlos Cabecinha, reitor do Santuário de Fátima, em Portugal, também disse em entrevista a ZENIT que "o pedido veio do desejo do Papa de ter em Roma a imagem da Virgem de Fátima, para a Jornada Mariana deste Ano da Fé, uma imagem de Nossa Senhora que fosse expressão, da devoção mariana do Universo católico".

    Dom José Policarpo, então patriarca de Lisboa já tinha consagrado o pontificado do Papa Francisco no dia 13 de Maio desse ano à pedido do mesmo pontífice. "Consagrar a Nossa Senhora o ministério do Papa significou entregar com confiança à Maria o Papa Francisco para que ela o ajude, o proteja e o guie", disse Pe. Cabecinhas.

    A consagração da Rússia e do mundo ao coração de Maria foi realizada várias vezes por Pio XII, mas "foi João Paulo II – relatou o Pe. Cabecinhas - que em 1984, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima, em Roma, consagrou o mundo e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, em união com os bispos de todo o mundo.

    Mais tarde a vidente Lucia confirmou que esse ato de consagração foi realizado em consonância com o pedido de Nossa Senhora". Depois no ano 2000 o Papa João Paulo II consagrou o novo Milênio da mesma forma.


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    O demônio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades, 
    Homilia do Santo Padre na missa na Casa Santa Marta de hoje


    ROMA, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Na Missa desta sexta-feira na Casa de Santa Marta o Papa Francisco na sua homília falou da presença das tentações do demónio nas nossas vidas e para as quais devemos estar vigilantes. No Evangelho de hoje podemos ler que Jesus expulsa os demónios e o Santo Padre apressa-se a contrariar aqueles, mesmo alguns padres, que definem como sendo uma cura de problemas psíquicos aquilo que Jesus faz com este milagre...

    "Há alguns padres que quando lêem esta passagem do Evangelho, esta e outras, dizem: 'Mas Jesus curou uma pessoa de uma doença psíquica.' Mas que parte é que leram? É verdade que naquele tempo era possível confundir uma epilepsia com a possessão do demónio; mas também é verdade que havia o demónio! E nós não temos o direito de fazer tão simples a coisa, como que dizendo: 'Todos estes não eram endemoniados, eram doentes psíquicos.' Não! A presença do demónio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia acaba também com a presença do demónio, com a vitória de Deus sobre o demónio."

    O Papa Francisco considerou que não devemos ser ingénuos e estar sempre vigilantes às investidas do maligno. Segundo o Santo Padre, se não guardamos o bem, aparece o mal que é mais forte do que nós. Apontou o nosso caminho cristão para lutar contra as tentações e especificou que existem três critérios para discenir a presença do mal nas nossas vidas: o primeiro critério é não confundir a verdade – Jesus luta contra o diabo. O segundo critério é que quem não é com Jesus é contra Jesus – não pode haver, portanto, atitudes pela metade. E o terceiro critério é a vigilância sobre o nosso coração, porque o demónio é astuto e nunca é expulso para sempre, pois só no último dia isso acontecerá!

    O demónio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades, sobretudo, quando não estamos atentos. Por isso, o Papa Francisco afirmou que o demónio tem uma estratégia e reforçou o seu apelo à vigilância:

    "A vigilância, porque a estratégia dele é aquela: ' Tu fizeste-te cristão, continua com a tua fé, eu deixo-te, deixo-te tranquilo. Mas depois quando tu estás habituado e não fazes tanta vigilância e sentes-te seguro, eu volto.' O Evangelho de hoje começa com o demónio expulso e acaba com o demónio que volta! S. Pedro dizia : é como um leão feroz, que anda à nossa volta. E é assim, Mas, Padre, o senhor é bocado antiquado, está a assustar-nos com estas coisas... Nao, eu não! É o Evangelho! E isto não são mentiras , é a Palavra do Senhor!
    Peçamos ao Senhor a graça de tomar a sério estas coisas. Ele veio lutar pela nossa salvação. Ele venceu o demónio! Por favor, não façamos negócios com o demónio! Ele tenta de voltar para casa e tomar de posse de nós...Não relativizar, vigiar! E sempre com Jesus!" 

    (Fonte: Radio Vaticano)


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    A oração corajosa é ouvida por Deus 
    Na homilia desta manhã em Santa Marta, Papa Francisco explica que é preciso "coragem para bater à porta, a coragem de ter confiança para que o Senhor nos ouça

    Por Antonio Gaspari


    ROMA, 10 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - "Como nós rezamos? Rezemos assim por hábito, piedosamente, mas tranquilos, ou nos colocamos diante do Senhor para pedir a graça, para pedir por aquilo que rezamos?". Perguntou o Papa Francisco, nesta manhã, durante a homilia da missa celebrada em Santa Marta.

    A atitude com que rezamos é importante - disse o Bispo de Roma - porque "uma oração que não seja corajosa, não é uma verdadeira oração". O Papa explicou que quando rezamos precisamos de "coragem de ter confiança de que o Senhor nos escuta, a coragem de bater à porta". O Senhor diz porque "quem pede, recebe; quem procura, encontra; e quem bate, a porta se abre" – afirmou.

    "Quando nós rezamos corajosamente – disse o Papa - o Senhor nos concede a graça, mas também Ele se dá a si mesmo na graça: o Espírito Santo, ou seja, si mesmo! Jamais o Senhor concede ou envia uma graça por correio: jamais! Ele a concede! Ele é a graça! "Nossa oração - acrescentou - se for corajosa, recebe o que pedimos, mas também o que é mais importante: o Senhor."

    Como "alguns recebem a graça e vão embora", como os dez leprosos que são curados por Jesus, mas somente um volta para agradecer-Lhe - para o Papa Francisco é preciso "pedir também aquilo que a oração não ousa esperar: ou seja, o próprio Deus."

    O Santo Padre concluiu dizendo: "Não façamos a desfeita de receber a graça e não reconhecer Quem a dá: o Senhor. Que o Senhor nos dê a graça de doar-se a si mesmo, sempre, em toda graça. E que nós o reconheçamos, e que o louvemos como aqueles doentes curados do Evangelho. Porque naquela graça, encontramos o Senhor".


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    A tentação de fugir de Deus 
    Na missa de Santa Marta, o Papa Francisco convida a seguir o exemplo do Bom Samaritano do Evangelho e "deixar que Deus escreva a própria vida"

    Por Junno Arocho


    ROMA, 07 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Às vezes, "pode acontecer que mesmo um cristão, um católico fuja de Deus, enquanto que um pecador, considerado distante de Deus, escute a voz do Senhor". É a reflexão que o Papa Francisco fez durante a homilia da Missa matutina na Casa Santa Marta. O Papa, que no dia 13 de Outubro consagrará o mundo ao Coração Imaculado de Maria, vestia uma casula branca em honra à Beata Virgem do Rosário que se celebra hoje.

    A homilia do Pontífice foi inspirada na primeira leitura da liturgia de hoje, que recorda a história de Jonas, que "foge" depois de ter recebido o chamado de Deus para pregar contra Nínive. Jonas reza, louva e serve a Deus, faz o bem, destacou o Santo Padre, ainda quando o Senhor o chama, "pega um navio para a Espanha. Fugia do Senhor", porque "não queria ser incomodado".

    Este ato de "fugir de Deus", é uma tentação que todos nós, cristãos ou não, enfrentamos todos os dias, disse o Papa. "É possível fugir de Deus, ainda sendo cristão, sendo católico, sendo da Ação Católica, sendo sacerdote, bispo, Papa... Todos podemos fugir de Deus! É uma tentação diária", frisou.

    Com tal de "não escutar a Deus, não escutar a sua voz, não sentir no coração a sua proposta, o seu convite" estamos dispostos a distanciar-nos Dele, e as modalidades são infinitas. "Pode-se fugir diretamente" ou encontram-se outros modos "um pouco mais educados, um pouco mais sofisticados".

    Um exemplo é o Evangelho de hoje, em que Cristo, contando a parábola do Bom Samaritano, fala de um sacerdote que vê um homem espancado e ferido na rua e passa adiante. "Foge" portanto de Deus, observou Bergoglio: "Aí está esse homem meio morto, jogado no chão da estrada, e por acaso um sacerdote descia por aquela mesma estrada – um digno sacerdote, de batina, bom, muito bom! – Viu e olhou: 'Chego tarde à Missa', e foi embora. Não tinha ouvido a voz de Deus, ali".

    Do mesmo modo um levita, passando - continuou o Papa – vê o homem e pensa: "Se eu o pegar ou se me aproximar, talvez amanhã estarei morto, e amanhã terei que ir ao juiz para dar testemunho...". Portanto, segue adiante e também ele "foge desta voz de Deus".

    Finalmente – disse Francisco – passa um Samaritano, "alguém que normalmente fugia de Deus, um pecador", e talvez por isso o único que "tem a capacidade de compreender a voz de Deus". O samaritano, de fato, "não estava acostumado às práticas religiosas, à vida moral, até teologicamente estava errado" – explicou – porque os samaritanos "acreditavam que Deus deveria ser adorado em outro lugar e não onde queria o Senhor". " No entanto, ele "percebeu que Deus o chamava, e não fugiu", mas "aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas colocando óleo e vinho, depois o colocou sobre a própria montaria". Como se não fosse suficiente "levou-o a uma estalagem e tomou conta dele". "Perdeu toda a tarde", afirmou Bergoglio. 

    Mas como explica tudo isso? "Por que Jonas fugiu de Deus? Por que o sacerdote fugiu de Deus? Por que o levita fugiu de Deus?" perguntou-se o Santo Padre. "Porque tinha o coração fechado – respondeu – e quando a pessoa tem o coração fechado, não pode escutar a voz de Deus". Pelo contrário, o samaritano "tinha o coração aberto, era humano, e a humanidade o aproximou".

    O problema, além do mais – acrescentou o Pontífice – é que Jonas, assim como o sacerdote e o levita, "tinha um projeto para a sua vida: ele queria escrever a própria história", tinha "um projeto de trabalho". Pelo contrário, o samaritano pecador "deixou que Deus escrevesse a sua vida: mudou tudo, aquela tarde, porque o Senhor aproximou dele a pessoa desse pobre homem, ferido, gravemente enfermo, jogado no caminho".

    A pergunta que o Papa Francisco dirigiu a todos os presentes, incluindo ele próprio, foi: "Deixamos Deus escrever a nossa vida, ou queremos escrevê-la nós?". E ainda: "Somos dóceis à Palavra de Deus? Você tem a capacidade de escutá-la, de senti-la? Você tem a capacidade de encontrar a Palavra de Deus na história de cada dia, ou as suas ideias são as que lhe guiam, e você não deixa que a surpresa do Senhor lhe fale?" .

    Concluindo a homilia, o Santo Padre disse: "Tenho certeza de que todos nós vemos que o samaritano, o pecador, não fugiu de Deus". A sua esperança é portanto que o Senhor "nos conceda sentir a Sua voz, que nos diz: Vai e também você faça a mesma coisa".

    No final da celebração, o Papa cumprimentou todos os presentes na função. Entre eles, um grupo de funcionários do Vaticano e de jornalistas credenciados junto à Santa Sé, entre os quais uma representação de ZENIT.

    Trad.TS


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    Santa Sé
    IOR: Vaticano transforma em lei as normativas de transparência e vigilância 
    Aplicação do motu proprio de Bento XVI para prevenir e combater atividades financeiras ilegais

    Por Sergio Mora


    CIDADE DO VATICANO, 10 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano adotou ontem a Lei XVIII, com normas de transparência, vigilância e informação financeira, confirmando as disposições do recente decreto de 8 de agosto de 2013.

    O pe. Federico Lombardi informou hoje aos jornalistas que, com a aprovação da lei, "completamos noventa por cento do nosso trabalho nesta matéria".

    A lei recolhe a normativa vigente, que foi introduzida progressivamente a partir do motu proprio do papa Bento XVI, de 30 de dezembro de 2010, para a prevenção das atividades ilegais nas áreas financeira e monetária. É um reforço do atual sistema interno de prevenção e luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, em linha com os parâmetros internacionais e, em particular, com as recomendações do Grupo de Ação Financeira (GAFI), com diretrizes da União Europeia.

    Além de aumentar a transparência e a vigilância das atividades financeiras e contribuir para a estabilidade e integridade internacional do setor, a nova normativa consolida as funções, poderes e responsabilidades das Autoridades de Informações Financeiras.

    Dom Dominique Mamberti, secretário para as relações com os Estados, explica alguns aspectos importantes sobre a normativa mencionando que as normas já estavam em vigor desde o decreto de 8 de agosto de 2013, mas agora "foram definitivamente confirmadas por lei, adquirindo caráter de estabilidade".

    Uma primeira e consistente parte da lei é dedicada às medidas contra a lavagem de dinheiro e contra o financiamento do terrorismo, mediante avaliação dos riscos gerais e particulares, a verificação adequada das contrapartes e a disciplina das transferências internacionais de fundos.

    Por recomendação direta da Divisão Moneyval do Conselho da Europa, a nova lei inclui a função da "vigilância prudencial" dos entes que desenvolvem atividades financeiras profissionais. Outras disposições da lei se referem ao transporte de dinheiro, entrando ou saindo do Estado da Cidade do Vaticano, em valor igual ou superior a 10 mil euros, que deverão ser declarados à gendarmaria.

    O "ministro de Relações Exteriores do Vaticano" comenta com satisfação os passos já dados desde o motu proprio de Bento XVI. "Esse percurso tem a finalidade de contribuir com o crescimento da comunidade internacional, em cujo seio a Santa Sé deve desempenhar um papel de guia e de exemplo".


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    Sínodo dos bispos terá como tema os desafios pastorais da família " 
    Papa Francisco convoca a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, de 5 a 19 de outubro de 2014

    Por Redacao


    ROMA, 08 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Terceira Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos será realizado no Vaticano, de 05-19 outubro 2014. O anúncio foi feito esta manhã na Sala de Imprensa do Vaticano .

    A assembleia convocada pelo Papa Francisco incidirá sobre "os desafios pastorais da família no contexto da evangelização", tema amplamente discutido na recente sessão de trabalho do Santo Padre e do Conselho dos 8 de cardeais.

    "É muito importante a convocação para um Sínodo Extraordinário sobre o tema da pastoral da família - disse o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi. Esta é a maneira pela qual o Papa deseja promover a reflexão e o caminho da comunidade da Igreja, com a participação responsável do episcopado de diferentes partes do mundo."

    "É justo que a Igreja se mova comunitariamente na reflexão e na oração, assumindo orientações pastorais comuns nos pontos mais importantes - como a pastoral da família - sob a guia do Papa e dos bispos. A convocação do Sínodo extraordinário indica claramente este caminho". 

    Neste contexto "propor soluções pastorais particulares, da parte de pessoas ou de Secretariados locais corre o risco de gerar confusão. É bom pôr em relevo a importância de realizar um caminho na plena comunhão da comunidade eclesial", acrescentou Padre Lombardi.


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    Pregação Sagrada
    Como estudar o roteiro que seguiremos no dia da pregação? 
    Coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor e professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo

    Por Pe. Antonio Rivero, L.C.


    SãO PAULO, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Como estudar o roteiro que seguiremos no dia da pregação?

    Passos sugeridos:

    - Destacar de amarelo ou vermelho, no texto da pregação, as palavras que queremos dizer irrenunciavelmente.

    - Repassar várias vezes o roteiro.

    - Fechar os olhos, relaxar o corpo num assento cômodo e repetir mentalmente o que lemos, sem pronunciar uma só palavra.

    - Pronunciar a pregação no próprio quarto ou escritório, do jeito que queremos fazê-la diante dos nossos ouvintes. Bem pronunciado. Se houver possibilidade, gravá-la e ouvi-la imediatamente. O gravador é um ótimo crítico.

    Que normas ajudam para a pregação?

    - Concentrar-se no essencial: não dizer tudo. Não explicar as três leituras, nem todos os textos da liturgia. Leve-os todos em conta ao preparar a prédica, mas, depois, limite-se ao essencial.

    - Pregar uma única ideia: o público só assimila uma ideia. Apresente essa ideia, repita, resuma. E vá-se embora.

    - Ser breve e substancioso. Devagar, mas com vida. Mude de ritmo e de tom.

    - Bom começo e bom final, pois "exórdios e despedidas dão aos sermões a vida".

    - Exemplos com graça e gosto. Faça como Jesus: use exemplos, parábolas, historietas, alegorias, comparações, ditados e frases populares.

    - Vocabulário simples, ao falar de termos bíblicos, teológicos ou filosóficos.

    - Pode ser mais prudente levar a pregação escrita e ler. Assim, é mais fácil ser breve, desenvolver uma ideia só, dosar os exemplos, manter um vocabulário acessível. Se não for necessário ler, pode-se partir de um esquema que ajude a seguir esses mesmos pontos.

    - E falar ao microfone como se fosse o ouvido do ouvinte: afastando-se quando se levanta a voz, aproximando-se quando a voz é diminuída. Não é necessário gritar. São preferíveis os tons graves. E devem ser evitados os movimentos da cabeça, que desviam a voz do microfone.

    Qual seria o processo semanal da pregação?

    A pregação dominical deve ser o resultado de um esforço que se estende ao longo de toda a semana. Aconselha-se o seguinte, caso haja tempo:

    - Concentração, silêncio e calma durante a semana toda.

    - A segunda-feira poderia ser dedicada à leitura dos textos e à escolha de um deles, que determinará o tema da pregação.

    - A terça-feira é o dia da exegese, para se descobrir o sentido principal do texto. É o dia mais trabalhoso.

    - A quarta-feira é o dia da atualização: o que acontece hoje na vida dos ouvintes?

    - A quinta-feira é o dia da oração pessoal do pregador. Daqui já sai a formulação do tema da pregação.

    - A sexta-feira é dedicada à preparação do roteiro.

    - O sábado deve ficar livre da preparação da pregação. Nesse dia, o pregador tem que se manter sereno e descansado, mas pode dar uma olhada no roteiro para memorizá-lo por inteiro ou parcialmente.

    Qual seria o processo criativo?

    Em linguagem psicológica, significa evitar a tendência à rotina no pensamento e renovar-se continuamente com modelos de pregação. Nesse processo criativo há algumas fases:

    - A fase de preparação: aqui se consideram os problemas, recolhe-se material, pensa-se o problema a fundo, leem-se pregações sérias e bem preparadas de outros.

    - A fase de incubação: essas ideias repousam e são matutadas. É a gestação.

    - A fase de iluminação: nasce a ideia que eu quero transmitir. As outras ideias são descartadas.

    - A fase de verificação: compara-se a ideia central da pregação com a vida dos ouvintes.

    Posso contar com a ajuda de livros ou da internet?

    A questão é ver quais materiais podem ajudar o pregador. Esse material pode ajudar o sacerdote que talvez venha pregando há muitos anos, e que pode encontrar alguma nova luz ou intuição, para depois desenvolvê-la de acordo com o seu próprio temperamento. Mas o pregador não pode fazer um plágio desse material e simplesmente passar para frente esse texto pré-fabricado. O pregador tem que preparar a sua pregação, encontrar tempo para prepará-la bem, ler os textos da missa, meditá-los, compará-los com a situação dos ouvintes e com os acontecimentos atuais.

    Esses materiais podem ter três funções:

    - Uma função de apoio: para o encontro com o texto bíblico ou com o tema principal.

    - Uma função de controle: do próprio esquema, para completá-lo, podá-lo ou poli-lo.

    - Uma função de estímulo: para superar-se na pregação. Se não, cairíamos no tédio.

    Como conclusão…

    - Ler os textos da liturgia dominical.

    - Fazer o trabalho exegético e dogmático de uma semana no mínimo.

    - Meditação pessoal desses textos durante a semana.

    - Consultar algum dos livros homiléticos que possam inspirar alguma ideia.

    - Elaborar a própria pregação, com um objetivo concreto para um auditório concreto.

    - Fazer o discurso com convicção, expressividade, entusiasmo e lógica.

    Dúvida os sugestões? Comunique-se, por favor, com o pe. Antonio Rivero: arivero@legionaries.org

    * Dicas elaboradas a partir de conselhos do livro "Última asignatura: la homilía", do padre Carlos Muñiz, S.J.

    Para ler o artigo anterior clique aqui


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    Igreja e Religião
    Aparecida: 150 mil pessoas conectadas com Roma na vigília mariana 
    Entrevista com o reitor do santuário: a consagração ao Coração Imaculado de Maria cai justamente no feriado de 12 de outubro

    Por Sergio Mora


    ROMA, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Neste domingo, o papa Francisco consagrará o mundo ao Coração Imaculado de Maria diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Neste sábado, na vigília "Com Maria, além da noite", dez santuários marianos de todo o mundo estarão conectados entre si, entre eles o de Nossa Senhora Aparecida, justamente no fim de semana de comemorações da Padroeira do Brasil.

    ZENIT conversou com o reitor do santuário, o pe. Domingos Sávio da Silva, que abordou interessantes particulares, como o profundo impacto da visita do papa Francisco.

    "Este é um grande evento mundial, que coincide com a festa de Nossa Senhora Aparecida. Neste sábado, nós vamos ter uma participação mundial na festa do nosso santuário!", comemora o pe. Domingos Sávio, completando: "Nós estamos nos preparando com muita alegria, para entrar em conexão ao vivo com o santuário do Divino Amor, em Roma, e com os outros nove santuários do mundo todo. E estamos felizes porque, graças a esses meios de comunicação, podemos levar a mensagem de Jesus para o mundo [...] Estamos vivendo essa experiência com uma grande expectativa", ressaltou o reitor, que espera cerca de 150 mil peregrinos neste dia 12.

    A programação no santuário de Nossa Senhora Aparecida é intensa: o sábado começa com uma vigília de oração, da meia-noite até as cinco da manhã, horário em que a primeira missa é celebrada. Às 7h, acontece a missa das crianças, já que o dia 12 de outubro, no Brasil, também é o dia delas. E às 9h reza-se a missa solene, transmitida ao vivo por vários meios de comunicação.

    "Temos também a consagração a Nossa Senhora e, por volta das duas horas da tarde [horário de Brasília], entramos em conexão com Roma para rezar o terço, escutar a mensagem mariana do papa Francisco e seguir toda a programação que a diocese de Roma preparou e da qual nós vamos participar".

    Encerrada a conexão com o resto do mundo, "faremos uma procissão solene, que passará pelas ruas da cidade, e terminaremos o dia com fogos de artifício e um show de artistas, para que o povo viva o lado festivo e social da padroeira do Brasil [...] Também celebraremos uma missa às 21 horas, que é transmitida pela televisão e que é o último ato oficial".

    "Todos os dias, nós fazemos a consagração ao Coração Imaculado de Maria, mas neste dia 12 ela vai ser muito mais solene", explica o padre Sávio, interrogado sobre o que significa esta consagração. "É essa vontade e carinho que nós temos de nos entregar a Nossa Senhora, para que ela mova o nosso coração para Ele, para que Jesus e o evangelho sejam acolhidos, assim como a proposta divina e humana que Deus tem para toda a humanidade. Eu vejo dessa forma e é isso o que o povo procura. O nosso santuário é um lugar de reconciliação e o povo já está procurando Nossa Senhora para modelar o coração como o dela e o de Deus".

    Sobre a visita do santo padre, o reitor recordou: "Apesar de que o papa Francisco passou rápido por aqui, ele marcou profundamente, não só pelas palavras, mas porque ele se comportou como um verdadeiro peregrino. Inclusive quando ele tocou no vidro e fez o sinal da cruz diante da imagem de Maria, foram coisas que tocaram muito na mente e no coração dos brasileiros".

    E concluiu: "Depois ele foi para o Rio, onde ficou durante mais tempo. E, apesar da chuva e do frio, todos ficaram encantados, mesmo os não católicos, porque ele é sincero, humano. Ele marcou muito".


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    Papa Francisco envia mensagem aos romeiros do Círio de Nazaré 2013 
    Que os romeiros sejam testemunhas dos genuínos valores evangélicos na sociedade paraense

    Por Redacao


    BRASíLIA, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Realizado em Belém do Pará há mais de dois séculos, o Círio de Nazaré - http://www.ciriodenazare.com.br/ - é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, a mãe de Jesus.

    Dom Giovanni D'Aniello, núncio apostólico no Brasil, enviou a Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará, a mensagem do Santo Padre, referente ao Círio de Nazaré 2013.

    ***

    Excelência Revendíssima, 

    Tenho a honra de transmitir a Vossa Excelência a seguinte mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco.

    Excelentíssimo e reverendíssimo Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará

    Sua Santidade o Papa Francisco saúda com particular afeto os romeiros que, neste ano de 2013, comemoraram a festa do círio de Nazaré, em Belém do Pará, e os encoraja a serem sempre testemunhas dos genuínos valores evangélicos na sociedade paraense, como discípulos-missionários de Jesus, pois, a exemplo de quanto afirmou na sua recente visita apostólica ao Brasil, por ocasião da XXVII Jornada Mundial da Juventude, "não podemos ficar encerrados na paróquia, nas comunidades, na nossa instituição paroquial ou na instituição diocesana, quando há tanta gente esperando o evangelho! Mas sair... enviado. Não se trata simplesmente de abrir porta para que venham, para acolher mas de sair portafora, para procurar e encontrar (Papa Francisco, homilia, 27.07.2013) Com estes votos, e sob o olhar misericordioso da Santíssima Virgem, o Santo Padre concede a todos os que tomam parte das celebrações do círio de Nazaré, como penhor de constante assistência divina, a imploração da benção apostólica. Cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado

    Aproveito o ensejo para confirmar-me com sentimentos de estima e consideração.

    Dom Giovanni D'Aniello, Núncio Apostólico


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    Papa cria nova diocese no Brasil: Coari, no Amazonas 
    Bispo Dom Marek Marian Piatek, C.SS.R., é o primeiro bispo


    CIDADE DO VATICANO, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja brasileira ganhou mais uma diocese nesta quarta-feira: Coari, no Amazonas, até então Prelazia Territorial. O Papa Francisco nomeou como primeiro Bispo Dom Marek Marian Piatek, C.SS.R., até então Bispo Prelado. Conforme informações da Rádio Vaticana.

    Dom Piatek nasceu em 10 de outubro de 1954 na cidade de Tuchów, na Polônia. É membro da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), na qual emitiu a primeira profissão religiosa em 15 de agosto de 1974.

    Estudou Filosofia e Teologia no Seminário dos Redentoristas de sua cidade, e obteve o Doutorado em Teologia Moral na Academia Alfonsiana de Roma.

    Foi ordenado sacerdote em 5 de junho de 1980 e seis anos depois foi enviado como missionário ao Brasil, na Arquidiocese de Salvador, onde desempenhou vários cargos, como formador de estudantes, professor de Teologia e pároco.

    Em 15 de junho de 2011, foi nomeado Bispo Prelado de Coari, recebendo a ordenação episcopal em 12 de agosto do mesmo ano.

    A nova diocese pertence à Província Eclesiástica de Manaus e ao Regional Norte 1 da CNBB. A sede diocesana está na Catedral Sant'Ana e São Sebastião, em Coari, a 400 quilômetros da capital do estado.

    A diocese de Coari possui dez paróquias e um território de 135 mil quilômetros quadrados.


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    "Deus confia o ser humano à mulher" 
    Roma, 10 a 12 de outubro: seminário do Conselho Pontifício para os Leigos sobre a Mulieris dignitatem, 25 anos após a publicação pelo papa João Paulo II


    ROMA, 08 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Um seminário sobre a Mulieris dignitatem, 25 anos após a publicação do documento pelo beato João Paulo II, é a nova proposta do Conselho Pontifício para os Leigos. De 10 a 12 de outubro, uma série de reuniões em Roma celebrará o aniversário da carta apostólica publicada em 15 de agosto de 1988. Ênfase particular, conforme o comunicado do dicastério, será dada a uma frase específica do documento papal: "Deus confia o ser humano à mulher". Esta declaração, tema do seminário, é "forte e cheia de significado", mas "talvez não tenha sido estudada o suficiente nos últimos anos", observa o comunicado.

    O Conselho Pontifício para os Leigos quer propor "uma reflexão renovada sobre este importante documento", lembrando que a Mulieris dignitatem foi escrita imediatamente após o sínodo sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, em 1987, em atendimento a um pedido feito pelo sínodo para se considerarem os fundamentos antropológicos e teológicos da condição da mulher como base indispensável para toda novidade a ser implementada na vida da Igreja.

    A exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici, publicada pouco depois da Mulieris dignitatem, afirma: "É de todo necessário passar do reconhecimento teórico da presença ativa e responsável das mulheres na Igreja para a realização prática [...] O novo Código de Direito Canônico contém várias disposições sobre a participação da mulher na vida e na missão da Igreja: são disposições que devem ser conhecidas ao máximo e, de acordo com as diversas sensibilidades culturais e oportunidades pastorais, ser postas em prática mais rápida e resolutamente" (ChL, 51).

    "Hoje", prossegue o comunicado, "sente-se ainda mais a urgência de se colocar em prática o que o sínodo auspiciou para uma participação mais ativa das mulheres na vida e na missão da Igreja: atualizar as reflexões desses documentos fornecerá indicações importantes sobre a estrada a ser trilhada, contribuindo-se também para a resposta aos apelos do papa Francisco a este respeito".

    "Ao longo dos últimos vinte e cinco anos, a presença e participação das mulheres na vida social, econômica , cultural e política tem aumentado gradualmente em todo o mundo. Ao mesmo tempo, no entanto, temos testemunhado o crescimento de uma grave crise antropológica mundial, oportunamente denunciada pelo papa Bento XVI, que destacou que os homens do nosso tempo sofrem de um 'estranho ódio contra si mesmos', que se reflete nas muitas expressões de mal-estar que estão diante dos olhos de todos. Na Santa Missa de início do seu pontificado, o papa Francisco chamou a todos, homens e mulheres, a ser 'guardiães da criação, do plano de Deus inscrito na natureza, a ser custódios uns dos outros e do meio ambiente' (19 de março de 2013)".

    "A proteção do humano", continua o comunicado, "longe de ser um fardo imposto de fora, é uma oportunidade de realização pessoal quando assumida na liberdade do amor. Em vários discursos recentes, o papa Francisco enfatizou que a fecundidade é um componente essencial da realização pessoal de todos os homens e mulheres; a fecundidade é feita daquele "dom sincero de si mesmo" (GS 24), que é vocação de toda pessoa humana, vivida nas formas peculiares do feminino e do masculino. Infelizmente, algumas ideologias levaram à perda de vista da verdade e da riqueza da fecundidade própria da mulher; uma riqueza, no entanto, que é vivida com alegria por muitas mulheres nos vários estados de vida e nos diferentes contextos geográficos e sociais".

    O seminário contou com a participação de especialistas e representantes de associações e movimentos de 25 países, 39 associações e movimentos eclesiais e 22 diferentes áreas profissionais: teólogos, filósofos, educadores, professores universitários, jornalistas, historiadores, médicos, advogados, artistas, engenheiros, etc. Esse muito diversificado grupo de mulheres e homens poderá dialogar "na Igreja e como Igreja" sobre os novos desafios, assim como desenvolver respostas adequadas a partir da dignidade e da vocação dada por Deus a cada mulher e a cada homem.


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    Nenhuma abertura da Igreja alemã em relação aos sacramentos para os divorciados 
    Um artigo publicado na diocese de Friburgo anunciava uma "mudança" na Igreja da Alemanha. A Santa Sé nega: "Não muda nada"


    ROMA, 08 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Não há nenhuma abertura da Igreja alemã em relação aos sacramentos para os divorciados e recasados. A Santa Sé nega a suposta "mudança" que sofreria a Igreja na Alemanha após a publicação de um documento sobre os sacramentos para os católicos divorciados e recasados na diocese de Friburgo, divulgado ontem pelo site da revista alemã Der Spiegel.

    "Nada muda, não há nenhuma novidade para os divorciados e recasados", afirmou o padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.Trata-se de uma decisão "assinada pelo bispado de Freiburg e que em nada conta com o aval da conferência episcopal alemã. É um documento puramente local", afirmou aos jornalistas o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé.A conferência episcopal é dirigida pelo arcebispo de Freiburg, Robert Zollitsch, à frente da Conferência Episcopal alemã até 2014. De acordo com o porta-voz do Vaticano o documento "não é oficialmente expressão das autoridades diocesanas".

    No ano passado, 120 sacerdotes haviam assinado um documento em Friburgo tornando público a discordância sobre a comunhão para divorciados e recasados. Tema, este, tratado repetidamente no Conselho dos Cardeais e na Secretaria do Sínodo. 


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    Teria acontecido no último sábado um encontro entre o papa e o padre jesuíta que foi preso pela ditadura argentina? 
    O religioso já tinha esclarecido que Bergoglio não o entregou à ditadura quando era provincial da Companhia de Jesus

    Por Redacao


    ROMA, 07 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Embora não confirmada pela Santa Sé, circula a versão de que o santo padre Francisco tenha se reunido na manhã do último sábado, 5 de outubro, com o padre Francis Franz Jalics, o jesuíta de origem húngara, hoje com oitenta e seis anos de idade, que foi capturado pelo regime militar na Argentina em 1976, junto com o irmão Orlando Yorio.

    A história une os dois religiosos ao papa Bergoglio, que na época era o superior provincial dos jesuítas na Argentina. Algumas versões veiculadas pela imprensa acusaram Francisco de tê-los delatado aos militares, mas o próprio padre Jalics, que agora vive na Alemanha, deu o seu testemunho no site Jesuiten.org, afirmando que Bergoglio não fez nenhuma denúncia contra ele.

    Segundo o site perfettaletizia.it, o padre Jalics teria se manifestado dizendo que "somente vários anos depois [de 1976, ano da sua prisão, ndr], tive a oportunidade de falar sobre aqueles eventos com o padre Bergoglio, que na época já tinha sido nomeado arcebispo de Buenos Aires. Depois daquela conversa, celebramos uma missa pública e nos abraçamos com solenidade. Foi um gesto comovente, deliberadamente feito na frente de milhares de fiéis, para acabar com aquela calúnia".

    O idoso jesuíta recorda: "Eu vivia em Buenos Aires desde 1957. Em 1974, movido pelo desejo interior de viver o evangelho e de denunciar a terrível pobreza, e com a permissão do então arcebispo Aramburu [de Buenos Aires] e do padre Jorge Mario Bergoglio, eu fui morar numa favela, juntamente com outro irmão".

    A mídia online considera que, se confirmada a notícia do encontro entre o papa e o padre Jalics, "terá sido um momento de definitivo esclarecimento".


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    Cultura e Sociedade
    Um pouco de New Age (Parte II) 
    A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima

    Por Sandro Leoni


    ROMA, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Conferência Episcopal Italiana (CEI) apontou a Nova Era, juntamente com o movimento das Testemunhas de Jeová (salvação alternativa vinda de cima), como um símbolo do neo-gnosticismo (auto-salvação vinda de baixo):

    "A New Age:

    41. Mais do que grupos individuais e movimentos religiosos definidos, com estruturas e doutrinas próprias, devemos levar em consideração a propagação de uma nova maneira de compreender o mundo, que atende pelo nome de New Age: nela, confluem e se confundem pensamento oriental, elementos de derivação cristã, doutrinas esotéricas, novas cosmologias e interpretações astrológicas, numa composição sincretista que tende a responder às mais diversas e até opostas exigências da sociedade contemporânea.

    A New Age desvaloriza e torna irrelevante o critério de verdade, e quem evoca a sua necessidade é considerado perigoso para a concórdia entre os homens, perturbador do caminho rumo à nova era, a qual estaria destinada a pôr fim às disputas e divisões das idades anteriores do mundo.

    No limiar do milênio, é prometida uma "nova era" do mundo, a "Era de Aquário", que será de unidade e paz universal, caracterizada pelo advento de uma religião planetária, herdeira do que houve de positivo em todas as religiões anteriores, levando-as, assim, ao seu cumprimento. Embora faça referências também ao pensamento de autores cristãos, esse movimento esvazia o evento salvífico de Cristo eliminando a sua verdade, singularidade e plenitude.

    Além do sincretismo, a New Age é dominada por um vago naturalismo e imanentismo. O homem, de acordo com essa linha de pensamento, pode se tornar capaz, através de algumas técnicas, de fazer a experiência do divino sem a ajuda da graça divina, realizando com as próprias forças a sua salvação, da qual depende a harmonia universal.

    42. O pensamento da New Age se espalha de modo sutil e quase imperceptível, por muitos canais e formas, e é apresentado com metodologias adequadas inclusive para as crianças, sublinhando as suas características de amor universal e de proteção da natureza.

    Esta proposta pode ser enganosa, porque apresenta determinados objetivos com os quais é fácil concordar: harmonia entre homem e natureza, consciência e compromisso para tornar o mundo melhor, mobilização de todas as forças do bem para um novo projeto unitário de vida.

    Algumas técnicas propostas podem ser consideradas naturalmente boas e psicologicamente úteis, mas outras são altamente questionáveis, porque usam formas que violam a ética natural e o respeito pelo ser humano.

    Exige-se, portanto, um aprofundamento e um esclarecimento sobre esta nova forma de sincretismo religioso, que é difícil de definir. Só é bom o que é verdadeiro: este é o critério que deve nos guiar. Temos uma obrigação de consciência para com a verdade e um dever de obediência à Palavra revelada, advertidos que fomos por São Paulo de que existe sempre o risco de trocarmos a verdade de Deus pela mentira e de adorarmos "a criatura no lugar do Criador" (Rm 1, 25).

    43. A resposta cristã para a Nova Era está no mistério da Encarnação: o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria "para nos salvar". Não há salvação em nenhum outro nome (cf. At 4 , 12). Ninguém pode salvar a si mesmo, com técnicas humanas.

    Apesar da companhia de todas as constelações e com todas as práticas psicológicas possíveis, o homem permanece irremediavelmente sozinho. Veio Outro para nos salvar, aquele que "por nós, homens, e pela nossa salvação, desceu dos céus" e está vivo e operante mediante o seu Espírito na Igreja.

    O cristão não adere a um salvador humanamente inventado, mas ao Jesus Cristo do Evangelho, que nos salva através da cruz e da ressurreição, propondo o caminho das bem-aventuranças e nos fazendo transcender o horizonte terreno, ainda que o ilumine e o promova".



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    Um pouco de New Age (Parte I) 
    A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima

    Por Sandro Leoni


    ROMA, 08 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Nova Era, ou New Age, é um fenômeno contemporâneo, de invenção "laica", que copiou a ideia de São Pedro: foi ele o primeiro a dizer que os cristãos esperam "novos céus e nova terra", aludindo à palingênese do cosmo na segunda vinda de Jesus Cristo. Mas, sendo laica, a New Age deturpou-lhe tanto o propósito, que para nós é a vida eterna na glória de Deus e para ela é um progresso indefinido na terra, quanto a causa, que para nós é Deus e para ela são as estrelas: o motor do seu mecanismo seria a astrologia, a passagem da constelação de Peixes para a de Aquário.

    Esta ideologia, que remonta à revolução estudantil de 1968, diferentemente da seita que acredita numa mensagem de salvação que vem de cima, confia a "redenção" dos indivíduos ao agir pessoal e a ideias particulares. É um neo-gnosticismo: a gnose, presente desde os tempos apostólicos, confia à mente, ao seja, ao próprio homem, o caminho da salvação, uma salvação que é concebida como iluminação, emancipação, desenvolvimento de potencialidades interiores, autodivinização ("nós somos Deus", declarou a atriz Shirley MacLaine, adepta e divulgadora).

    A New Age (que, após o fracasso das suas promessas sociais, evoluiu para uma "Next Age", apontando para o "Yes, we can") não é uma doutrina, uma ideologia, não tem uma estrutura organizada com ativistas, centros específicos, etc... Ela é uma "atmosfera", um "clima", uma tensão emocional, alimentada por várias redes que desembocam nela como em um lago. Alguns dos "afluentes" estão presentes desde sempre como um problema pastoral para a Igreja. Astrologia, magia, espiritismo (reciclado como channeling) formam a sua espinha dorsal, mas a "salada" (sim, esta é uma das definições!) é formada ainda por terapias alternativas, medicina holística, a chamada nova música, uma nova política, a crença em "energias sutis" que devemos aprender a canalizar ou evitar, a crença na reencarnação, a existência de chacras que canalizam as energias do cosmo, a pranoteapia, o reiki, a energia terapêutica e formativa das pedras, os florais de Bach e uma longa lista de outros elementos... Em resumo, o sincretismo é o padrão da Nova Era.





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    Para Edith Stein a pessoa é um indivíduo dotado de uma dignidade inegociável 
    Em entrevista a ZENIT o Dr. Juvenal Savian Filho, professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo, fala sobre o II Simpósio Internacional Edith Stein

    Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


    BRASíLIA, 07 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - No passado mês de Agosto, dos dias 26 ao 29, ocorreu em Salvador, BA, o II Simpósio Internacional Edith Stein. O primeiro Simpósio ocorreu em Fortaleza, em 2011.

    O objetivo do Simpósio foi o encontro e o intercâmbio entre os pesquisadores brasileiros do pensamento de Edith Stein, bem como o trabalho com um especialista estrangeiro.

    Em 2011, o simpósio contou com a presença de Angela Ales Bello, da Universidade Lateranense de Roma. Em 2013, contou com Francesco Alfieri, da Universidade de Bari (Itália), que deu a conferência inaugural e ministrou um minicurso de três dias. Nesse sentido, o simpósio contou com o apoio da CAPES, que visa tanto fortalecer os grupos de pesquisadores brasileiros, como a internacionalização dos trabalhos.

    Em entrevista a ZENIT o Prof. Dr. Juvenal Savian Filho, professor de filosofia da Universidade Federal de São Paulo, nos fala mais sobre o pensamento de Edith Stein e o estudo da sua filosofia no Brasil.

    *** 

    ZENIT: O título do Simpósio fala do conceito de Pessoa na filosofia e nas ciências humanas. O que é a pessoa na visão de Edith Stein?

    Dr. Juvenal: A pessoa é, em primeiro lugar, a unidade fundamental da experiência e ação humanas. Em vez de falar de indivíduo simplesmente, ela prefere falar de pessoa, mesmo em sua primeira fase de estudos, sob a orientação de Edmund Husserl, antes de converter-se ao cristianismo. Isso aponta para uma consideração do indivíduo como dotado de uma dignidade inegociável e não apenas como o elemento mínimo do agrupamento humano. À medida em que avançou em seus estudos, Edith retomou a definição clássica de pessoa, dada por Boécio de Roma (475-525) e retomada por Santo Tomás de Aquino, qual seja, "a substância individual de natureza racional". Isso quer dizer, em linhas gerais, que cada indivíduo humano é a sede da experiência e da compreensão do mundo, bem como da ação livre. Em outras palavras, a experiência e a compreensão do mundo não provêm de alguma coletividade ou de alguma instância que estaria acima dos indivíduos e "conheceria" por eles ou determinaria seu conhecimento e sua ação. Ao contrário, cada pessoa é a instância em que se toma consciência do mundo e de onde nasce o sentido de sua própria ação. Esses elementos fundamentais compõem a dignidade de cada indivíduo humano, que é um valor em si mesmo. Falar de pessoa é ter fundamentalmente esses elementos em vista.

    ZENIT: Qual a consequência de se colocar métodos, instituições, governos, por acima da pessoa?

    Dr. Juvenal: A consequência é a arrogância e o totalitarismo, sob variadas formas (nos governos, mas também nas ciências, nas filosofias, nas artes, nas religiões). A arrogância leva a crer que se sabe o que é melhor para o outro, ainda que isso represente uma violência para ele. O totalitarismo consiste na falta de limites na atividade de um líder ou grupo que ocupa alguma forma de poder. Ambos os fenômenos podem ocorrer em planos maiores, como os governos e Estados, mas também em planos menores, como na prática das relações entre os indivíduos, na produção do conhecimento etc. Se não assumimos um ponto de partida comum, não é possível evitá-los. E esse ponto de partida comum só pode ser a valorização incondicional de cada indivíduo humano, com base em sua natureza de valor em si mesmo. Trata-se da dignidade da pessoa humana.

    Mesmo uma religião (que pretende, em princípio, anunciar o que é bom para o ser humano) pode ser arrogante e totalitária. É o que ocorre quando o anúncio religioso é feito sem levar em conta a experiência do interlocutor, numa desvalorização completa do que ele vive, como se estivesse inteiramente no erro por não partilhar a mesma fé.

    Filósofos, cientistas e artistas, quando desconsideram o outro, numa atitude de desprezo, violentam-no e mostram-se também totalitários. Por outro lado, em nome da dignidade humana também não podemos sobrepor às dinâmicas coletivas os interesses de grupos e indivíduos. Em nome da dignidade humana, não convém causar empecilhos à ação dos Estados quando eles se esforçam honestamente por representar as mais variadas experiências humanas e garantir tolerância e respeito incondicional às diferenças individuais e grupais. É uma relação tensa, que exige muita prudência e sabedoria, pois o melhor caminho para a solução das dificuldades é o respeito pela dignidade pessoal do outro. Edith Stein, em seu livro sobre o Estado, trata de maneira excelente esses temas.

    ZENIT: Que outro elemento de Edith Stein poderia ajudar o mundo de hoje?

    Dr. Juvenal: Em correlação direta com o tema da experiência individual (humana), uma contribuição de extrema atualidade dada por Edith é a descrição da pessoa humana como um ser de dimensões físicas, psíquicas e espirituais. Edith não faz essa descrição com base em argumentos de autoridade, mas levou em conta a experiência sua e de pessoas próximas, sob a iluminação das ciências (inclusive elementos da psicologia e da psicanálise da época, do darwinismo, da física quântica nascente etc.) e de diferentes filosofias (o idealismo alemão, o Romantismo, a literatura, a fenomenologia, o pensamento medieval). Sua orientação fundamental era a fenomenologia, mas Edith operava com vários referenciais, o que lhe possibilitou evitar uma valorização excessiva de algum dos componentes do ser humano. Ela sobretudo evita um dualismo corpo-espírito. Edith via mais coerência em descrever o ser humano em termos de uma dualidade na unidade da pessoa. Muitos outros elementos do pensamento steiniano poderiam ser evocados como contribuições para o mundo de hoje (a concepção de educação e formação, a defesa das ciências humanas, a identificação de uma alma especificamente feminina, a valorização da mulher por ela mesma e não em função simplesmente do homem, uma nova concepção da feminilidade e da masculinidade, uma releitura da teoria das espécies, uma visão integradora da experiência religiosa etc.). Edith Stein, por sua simplicidade e honestidade intelectual, tratou de forma original de muitos temas. Há muitos aspectos de seu pensamento a serem redescobertos. Do ponto de vista mais acadêmico-universitário, Edith ainda tem muito a ensinar sobre a história da fenomenologia nascente, sobretudo referente aos anos 1910-1930 (edição de textos de Husserl, relação com Heidegger etc.).

    ZENIT: A fenomenologia é conhecida e estudada nas Universidade brasileiras?

    Dr. Juvenal: A fenomenologia é estudada há bastante tempo nas universidades brasileiras, em primeiro lugar, por sua importância histórica, mas também pelo modo como ela fecunda formas de pensamento ainda hoje. Definitivamente, não é razoável crer que Husserl foi o último filósofo da "subjetividade", e que, depois de Frege e Wittgenstein tudo virou uma "questão de linguagem". Sustentar essa visão é algo já ultrapassado nos últimos anos, ao menos pelos bons historiadores da filosofia. Assim, há várias universidades brasileiras em que se estuda seriamente o pensamento fenomenológico, sobretudo de Edmund Husserl, Maurice Merleau-Ponty e Emmanuel Lévinas. Também Michel Henry tem recebido especial atenção em algumas universidades, além de Jan Patocka. Muitos pesquisadores poderiam ser citados por terem beneficiado os estudos fenomenológicos na universidade brasileiras. Dentre eles, os nomes mais conhecidos são, sem dúvida, Bento Prado Júnior (✝ 2007) e Carlos Alberto Ribeiro de Moura. Quanto ao estudo específico de Edith Stein, sua entrada na universidade se deu há cerca de 20 anos, quando a Profa. Aparecida Jacinta Turollo Garcia (ASCJ) iniciou, com grande generosidade, um trabalho de divulgação do pensamento steiniano. Ela é quem organiza, há mais de uma década, visitas anuais da Profa. Angela Ales Bello ao Brasil.

    ZENIT: Uma pessoa interessada pela fenomenologia de Edith Stein deveria começar por onde o seu estudo aqui no Brasil? Existem boas fontes?

    Dr. Juvenal: No que diz respeito às fontes, infelizmente as obras de Edith ainda não estão traduzidas em português. A ciência da cruz (Edições Loyola) é a única obra integralmente traduzida. Alguns textos sobre a mulher e a formação humana foram traduzidos e publicados no volume A mulher (EDUSC). Há uma meditação sobre o Natal também publicada (EDUSC), além da peça de teatro em que Edith imagina um encontro entre Edmund Husserl e Tomás de Aquino (Revista Mirabilia, texto disponível na Internet). Salvo engano, é só. Isso não representa nem 20% da produção de Edith. Os brasileiros precisam ler nas traduções espanhola, italiana, inglesa e francesa, quando não podem ler os originais em alemão. Isso é uma dificuldade séria, porque nem sempre essas traduções são boas. Quanto a encontrar pesquisadores que trabalham sobre o pensamento de Edith Stein, é possível encontrá-los em várias universidades: para o campo específico da filosofia, há pesquisadores na Unifesp, UECE, UFSC, UFRB; para temas de educação, UFCE, UECE, UFMG; para temas de psicologia, UFMG, UFU, USP. Interessados podem escrever-me e eventualmente indicarei pesquisadores ligados às diferentes áreas! Meu contato é juvenal.savian@unifesp.br


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    Liturgia e Vida Cristã
    Quem lê o evangelho: o diácono ou o sacerdote? 
    Responde o pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual

    Por Pe. Edward McNamara, L.C.


    ROMA, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Em sua coluna semanal, o padre McNamara responde hoje a uma pergunta de um leitor do Brasil

    Caro pe. Edward McNamara, li a sua resposta sobre a leitura do Evangelho e fiquei com uma dúvida. O senhor escreve, com base no nº 59 do OGMR, que "o Evangelho é anunciado pelo diácono ou por outro sacerdote". Deduzo disto que, mesmo quando há um diácono presente, o Evangelho pode ser proclamado pelo sacerdote e não pelo diácono. Eu sempre soube que, quando há um diácono presente, cabe a ele a proclamar o Evangelho. Gostaria de um esclarecimento e aproveito para parabenizá-lo pelas suas explicações muito úteis sobre a liturgia – S.V.F., diácono da diocese de Uberlândia, MG.

    Publicamos abaixo a resposta do pe. McNamara .

    As normas que regem esta questão não são absolutas e permitem certa flexibilidade para nos adaptarmos a circunstâncias especiais. Ao mesmo tempo, existem aspectos de decoro litúrgico que devem ser respeitados na medida do possível.

    O princípio a ser observado é que, se um diácono está presente, cabe a ele a ler o Evangelho. Anunciar o Evangelho faz parte do diaconato e, normalmente, o diácono não deve ser substituído neste serviço.

    Um sacerdote pode proclamar o Evangelho apenas se o diácono estiver impedido por alguma razão excepcional: por exemplo, se ele não conhece o idioma em que o Evangelho é lido em uma celebração multilíngue. Da mesma forma, se o Evangelho tiver de ser cantado e o diácono não estiver qualificado para essa tarefa, um concelebrante poderá proclamar o texto sagrado.

    No caso de celebração sem diácono, o celebrante principal, seja bispo ou sacerdote, não deveria ler o Evangelho, ainda que, normalmente, caiba a ele pregar a homilia.

    Isso acontece porque, tradicionalmente, no rito latino, a proclamação do Evangelho não é um ato presidencial. Esta é provavelmente a razão pela qual a saudação "O Senhor esteja convosco" é pronunciada com as mãos juntas, seja pelo diácono, seja pelo padre, antes de ser proclamado o texto. Abrir e juntar as mãos é reservado aos atos especificamente presidenciais e, portanto, o diácono não deveria nunca fazer esse gesto durante a missa, embora possa fazê-lo quando preside outras funções litúrgicas nas quais nenhum sacerdote está presente.

    Se houver dois diáconos, as tarefas são normalmente divididas: um é o diácono da Palavra e o outro é o da Eucaristia. Fora do anúncio do Evangelho e das intercessões gerais, o diácono da Palavra fica à esquerda do celebrante durante a liturgia da Eucaristia, podendo também incensar o Santíssimo Sacramento durante a Oração Eucarística. O diácono da Eucaristia, por sua vez, se encarrega das funções usuais de um diácono durante a preparação das ofertas, a oração eucarística e o sinal da paz.

    ***

    Os leitores podem enviar perguntas para liturgia.zenit@zenit.org . Pedimos mencionar a palavra "Liturgia" no campo assunto. O texto deve incluir as iniciais do remetente, cidade, estado e país. O pe. McNamara só pode responder a uma pequena seleção das muitas perguntas que recebemos.


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    Familia e Vida
    Família e Vida: Sobrevivência II 
    Os órgãos com funções judiciais devem defender e promover a dignidade de cada pessoa, e serem imparciais, sobretudo no campo partidário e em matéria de ideologias totalitárias e relativistas

    Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte


    RIO DE JANEIRO, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Um novo desafio que a família vem enfrentando tanto na América Latina como na Europa com respeito à promoção e a defesa dos seus autênticos direitos e da dignidade da vida humana é de natureza jurídica.

    Tanto a nível dos tribunais nacionais quanto a nível de tribunais e cortes internacionais verifica-se um enfraquecimento progressivo da ciência jurídica devido às forças dos interesses marcadamente ideológicos, que pretendem instaurar na sociedade um novo modelo de relações interpessoais.

    Muitos desses tribunais estão a serviço de grupos minoritários, que numa linha de pensamento relativista atuam no campo da ética natural e cristã. Em vez de emitirem sentenças sobre casos concretos que realmente violam os Direitos Humanos e a dignidade da pessoa humana, esses tribunais passaram a ser os promotores de "novos direitos". Com muita razão fala-se hoje de uma "juristo-cracia".

    Os "juristocratas" pretendem introduzir nos sistemas legais dos países democratas novos consensos, por exemplo, redefinindo o matrimônio e a família, conceituando o que é concepção da vida humana, apresentando a união entre pessoas de mesmo sexo e a de adoção de filhos como novo modelo de amor. Resumindo, em muitos tribunais e cortes internacionais há uma estratégia bem estabelecida para a reconstrução e reinterpretação dos direitos baseados na dignidade inerente e inviolável da pessoa humana.

    Um grupo de pessoas preocupadas e dedicadas ao conhecimento desse novo desafio de natureza jurídica esteve reunido em Roma, na sede do Pontifício Conselho para a Família, durante todo o dia 18 de setembro passado. Desse grupo faziam parte políticos, advogados, procuradores de Estado, comunicadores, filósofos, professores universitários, bispos, que atuam tanto no ambiente pastoral como no ambiente civil.

    Nessa reunião intitulada "Estudo sobre a família na jurisprudência e nas cortes internacionais" dentro do Seminário Internacional sobre os "Direitos da família e os desafios do mundo contemporâneo", organizado pela Associação Italiana de Juristas Católicos junto com o Pontifício Conselho para a Família, procurou-se aprofundar na dinâmica funcional do sistema jurídico desses tribunais e cortes internacionais para se posicionar, desde o Direito Natural e a soberania das nações, diante dessas sentenças que acabam descaracterizando a família e desprestigiando a vida humana, e também para determinar bem quais são os instrumentos disponíveis para a verdadeira defesa e promoção dos autênticos Direitos Humanos.

    Dentro da realidade dos países latinoamericanos e caribenhos existe um Sistema Interamericano de Direitos Humanos criado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e que tem sua vigência desde julho de 1978. Esse sistema tem dois órgãos: a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com funções consultivas e jurisdicionais, e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com funções consultivas e fiscais.

    Essa Corte Interamericana emite ditames sobre os direitos humanos dos países que fazem parte dela e também sentenças e resoluções vinculantes, pois atua como um tribunal de justiça internacional. As recomendações e as divisões da Comissão não são vinculantes, mas na quase totalidade dos casos são respaldadas pela Corte.

    A resposta dada nesse encontro romano a toda essa "juristo-cracia" foi a organização de redes e oficinas de observação, bem como a criação de foros de debates onde juristas e estudantes de Direito procurarão novas vias de atuação, a nível governamental e social, para que existam no mundo políticas e leis a favor da vida, do matrimônio e da família.

    Também foi considerado a necessidade da coordenação nacional de um plano para animar e mobilizar aos católicos, a fim de que criem uma estrutura de comunicação e de intercâmbios de experiências vividas a favor dos valores éticos fundamentais, a fim de que as desigualdades sociais diminuam, bem como haja uma melhora da qualidade da educação e da informação pública relacionados aos temas da vida e da família.

    Sabe-se que a dignidade humana é a raiz profunda dos Direitos Humanos. Sabe-se também que não há nenhum valor que supere essa dignidade, nem sequer a liberdade, a igualdade, tampouco a justiça dos homens.

    Portanto, todos os órgãos com funções judiciais num país ou a nível regional ou mundial, quando vão resolver questões referentes a possível violação de algum Direito Humano, devem antes de tudo respeitar e, mais ainda, defender e promover a dignidade de cada pessoa, e serem imparciais, sobretudo no campo partidário e em matéria de ideologias totalitárias e relativistas.

    Para ler o primeiro artigo clique aqui

    Dom Antonio Augusto Dias Duarte

    Bispo auxiliar do Rio de Janeiro


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    Número especial da revista Família e Vida traz 35 textos de Bergoglio 
    Documentos publicados e discursos pronunciados entre 1999 e 2013 serão disponibilizados no final de outubro

    Por Rocio Lancho García


    ROMA, 10 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Foi apresentado hoje, na sala de imprensa do Vaticano, um número especial da revista Família e Vida, com 35 textos do então cardeal Bergoglio. A apresentação ficou a cargo do pe. Gianfranco Grieco, O.M.F., diretor da revista, durante a roda de imprensa sobre a assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Família.

    O livro recopila documentos sobre família e vida que foram escritos ou pronunciados pelo cardeal Bergoglio de 1999 até 2013. Grieco afirma que "o rosto do novo papa Francisco, bem conhecido na sua terra argentina e na América Latina, precisava ser conhecido e amado também por causa da paixão cultural e pastoral dos anos do seu ministério episcopal em Buenos Aires e no âmbito da Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe".

    "A primeira descoberta que fizemos foi sobre o seu estilo e sobre a sua linha de pensamento: conceitos claros, imediatos e diretos, que sensibilizam o coração, sacodem as consciências adormecidas e provocam a inteligência. Este nos parece o seu itinerário cultural e pastoral: ele parte do coração para mudar a consciência, provocando a inteligência e a razão".

    O volume será apresentado dentro em breve, em italiano e em espanhol. Quanto à temática, Griego explica que "basta folhear o índice para entender a atualidade dos conteúdos. São temas de ontem que voltam hoje à pregação cotidiana evangélica e franciscana do papa Francisco: a cultura do diálogo e do encontro; cuidar do outro; a escola como um lugar de acolhimento; a urgência de reorientar a política numa linha de criatividade; abrir e engrandecer os corações; conseguir uma grande esperança". E ainda "a família e a solidariedade social, a família e a paróquia, a dignidade e o trabalho", bem como "a eutanásia e o aborto, o matrimônio, o divórcio e o casamento entre pessoas do mesmo sexo".


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    Dia do Nascituro encerra Semana Nacional da Vida 
    Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a vida e a Família sugere que atividades públicas, e também no âmbito da comunidade, sejam feitas para coletar assinaturas em favor da aprovação do Estatuto do Nascituro


    BRASíLIA, 08 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - O dia 8 de outubro de cada ano é dedicado aos nascituros Em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data conhecida como Dia do Nascituro, foi uma decisão da 43ª Assembleia Geral, realizada em 2005, em Itaici (SP), e marca o encerramento da Semana Nacional da Vida, que ocorre de 1º a 7 de outubro. Neste período, dioceses e comunidades de todo Brasil organizam atividades e celebrações em prol da vida.

    De acordo do o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, o momento é importante para suscitar a reflexão sobre o valor da vida. "A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças", afirma.

    Uma iniciativa que visa proteger, defender e valorizar a vida humana é o abaixo-assinado pela aprovação do projeto de lei 478/2007, conhecido como Estatuto do Nascituro. O bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a vida e a Família (CEPVF), da CNBB, dom João Carlos Petrini, enviou uma carta aos bispos e arcebispos do Brasil para que, em suas respectivas localidades, promovam a coleta de assinaturas para aprovação do projeto.

    O presidente da comissão sugere que atividades públicas, e também no âmbito da comunidade, sejam feitas para coletar assinaturas em favor da aprovação do Estatuto do Nascituro, na Câmara dos Deputados, em apoio aos deputados que pedem a alteração da lei 12845/2013, que visa atendimento obrigatório a vítimas de violência sexual, mas que obriga também a administração da pílula do dia seguinte (pílula abortiva). Para coleta de assinaturas clique aqui.

    "O ser humano que é gerado no ventre de uma mulher, com a participação de um homem, não é fabricado por aquele homem e aquela mulher, não é um produto que eles produzem, é sempre uma criatura de Deus. O homem e a mulher são apenas instrumentos de uma vontade criadora infinitamente maior, a vontade de Deus, que nos quer, e quer a nossa vida", explica o bispo.

    Ainda, segundo dom Petrini, "a vida é um dom de inestimável valor, feito de amor e ternura infinita, porque a vida humana é relação com o Mistério Infinito, Eterno e Criador que a quer e a ama. Trata-se de um dom inegociável tanto no mercado quanto nos parlamentos", afirmou.

    Para o assessor da CEPVF, padre Rafael Fornasier, a aprovação do projeto é necessária, uma vez que a lei defende a vida da criança após o nascimento, mas não a protege no útero materno. "O Estatuto do Nascituro é projeto de lei que quer reforçar os direitos garantidos na Constituição Federal, também para a criança ainda no ventre materno, de tal maneira que o aborto não seja legalizado no Brasil, por desconsiderar a criança no ventre materno", explica o padre.

    O abaixo assinado, para a aprovação do Estatuto do Nascituro deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. "As assinaturas serão entregues ao possível relator do projeto de lei, como uma forma de demonstração de que há muita gente contrária ao aborto no Brasil, e quer uma defesa mais clara, da criança no ventre materno e da mulher", explica padre Rafael Fornasier.

    (Fonte:CNBB)


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    Cariocas vão às ruas contra o aborto 
    O sucesso da 1ª Caminhada pela Vida e contra o Aborto no Rio de Janeiro

    Por Alexandre Varela


    RIO DE JANEIRO, 07 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Este foi um foi um final de semana histórico para a luta contra o aborto no Brasil. Milhares de pessoas foram às ruas em todo o país para gritar bem alto que não querem a legalização do aborto.

    As Caminhadas pela Vida aconteceram no Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, Cascavel, Belém, São José dos Campos e Osasco. A grande questão em jogo era a luta pela aprovação do Estatuto do Nascituro (Projeto de Lei 478/2007) que, entre outras coisas, reconhece que a lei deve proteger a vida, desde a sua concepção. A coordenação dos eventos é do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto (www.brasilsemaborto.com.br) – movimento supra-partidário e supra-religioso.

    Na manhã do sábado, dia 5/10, foi a primeira vez do Rio de Janeiro. E com o apoio de católicos, espíritas e evangélicos, ao menos 2.000 pessoas se concentraram em frente a Igreja da Candelária. Não foi um número comparável às gigantescas caminhadas do nordeste, que chegam a ter mais de 50.000 pessoas, mas foi um bom começo. Esse foi o maior público reunido pela causa até hoje, na cidade. 

    Os participantes marcharam pela Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, com faixas e cartazes pedindo respeito pela vida e protestando contra a chamada "cultura de morte" que vem sendo cada vez mais difundida, principalmente pelos meios de comunicação em massa. A manifestação terminou no Largo da Carioca, onde várias personalidades discursaram e contaram suas experiências na luta contra o aborto, entre elas a cantora Elba Ramalho, a atriz Cassia Kiss, a deputada estadual Myrian Rios e o também deputado estadual Marcio Pacheco. A caminhada também contou com a presença de autoridades de várias denominações religiosas. Destaque para Dom Orani, que mostrou o total empenho da Arquidiocese do Rio de Janeiro com a causa e reforçou que todos os católicos precisam lembrar que a Vida é um grande presente de Deus.

    Ao final do evento, o ex-deputado Luiz Bassuma, um dos autores do Estatuto do Nascituro, apresentou a todos a importância da lei e, em entrevista exclusiva ao site ocatequista.com.br, conclamou todos os cidadãos do país a irem as ruas para defender a vida: "a cada segundo uma criança é assassinada no mundo, pelo aborto. São mais de 40 milhões por ano. Não dá pra ficar acomodado em casa. Porque quando se organiza um evento como esse, todo mundo fica sabendo, principalmente os poderosos, que começam a pensar duas vezes antes de tomar um caminho a favor do aborto".

    Foi um belo começo para o Rio de Janeiro. Que venham as próximas caminhadas!

    Alexandre Varela é catequista de Crisma e editor do site O Catequista.


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    Mundo
    Projeto "Um de Nós" reforça o ecumenismo 
    A iniciativa popular europeia foi destacada durante encontro realizado em Brescia pela igreja pentecostal Ministério Sabaoth

    Por Elisabetta Pittino


    ROMA, 10 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - "Eis como nasce um homem" é o título de uma conferência organizada pelo Ministério Sabaoth, uma igreja protestante pentecostal, que apresentou aos seus fiéis, no dia 29 de setembro, em Brescia, na Itália, a iniciativa popular europeia "Um de Nós", um abaixo-assinado que vem reunindo assinaturas em todo o continente para que o Parlamento Europeu reconheça a dignidade da pessoa humana desde a concepção.

    O palestrante foi o prof. Massimo Gandolfini, vice-presidente da organização italiana Scienza&Vita e presidente dos Médicos Católicos de Brescia. Gandolfini foi convidado como conferencista por um dos membros do Ministério Sabaoth, que já o tinha ouvido em uma conferência anterior, também focada no projeto "Um de Nós", em uma paróquia católica na cidade de Brescia.

    Participaram do encontro mais de cinquenta fiéis dessa comunidade protestante, muitas famílias e um grupo representativo de jovens.

    O prof. Gandolfini explicou o surgimento do projeto "Um de Nós" durante cinquenta minutos, seguindo-se um animado debate sobre a iniciativa e sua importância.

    Desta reunião "ecumênica", surgiu a possibilidade de diálogo e de unidade baseada na defesa do embrião humano. Brescia, relata o coordenador italiano da iniciativa popular, Michele Trotta, "é a cidade que tem o maior número de assinaturas já reunidas, graças ao trabalho coordenado de vários grupos católicos locais".


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    O papa oferece solidariedade e orações à presidente argentina 
    Cristina Kirchner foi operada devido a um hematoma cerebral. Médicos informaram que a operação foi satisfatória


    CIDADE DO VATICANO, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - O papa Francisco enviou uma mensagem à presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que está em processo de recuperação depois da operação a que foi submetida nesta terça-feira, para a drenagem de um hematoma na cabeça.

    No texto, o papa afirma à presidente: "Desejo estar presente neste momento particular com a minha oração por você e pelo total restabelecimento da sua saúde. Por meio destas palavras, peço que você me sinta presente. Asseguro a minha oração e proximidade. Peço a Nossa Senhora de Luján que a fortaleça, para que você mantenha a esperança bem alta e possa voltar às suas responsabilidades cotidianas. Não me esqueço dos seus familiares nestas duras circunstâncias, nem do pessoal médico que a assiste, suplicando a nosso Senhor que lhes dê a sua luz. Que Jesus a abençoe e que a Virgem Santa cuide de você".

    O porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro, anunciou à mídia que a operação foi "satisfatória" e que Fernández "está bem" e "tranquila". Scoccimarro completou que a presidente "cumprimentou a todos e agradeceu à equipe médica e a todas as pessoas que estão rezando por ela".

    O papa Francisco e a presidente da Argentina tiveram a oportunidade de se encontrar em várias ocasiões desde que o cardeal Bergoglio foi nomeado sucessor de Pedro. Cristina Kirchner viajou a Roma para a missa de início do pontificado e foi recebida pelo santo padre em 18 de março como a primeira visita a um presidente de governo. Eles voltaram a se encontrar na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em julho.


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    Entrevistas
    "A internet impacta o modo de pensar" 
    Conversa com o padre Antonio Spadaro, diretor de La Civiltà Cattolica

    Por Nicola rosetti


    ROMA, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - No evento de apresentação do seu livro "Ciberteologia", nesta segunda-feira, 7 de outubro, entrevistamos o padre Antonio Spadaro, diretor de La Civiltà Cattolica, a mais antiga revista italiana.

    Padre Antonio, o seu livro fala de "espiritualidade da tecnologia". Esta espiritualidade inerente à técnica foi compreendida pelo mundo laico? É um potencial que o mundo laico compreende?


    Eu acho que o desafio não é apenas para o mundo laico ou apenas para o mundo cristão, mas para o mundo em geral, para as pessoas de hoje. O ponto é entender o que é a tecnologia. Ela pode ser entendida como algo desumanizador, como aconteceu muitas vezes no século XX, ou pode ser entendida como a expressão da liberdade humana, dos seus desejos humanos mais profundos, da sua capacidade de ação e também das suas faculdades mais elevadas, como também pelo desejo de Deus. Se lermos bem dentro da tecnologia e da necessidade humana de expressar-se tecnologicamente, reconheceremos valores que também estão na base da espiritualidade humana. O maior desafio hoje é observar como o campo de reflexão da tecnologia é exatamente o campo das grandes questões do homem e, portanto, também o campo da espiritualidade humana.

    Como foi recebido na Igreja esse conceito de ciberteologia? Houve mais reservas ou mais abertura?

    As duas coisas. É um conceito em movimento, não é um dogma. Ele nasceu de uma questão simples: hoje a rede tem um impacto no modo de pensar, e a teologia consiste em pensar a fé: "intellectus fidei" é a definição tradicional de teologia. Então a questão é "se" e "como" o ambiente digital vai impactar a forma como pensamos a fé. Dentro do mundo da Igreja, eu encontrei um grande interesse neste assunto. E vi que o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e o Gabinete de Comunicação da Conferência Episcopal Italiana (CEI) têm grande interesse neste campo. A ciberteologia virou matéria na Universidade Gregoriana... Este ano eu fui convidado para lecionar essa matéria. Vou tentar, dentro dos limites de tempo e de disponibilidade que eu tenho. Fiquei impressionado com o interesse que ela tem despertado, não só na Itália, mas em várias partes do mundo. A inclusão dessa matéria no currículo teológico me confirma que chegou a hora de processar melhor esta reflexão.

    O senhor entrevistou o papa Francisco, no final de agosto. As palavras do dele percorreram o mundo inteiro e chamaram muito a atenção, tanto na Igreja quanto no mundo laico. Quais foram as palavras do papa que mais impressionaram o senhor? E quais foram os seus sentimentos diante de um papa que também é um dos seus irmãos jesuítas?


    É claro que a entrevista foi uma grande surpresa. Aliás, para mim, mentalmente e espiritualmente, não foi só uma entrevista, foi uma verdadeira experiência espiritual, de alto impacto humano e de grande valor espiritual. Considerando essa grande intensidade dessa experiência que eu tive, é muito difícil, para mim, achar uma passagem mais importante do que as outras, porque foram realmente muitos os pontos importantes abordados pelo papa.


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    Análise
    "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia", "estudos da CNBB", número 104 
    As contribuições acerca deste importante documento deverão ser encaminhadas para a sede da CNBB, em Brasília, até o dia 15 de outubro próximo

    Por Dom Orani Tempesta, O.Cist.


    RIO DE JANEIRO, 11 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A CNBB, em sua 51ª Assembleia Geral Ordinária, que se realizou na cidade mariana de Aparecida, entre os dias 10 e 19 de abril deste ano, aprovou que fosse estudado e aprofundado o tema central da Assembleia: "Comunidade de comunidades: uma nova paróquia", e para isso foi publicado, em forma dos assim chamados "estudos da CNBB", sob o número 104, para ser refletido em todas as nossas paróquias, comunidades e grupos de reflexão.

    Foi facultado que as contribuições acerca deste importante documento deverão ser encaminhadas para a sede da CNBB, em Brasília, até o dia 15 de outubro próximo, tendo em vista que estas contribuições serão assimiladas para o documento, que será submetido à apreciação, discussão e votação dos nossos irmãos Bispos, na 52ª Assembleia Geral da CNBB, que será celebrada de 30 de abril a 09 de maio de 2014.

    A Igreja nos convida a partir do pensamento central da V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e Caribenho, de 2007, que diz: "Ser Discípulo e Missionário de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida". Este pensamento nos leva a uma "conversão pastoral", abandonando um caminho e escolhendo outro, quando somos instados a "ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral decididamente missionária" (DGAE, n. 26). Nossas paróquias precisam se renovar. É o chamado constante do Papa Francisco para irmos às periferias existenciais do mundo para proclamar Jesus Cristo como Senhor.

    O estudo 104 é dividido em três capítulos. Teremos muitas correções e sugestões a fazer, mas hoje gostaria de expor um pouco desse estudo destinado a tornar-se documento da Igreja do Brasil. No primeiro capítulo, o documento parte da perspectiva bíblica da vida paroquial. Nossas comunidades devem estar focadas nas Sagradas Escrituras. A leitura orante da Bíblia, a intimidade com a Palavra de Deus, a experiência orante nos conduz a contemplar e a viver a missão de Jesus, que é a missão de todos os batizados. Nesse sentido somos convidados a ter intimidade com a oração, com o retiro, a exemplo de Jesus que passou quarenta dias no deserto, fortalecendo-se na sua missão como Servo de Deus e Filho do Homem que resgata o seu povo.

    É interessante que ainda temos barreiras ideológicas para serem vencidas em tantas situações de não aceitação do trabalho pastoral, que deve ser cada vez mais vivido, como a questão da leitura orante da Sagada Escritura. Sabemos também que muitos grupos de reflexão e círculos bíblicos são sementes de novas comunidades na paróquia para melhor sermos presenças em nosso território paroquial.

    Jesus, em sua pregação, nos chama de amigos, de irmãos e irmãs, havendo igualdade entre homem e mulher, partilha dos bens, superando toda a mentalidade de superioridade de um em função de outro, sendo que na Igreja todo poder é exercido como serviço. Nossas comunidades são convidadas a testemunhar a misericórdia de Deus, pregação que nos fascina no testemunho do Santo Padre Francisco, quando a Igreja é chamada a testemunhar o perdão e a reconciliação. A oração comunitária, dos reconciliados, é a oração eclesial de quem serve com alegria. Nossas Paróquias devem passar por uma mudança de mentalidade, empregando quatro fontes primordiais em todo trabalho pastoral e evangelizador: 1) hospitalidade; 2) partilha; 3) comunhão de mesa e 4) acolhida dos Excluídos. Estas quatro metas sustentam a vida comunitária, a exemplo de Jesus, o Bom Pastor, que nos ensina a recuperar a dimensão "caseira da fé", a dimensão da família que testemunha a sua fé primeiramenteem casa. Porisso, somos chamados a valorizar a dimensão da missa dominical em nossas comunidades, não apenas nas Igrejas Matrizes. O cuidado com os doentes e o anúncio do Reino de Deus para todos e não somente para os santos, já que "Jesus supera as barreiras de sexo, de religião, de etnia e de classe. Ele não se fecha dentro da sua própria cultura, mas sabe reconhecer as coisas boas que existem em todas as pessoas" (cf. Estudos da CNBB 104, número 26).

    Jesus mesmo foi um peregrino. Ele "começou a andar por todos os povoados da Galiléia anunciando o Reino ao povo de Deus" (cf. Mc 1,14-15). Isso é o que nós devemos fazer hoje, sem medo de ir ao encontro das periferias urbanas e daqueles que estão afastados de nossas estruturas paroquiais. Acolher e ir. Acolher os que estão retornando e ir ao encontro daqueles que querem ser aquecidos, mas não conseguem saber onde.

    Jesus veio para os pobres, os doentes, os pecadores. Isso causou resistência naquele tempo, e nos dias de hoje parece que estamos na contramão da sociedade. Mas não estamos! Os pobres, os doentes, os pecadores, as crianças e os idosos são prioridades de nossa ação pastoral, porque "Na Páscoa de Jesus, a morte foi vencida. O Cristo ressuscitou como o primeiro dentre os mortos. Todo aquele que nele crer não morrerá, mas terá a vida eterna" (cf. Jo 3.36). "Os cristãos serão missionários da vida plena e da salvação que Cristo realizou na cruz. Ela suscita a fé em Cristo para que todos tenham vida em seu nome" (cf. Jo 20,30).

    "Os apóstolos criaram comunidades nas quais a essência de cada cristão se define como filiação divina. Esta se dá no Espírito Santo pela relação entre fé e batismo. É o Espírito quem realiza nos corações a condição para que alguém se torne seguidor de Jesus Cristo, filho de Deus, e membro da comunidade cristã" (cf. Estudos da CNBB 104, n. 34).

    Ouvindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo a comunhão fraterna, partindo o Pão pela celebração e participação da Santa Eucaristia e no afeto da oração a nossa comunidade se transformará em "comunidade de comunidades".

    Como os apóstolos viveram, no seu tempo, muitas tensões, conflitos e perseguições, esta realidade se torna atual. Por isso, os missionários são chamados a evangelizar em grupos para superar as dificuldades da pós-modernidade. Os católicos devem ser identificados por viverem em comunhão e partilha.

    A Igreja fundamenta sua vida comunitária na perspectiva trinitária. Muito bem nos ensina o Papa Francisco no seu discurso aos Bispos do CELAM: "Aparecida propôs como necessária a Conversão Pastoral. Essa conversão implica acreditar na Boa Nova, acreditarem Jesus Cristoportador do Reino de Deus, em sua irrupção no mundo, em sua presença vitoriosa sobre o mal; acreditar na assistência e guia do Espírito Santo; acreditar na Igreja, Corpo de Cristo e prolongamento do dinamismo da Encarnação"

    Vamos renovar nossas comunidades, tornando-as comunidade de comunidades, indo ao encontro dos mais afastados e levando a alegria que ninguém pode nos tirar: Jesus Cristo Vivo e presente no meio de nós!

    † Orani João Tempesta, O. Cist. 

    Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


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    Audiência de quarta-feira
    A Igreja é católica porque é a casa de todos 
    Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira


    CIDADE DO VATICANO, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Vê-se que hoje, com esta bruta jornada, vocês são corajosos: parabéns!

    "Creio na Igreja una, santa, católica…" Hoje nos concentramos em refletir sobre este aspecto da Igreja: digamos católica, é o Ano da catolicidade. Antes de tudo: o que significa católico? Deriva do grego "kath'olòn" que quer dizer "segundo o tudo", a totalidade. Em que sentido esta totalidade se aplica à Igreja? Em que sentido nós dizemos que a Igreja é católica? Em diria que em três significados fundamentais.

    1. O primeiro. A Igreja é católica porque é o espaço, a casa na qual vem anunciada toda a fé, por inteiro, na qual a salvação que nos trouxe Jesus é oferecida a todos. A Igreja nos faz encontrar a misericórdia de Deus que nos transforma porque nessa está presente Jesus Cristo, que lhe doa a verdadeira confissão de fé, a plenitude da vida sacramental, a autenticidade do ministério ordenado. Na Igreja, cada um de nós encontra o que é necessário para crer, para viver como cristãos, para tornar-se santo, para caminhar em todo lugar e em todo tempo.

    Para dar um exemplo, podemos dizer que é como na vida em família; na família, a cada um de nós é dado tudo aquilo que nos permite crescer, amadurecer, viver. Não se pode crescer sozinho, não se pode caminhar sozinho, isolando-se, mas se caminha e se cresce em uma comunidade, em uma família. E assim é na Igreja! Na Igreja nós podemos escutar a Palavra de Deus, seguros de que é a mensagem que o Senhor nos doou; na Igreja podemos encontrar o Senhor nos Sacramentos que são as janelas abertas através das quais nos é dada a luz de Deus, dos córregos nos quais traçamos a própria vida de Deus; na Igreja aprendemos a viver a comunhão, o amor que vem de Deus. Cada um de nós pode perguntar-se hoje: como eu vivo na Igreja? Quando eu vou à Igreja, é como se eu fosse ao estádio, a uma partida de futebol? É como se eu fosse ao cinema? Não, é outra coisa. Como eu vou à Igreja? Como acolho os dons que a Igreja me oferece para crescer, para amadurecer como cristão? Participo da vida de comunidade ou vou à Igreja e me fecho nos meus problemas isolando-me do outro? Neste primeiro sentido, a Igreja é católica porque é a casa de todos. Todos são filhos da Igreja e todos estão nesta casa.

    2. Um segundo significado: a Igreja é católica porque é universal, está espalhada em toda parte do mundo e anuncia o Evangelho a todo homem e a toda mulher. A Igreja não é um grupo de elite, não diz respeito somente a alguns. A Igreja não tem trancas, é enviada à totalidade das pessoas, à totalidade do gênero humano. E a única Igreja está presente também nas menores partes desta. Todo mundo pode dizer: na minha paróquia está presente a Igreja católica, porque também essa é parte da Igreja universal, também essa tem a plenitude dos dons de Cristo, a fé, os Sacramentos, o ministério; está em comunhão com o Bispo, com o Papa e está aberta a todos, sem distinções. A Igreja não está só na sombra do nosso campanário, mas abraça uma imensidão de pessoas, de povos que professam a mesma fé, alimentam-se da mesma Eucaristia, são servidas pelos mesmos Pastores. Sentir-nos em comunhão com todas as Igrejas, com todas as comunidades católicas pequenas ou grandes do mundo! É bonito isto! E depois sentirmos que estamos todos em missão, pequenas ou grandes comunidades, todos devemos abrir as nossas portas e sair pelo Evangelho. Perguntemo-nos então: o que faço eu para comunicar aos outros a alegria de encontrar o Senhor, a alegria de pertencer à Igreja? Anunciar e testemunhar a fé não são tarefas de poucos, diz respeito também a mim, a você, a cada um de nós!

    3. Um terceiro e último pensamento: a Igreja é católica porque é a "Casa da harmonia" onde unidade e diversidade combinam-se para ser uma riqueza. Pensemos na imagem da sinfonia, que quer dizer acordo, harmonia, diversos instrumentos tocando juntos; cada um mantém o seu timbre inconfundível e as suas características de som têm algo em comum. Depois tem o guia, o diretor, e na sinfonia que vem apresentada todos tocam juntos em "harmonia", mas não é cancelado o timbre de algum instrumento: a peculiaridade de cada um, antes, é valorizada ao máximo!

    É uma bela imagem que nos diz que a Igreja é como uma grande orquestra na qual há variedade. Não somos todos iguais e não devemos ser todos iguais. Todos somos diversos, diferentes, cada um com as próprias qualidades. E este é o bonito da Igreja: cada um leva o seu, aquilo que Deus lhe deu, para enriquecer os outros. E entre os componentes há esta diversidade, mas é uma diversidade que não entra em conflito, não se contrapõe; é uma variedade que se deixa unir em harmonia pelo Espírito Santo; é Ele o verdadeiro "Mestre", Ele mesmo está em harmonia. E aqui perguntamo-nos: nas nossas comunidades vivemos a harmonia ou brigamos entre nós? Na minha comunidade paroquial, no meu movimento, onde eu faço parte da Igreja, há fofocas? Se há fofocas, não há harmonia, mas luta. E isto não é Igreja. A Igreja é harmonia de todos: nunca fofocar um contra o outro, nunca brigar! Aceitamos o outro, aceitamos que haja uma certa variedade, que isto seja diferente, que este pensa de um modo ou de outro – mas na mesma fé se pode pensar diferente – ou tendemos a uniformizar tudo? Mas a uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar esta uniformidade sobre todos matamos os dons o Espírito Santo. Rezemos ao Espírito Santo, que é propriamente o autor desta unidade na variedade, desta harmonia, para que nos torne sempre mais "católicos", isso é, nessa Igreja que é católica e universal! Obrigado.

    Tradução: Jéssica Marçal / CN noticias 


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    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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