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    segunda-feira, 5 de maio de 2014

    Confraria de São João Batista




    Confraria de São João Batista


    • Flores da Eucaristia - S. Pedro Julião Eymard. 
    • A Caridade Fraterna. 
    • A Caridade Fraterna. 
    • Maio: o mês de Maria. 


    Flores da Eucaristia - S. Pedro Julião Eymard.


    Posted: 05 May 2014 04:19 AM PDT


    Na Encarnação, Nosso Senhor desposou a natureza humana tomando uma natureza semelhante à nossa, embora pura e sem pecado, e da qual se serviu para remir o mundo. A natureza humana celebrou no seio de Maria suas primeiras núpcias com o Verbo. E Jesus, porque amava a humanidade que desposara, se entregou por ela, e quis ser chamado o Filho do homem – "Filius Hominis" (Dn 7,13; Mt 26,64).




    Mas Jesus Cristo, querendo desposar também cada uma de nossas almas, instituiu a Eucaristia, em que se celebram diariamente as núpcias de Nosso Senhor com a alma cristã, da qual exige apenas a boa vontade. Reveste-a pessoalmente, na Penitência, do traje nupcial.




    E a alma se perde em Jesus Cristo, como a gota d'água, caindo no oceano, se torna parte dele.

    "Divinae consortes nature" (cf. 1Cor 12,13.27; Ef 2,19; St 17,28; 2Pd 1,4). É um contrato feito livremente entre a alma e Jesus, que se unem para formar uma só pessoa moral, contrato que Jesus jamais há de romper. De nossa parte não lhe sejamos infiéis, mas tornemo-lo forte pelo amor, pela fidelidade da consciência, e pela vontade inabalável de antepor a tudo o mais as obrigações que decorrem dele.




    Ao se consumirem as espécies, depois da Comunhão, desaparece a presença corporal de Nosso Senhor, mas, se o pecado não O afastar, nosso corpo continuará participando da virtude do Corpo de Jesus. Recebe dEle a força, a graça, a integridade e os costumes, anima-se com a seiva de Nosso Senhor, espiritualiza-se.




    O nosso corpo, se bem que receba a honra em primeiro lugar, é apenas uma antecâmara por onde passa Nosso Senhor, que se dirige diretamente à alma e lhe diz: "Quero desposar-te para sempre". (Os 2,21).




    A alma O recebe e participa de sua vida divina; perde-se, por assim dizer, em Nosso Senhor. Desde então, somente procura o que Lhe agrada e Lhe dá prazer, penetrada que está da intuição delicada com que Jesus discerne as coisas que se referem à glória do Pai, intuição que tudo aprecia sob o prisma divino.




    A alma que não possui este sentimento de delicadeza procura-se a si mesma em tudo, e, ao comungar, pensará tão-somente nas doçuras que poderá fruir. A delicadeza é a flor do amor.




    Jesus Cristo comunica à alma delicada a graça do esquecimento de si mesma, a completa despreocupação com o próprio eu.

    A alma que comunga deve chegar a amar Nosso Senhor por Ele mesmo, dedicar-se sem dizer: "Que receberei em troca"? Não ama verdadeiramente quem pede recompensa por tudo quanto faz.




    Viver de Jesus em proveito próprio é bom, mas viver dEle para Ele é melhor. Nosso Senhor quer que a alma se esqueça de si mesma, e pede àquelas que na verdade O amam que se percam de vista, e se abandonem generosamente a Ele, confiando-Lhe sem hesitação todos os interesses, tanto da alma como do corpo, no tempo e na eternidade.




    Coragem! Daí tudo a Nosso Senhor, almas que viveis da Comunhão! Vossas obras, vossos méritos, vosso coração com todos os seus afetos, mesmo os mais justos e legítimos. Nosso Senhor nos pede tudo para nos dar ainda mais, semelhante a mãe que, para experimentar a afeição do filhinho, lhe pede os seus brinquedos, e, contente que é amada acima de tudo, lhos devolve com outros ainda mais belos.




    A Comunhão é o traço de união que Nosso Senhor estabelece entre o Pai Celeste e nós.




    Ao deixar a Terra onde viveu unicamente para a glória do Pai, Jesus não quis que Ele ficasse privado da homenagem de suas ações humano-divinas. Multiplica-se, então, estendendo a sua vida às almas que O recebem, e apresentando-as ao Pai Lhe diz: "Vim gozar de minha glória à vossa direita, porém me encarno de novo em todos esses cristãos a fim de vos honrar por ele e neles. Que fazer, deles e de Mim, um só religioso de vossa glória".




    Oh! Como Nosso Senhor sabe aliar admiravelmente a Glória de seu Pai à nossa felicidade. Quem será capaz de compreender esta maravilha do amor do filho para com o Pai Celeste e para conosco? Que divina habilidade emprega Ele para nos tornar participantes da glória e nos fazer merecer uma recompensa mais abundante!




    Que a comunhão seja, portanto, o centro e nossa vida e de nossas ações. Procuremos viver para comungar, e comungar para viver santamente e glorificar a Deus em nós, que um dia nos há de glorificar a Deus em nós, que um dia nos há de glorificar magnificamente em sua eterna bem-aventurança.






    A Caridade Fraterna.


    Posted: 05 May 2014 04:07 AM PDT


    A CARIDADE FRATERNA – Parte III

    Pe. Garrigou-Lagrange, O.P.,

    La Providence et la Confiance en Dieu




    A Prática da Caridade Fraterna e os Cuidados da Providência




    Santa Catarina de Sena adverte continuamente no Diálogo que a Providência nos deu a cada um, qualidades muito diferentes para que nos ajudemos mutuamente e tenhamos ocasião de praticar a caridade fraterna.




    Não faltam, por outra parte, ocasiões de faltar a ela, mesmo em ambientes muito cristãos, nos quais, junto a virtudes admiráveis se manifestam verdadeiras enfermidades morais. E mesmo suprimindo todos os defeitos, não faltam motivos de choque e de atritos pela variedade de temperamentos, de caracteres e de aptidões intelectuais que orientam um para a ciência especulativa, outro para a técnica, este para a síntese, aquele à análise. Outras vezes se originam as dissenções porque há quem se compraz em dividir para estorvar a obra de Deus, para impedir, sobretudo, as obras mais elevadas, mais divinas e mais belas. Somente no céu desaparecerá todo motivo de conflito, porque lá, todos os bem-aventurados, à luz divina, veem no Verbo quanto devem desejar e querer.

    No meio de todo este cúmulo de dificuldades, como se há de praticar a caridade fraterna? De duas maneiras: primeiro pela benevolência, considerando o próximo à luz da fé, para descobrir nele a vida da graça ou ao menos as aspirações à esta vida; depois pela beneficência, servindo ao próximo, suportando os defeitos dos demais, pagando o mal com o bem, evitando a inveja e pedindo continuamente a Deus a união dos espíritos e dos corações.




    Primeiro a benevolência. Temos que ter olhos puros e atentos para ver no próximo, as vezes sob aparência rude e sombria, a vida divina ou as aspirações latentes dela, fruto das graças atuais que todos os homens, um dia ou outro recebem. Para ver assim a alma do próximo, deve haver uma desapegar-se de si mesmo.




    O que muitas vezes nos impacienta e irrita no próximo não são as faltas graves aos olhos de Deus, mas os defeitos de temperamento ou as inclinações do caráter, compatíveis com a virtude real. Suportamos com maior facilidade a pecadores muito afastados de Deus, porém de condição amável, que a certas almas que, mesmo sendo virtuosas, põem as vezes a prova a nossa paciência. Devemos, pois, considerar à luz da fé aqueles com quem convivemos, para descobrir neles o que agrada a Deus e amá-los com Ele os ama.




    Agora, é muito oposto à benevolência o juízo temerário, que não é uma simples impressão a respeito do próximo, mas que consiste em afirmar o mal por leves indícios. Veem-se dois, mas se diz que são quatro, geralmente por orgulho. Quando o juízo é plenamente deliberado e consentido em matéria grave, é falta contra a caridade e a justiça. Contra a justiça porque o próximo tem direito a sua boa fama, que, depois do direito de cumprir com o dever é um dos mais sagrados, muito mais que o direito de propriedade. Pessoas que jamais roubariam vinte francos, roubam ao próximo a reputação com juízos temerários sem fundamento algum. A maioria das vezes o juízo temerário é falso; como é possível julgar com verdade as intenções íntimas de uma pessoa cuja dúvida, erros, dificuldades, tentações, bons desejos e arrependimentos ignoramos? E mesmo o juízo temerário seja verdadeiro, sempre é falta contra a justiça, porque ao emiti-lo, se arroga a jurisdição que não o corresponde: só Deus pode julgar as intenções dos corações, enquanto não são suficientemente manifestas.




    É também falta contra a caridade, por vir de espírito malévolo, que só a cor de benevolência deixa escapar alguns elogios superficiais, que terminam sempre com um mais característico. Em lugar de considerar o próximo como irmão, se vê nele um adversário ou rival à quem é preciso combater.

    Por São Mateus nos diz Nosso Senhor: "Não julgueis para não serdes julgados. Porque com o mesmo juízo que julgardes sereis julgado, e com a mesma medida que medirdes sereis medidos. Mas tu, como te pões a olhar a palha que está no olho de teu irmão e não repara a trave que está em teu olho?" (Mt., 7,1).




    Porém, se o mal é evidente, nos manda Deus, por ventura, que nos enganemos? Não, mas proíbe-nos murmurar com orgulho; as vezes nos impõem, em nome da caridade, a correção fraterna realizada com benevolência, humildade, doçura e discrição; e se é impossível ou inútil a correção fraterna particular, se deve pedir, as vezes humildemente, ao superior encarregado de velar pelo bem comum. Finalmente, como diz Santa Catarina de Sena, quando o mal é evidente, o mais perfeito seria não murmurar, mas compadecer-nos e carregar nós mesmo com o mal diante de Deus, ao menos em parte, a exemplo de Nosso Senhor que carregou todas as nossas faltas e nos disse: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo., 13,34). Está é uma das maravilhas do plano da divina Providência. Para não cair, pois, nos juízos temerários, acostumemo-nos a olhar o próximo à luz da fé.




    Devemos também ama-lo com atos, eficaz e na prática com amor de caridade benévola e benéfica. De que maneira? Fazendo favores sempre que nos pedir e nos seja possível. Suportando seus defeitos, que é uma maneira de fazer favor e de conseguir pouco a pouco sua correção. Lembremos que a este propósito que não são as faltas graves o que mais nos impacienta no próximo, mas certos defeitos de temperamento, como nervosismo, que faz ser brusco ao fechar a porta, a estreiteza de juízo, a falta de oportunidade, a mania de presumir e outros defeitos semelhantes. Sejamos tolerantes uns com os outros, sem irritar-nos por um mal permitido por Deus para humilhar a uns e provar outros; não degenere nosso zelo em dureza e ao queixar-nos de alguém, não creiamos ter realizado um ideal. Não façamos a oração do fariseu.




    Saibamos dizer uma palavra boa no momento oportuno; este é o meio que a Providência põe em nossas mãos para ajudar-nos mutuamente. Um religioso cheio de dificuldades se reanima com uma simples palavra do superior que o deseja muitos consolos no desempenho do ministério e também tribulações que o sirvam de purgatório nesta terra.




    A fim de que nosso amor ao próximo seja efetivo, deve-se evitar a inveja, para o qual, como o adverte Bossuet, devemos alegrar-nos santamente das qualidades que Deus dispensou aos demais e que não resplandecem em nós. O mesmo cabe dizer da distribuição do trabalho e dos ofícios eclesiásticos, que contribuem para o esplendor da Igreja e das Comunidades Religiosos. Como diz São Paulo, a mão, longe de invejar o olho, se aproveita da luz que deste recebe; assim também, longe de invejarmos uns aos outros, alegremo-nos das qualidades que vemos no próximo; são também nossas, por sermos todos membros de um mesmo corpo místico, no qual tudo deve concorrer à glória de Deus e à salvação eterna das almas.




    Não só temos que tolerar-nos e evitar a inveja como também é preciso pagar o mal com o bem por meio da oração, do bom exemplo e da ajuda mútua. Conta-se de Santa Teresa que um dos meios de conquistar sua amizade era ocasiona-la desgostos. A Santa praticava o conselho de Nosso Senhor: "Se alguém quer tirar-lhe a túnica, dá-lhe também o manto." É particularmente eficaz a oração pelo próximo no momento mesmo em que nos está fazendo sofrer de alguma forma, como foi a oração de Santo Estevão Protomártir por seus carrascos e a de São Pedro de Verona, mártir, por quem lhe deu a morte.

    Finalmente, para praticar devidamente a caridade fraterna devemos pedir continuamente a união dos espíritos e dos corações. Na Igreja nascente dos primeiros cristãos formavam "um só coração e uma só alma", e deles se dizia: "Vejam como se amam"; e o disse Nosso Senhor: "Nisso conhecerão que são meus discípulos." Toda família cristã e toda família religiosa deve ser, à luz da fé, uma cópia da íntima união dos cristãos da Igreja nascente. Desta maneira seguirá se cumprindo a oração de Jesus Cristo: "Não rogo somente por estes (os apóstolos) mas também por aqueles que creram em Mim por meio de sua pregação, para que todos sejam um; e como Tu, ó Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, assim sejam eles uma mesma coisa em Nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste. Eu os dei a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um." (Jo., 17,20).




    Assim se realiza de maneira forte e suave o plano providencial, assim se ajudam mutuamente os homens para caminhar para vida eterna. E aqui descobrimos uma prova da origem divina do Cristianismo; porque o mundo, que edifica sobre o egoísmo, sobre o amor próprio e os interesses que dividem, não pode produzir esta caridade; as associações mundanas não tardam a dissolver-se, porque nas palavras bonitas de solidariedade e fraternidade se ocultam muitas invejas e ódios profundos.




    Somente o Salvador pode libertar-nos, que para isso veio ao mundo. "Qui propter nos homines et propter nostram salutem descendit de coelis... et homo factus est."




    Fonte: http://auxiliodoscristaos.blogspot.com.br/2014/04/a-caridade-fraterna-parte-iii.html


    A Caridade Fraterna.


    Posted: 05 May 2014 04:05 AM PDT


    A CARIDADE FRATERNA – Parte II

    Pe. Garrigou-Lagrange, O.P.,

    La Providence et la Confiance en Dieu


    Qual é o objeto secundário da caridade?




    Nos diz o segundo mandamento da Lei: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo por amor a Deus." O objeto secundário da caridade somos, antes de tudo, nós mesmos, devemos nos amar santamente, desejando nossa salvação para glorificar eternamente a Deus; o é, em segundo lugar o próximo, a quem por amor a Deus temos que amar como a nós mesmos, desejando-lhe a salvação e os meios que conduzem a ela, afim de que juntamente conosco glorifique eternamente a Deus. Nosso Senhor nos apresenta o amor ao próximo como consequência necessária, irradiação e sinal certo do amor de Deus: "Nisto conhecerão que são meus discípulos, se tiveres amor uns aos outros" (Jo 13,35). E diz em outro lugar São João: "Se alguém diz: amo a Deus; porém aborrece seu irmão é um mentiroso" (I Jo 4,20).




    A caridade fraterna, como se vê, difere infinitamente da inclinação natural que nos move a fazer o bem ao próximo para o agradar, ou nos leva a amar os benfeitores, a aborrecer aos que nos fazem mal e a ser indiferente com os demais. O amor natural nos faz nos faz amar o próximo por suas boas qualidades naturais e pelos benefícios que dele recebemos. Porém o motivo da caridade é muito distinto; a prova disto é que devemos "amar mesmo nossos inimigos, fazer o bem aos que nos aborrecem e orar pelos que nos perseguem" (Lc. 6, 27-35).




    A caridade é também superior à Justiça, não somente a comutativa e a distributiva, mas também à justiça legal e à equidade, que nos mandam respeitar os direitos do próximo por amor ao bem comum da sociedade.




    A caridade nos faz amar a nosso próximo e mesmo nossos inimigos, por amor a Deus com o mesmo amor sobrenatural e teologal com que amamos a Deus.




    Porém, como é possível amar com amor divino aos homens, que em geral, são imperfeitos e mesmo malvados?




    A Teologia responde com um exemplo muito simples que comenta Santo Tomás desta maneira: "O que muito ama seu amigo, ama com o mesmo amor aos filhos deste amigo; os ama porque ama a seu pai, e em consideração a seu pai lhes deseja todo bem; se necessário fosse, iria em socorro deles por amor a seu pai e mesmo perdoaria suas ofensas. Se os homens, pois, são filhos de Deus, ou ao menos são chamados a sê-lo, devemos amar a todos, mesmo nossos inimigos, e ama-los na medida com que amamos nosso Pai comum" (1).




    Para amar desta maneira a sobrenatural a nosso próximo, preciso é contemplá-lo com os olhos da fé, dizendo: esta pessoa de temperamento e de carácter opostos aos meus, "não nasceu somente da vontade da carne e do sangue ou da vontade do homem"; como eu, "nasceu de Deus" ou foi chamada a nascer de Deus, a participar da mesma vida divina, da mesma bem-aventurança. Com estes olhos devem olhar-se todos os membros de uma mesma família; e não somente estes, mas também os da mesma associação e da mesma pátria, e muito mais aos da Igreja inteira, que sem desconhecer a natural e necessária variedade de pátrias, as compreende todas para dar entrada a todos seus membros no Reino de Deus.




    E assim, podemos e devemos dizer das almas com quem vivemos e mesmo daquelas que naturalmente nos são antipáticas: Esta alma, mesmo quando não estiver em graça de Deus é certamente chamada a estar ou a tornar-se filha de Deus, templo do Espírito Santo, membro do corpo místico de Cristo; quem sabe este esteja mais próximo que eu do Coração de Nosso Senhor e seja uma pedra viva trabalhada mais que muitas outras pela mão de Deus, para ocupar um lugar na Jerusalém Celeste.




    Como, pois, não ama-la, se amo a Deus de verdade? E, se não amo esta pessoa, se não desejo seu bem e sua salvação, meu amor a Deus é uma mentira. Se, pelo contrário, a amo, não obstante a diferença de temperamento, de caráter e de educação, é sinal que amo a Deus. Posso realmente amar esta pessoa com o mesmo amor essencialmente sobrenatural e teologal com que amo as Três Pessoas divinas; porque nela amo a participação da vida íntima de Deus que já recebeu ou está destinada a receber, amo a realização da ideia divina que dirige seu destino e a glória que é chamada a dar a Deus.




    Objetam os incrédulos: porém, é isso realmente amar o homem? Não é melhor amar no homem somente a Deus e a Cristo, como se admira um diamante em seu precioso cofre?




    O homem queria que o amassem por si mesmo; mas não é esse título para exigir o amor divino. Para reagir contra tão egoísta tendência dizia Pascal com frase intencionalmente paradoxal: "Não quero que me amem."




    Realmente a caridade não ama somente a Deus no homem, senão o homem em Deus e o homem por Deus. Porque a caridade o que deve ser o homem, parte imperecedoura do Corpo Místico de Cristo, e faz tudo que está a seu poder para que consiga alcançar o céu. A caridade ama mesmo o que o homem é por graça e, se não tem a graça, ama nele a natureza, não decaída, lastimada e hostil à graça, mas porque é capaz de recebe-la. A caridade ama o homem mesmo, porém por Deus, para a glória que é chamado a tributar-lhe, que consiste na manifestação esplêndida da Bondade divina. Tal é a essência do amor ao próximo ou da caridade fraterna: extensão de nosso amor de Deus a todos que são por Ele amados.




    ***

    Daqui nascem as propriedades da caridade fraterna. Segundo ficou dito, deve ser universal, sem fronteiras. Não pode excluir ninguém, nem na terra, nem no purgatório, nem no céu. Somente se detém ante o inferno. Só se exclui os condenados que não são capazes de chegar a serem filhos de Deus e não há neles a menos chance de ressurgir; o orgulho e o ódio os impedem de sequer pensar em pedir perdão. Porém, fora do caso certo da condenação de uma alma, quem pode estar certo disso? A caridade se estende a todos, sem outros limites que do amor do Coração mesmo de Deus.




    Resplandece aqui uma grandeza incomparável, que tanto mais ressalta, quanto mais divididas, humanamente falando, estão as almas, como aconteceu na guerra passada, quando um soldado alemão terminava a Ave Maria que a morte tinha deixado incompleta nos lábios de um soldado francês. Nosso Senhor e a Virgem Santíssima uniam aqueles dois irmãos, embora suas respectivas nações continuavam profundamente divididas. Este é o grande triunfo da caridade.




    Para ser universal, não necessita a caridade ser igual para com todos; porque a caridade respeita e eleva a ordem ditada pela natureza. Devemos amar primeiro e sobretudo a Deus, mais que a nós mesmos, pelo menos com amor de estima (appretiative); e, se bem que, nem sempre sentimos esse fervor sensível do coração para com Ele, ao menos a intensidade deste amor deve ir constantemente em aumento. Logo, temos que amar nossa alma para glorificar eternamente a Deus, depois ao próximo e, finalmente, nosso corpo, dispostos sempre a sacrifica-lo pela salvação de uma alma, sobretudo quando é obrigação nossa fazê-lo. No que toca ao próximo, temos que amar primeiro os melhores, os que estão mais próximos de Deus, e também aqueles que estão mais próximos de nós pelo sangue, a afinidade, a vocação ou a amizade. Quando mais próxima de Deus está uma alma, mais merece nosso carinho. Quando mais próxima de nós está, mais íntimo é nosso amor por ela e mais completa deve ser nossa abnegação no que se refere à família, a pátria, a vocação e a amizade (2). Donde que a caridade não destrói o patriotismo, mas o eleva, como aconteceu com Santa Joana Darc e São Luís.




    Tal é a ordem da caridade: Deus quer reinar em nosso coração, mas sem excluir carinho algum que seja compatível ao Seu; antes o eleva, o vivifica e o faz mais nobre e mais generoso. Mesmo aos inimigos da Igreja devemos amar, rogando por eles; porém seria transtornar a ordem da caridade, com o pretexto de misericórdia, amar mais aos inimigos da Igreja que alguns de seus filhos que trabalham ao nosso lado.




    Finalmente, a caridade fraterna, como o amor de Deus, não deve ser só afetiva, mas também efetiva e ativa, não somente benévola, mas também benfeitora. No lo disse Nosso Senhor: "Amai vos como eu vos tenho amado"; Ele nos amou até a morte de Cruz; os santos o imitaram fazendo de sua vida um ato contínuo de caridade transbordante, fonte de paz e santa alegria.




    Tal é a caridade fraterna, extensão ou prolongação de nosso amor a Deus.




    Continua...




    Notas:

    (1) – Santo Tomás, IIa – IIae, as duas grandes questões 25 e 26 sobre a extensão e a ordem da caridade. As resumimos nas páginas seguintes do texto.




    (2) – Santo Tomás, IIa – IIae, q. 26, a.8.



    Maio: o mês de Maria.


    Posted: 05 May 2014 04:03 AM PDT


    (Meditações Santo Afonso Maria de Ligório, Tomo II)




    "Mensis iste vobis principium mensium: primus erit in mensibus anni – Este mez será para vós o princípio dos mezes: será o primeiro dos mezes do anno" (Ex. 12, 2).




    Summario. Seja qual for o estado da tua alma, sempre tens motivos especiaes para celebrar bem o mez de Maria. Se és innocente, deves faze-lo para que a divina Mãe te conserve sempre tal; se és peccador, para que te ajude a levantar-te; se és penitente, para que te obtenha a santa perseverança. Para praticares bem este santo exercício, imagina-te que terás de morrer no princípio de junho, e emprega todo o mez de maio em te preparar a morte, especialmente pelo cumprimento exacto dos deveres to teu estado.







    I. Mui grande é a necessidade que tens da protecção de Maria para a tua salvação. Ésinnocente? Lembra-te que trazes o thesouro da innocencia em vasos frágeis de barro, e que estás em perigo continuo de o perder: Habemus thesaurum istum in vasis fictilibus (2Cor. 4, 7). Quantos, mais innocentes do que tu , cahiram depressa em peccado e se perderam! Quantos ficaram amigos de Deus durante muitos mezes, e até annos, e em seguida perderam a graça de Deus e naufragaram exactamente quando estavam para entrar no porto! – Isto tem acontecido não só a pessoas engolfadas em negócios temporaes, nos prazeres do mundo; outras retiradas na solidão, exhaustas pelos jejuns, extenuadas pelos trabalhos, levavam vida austera e penitente, e todavia cahiram victimas infelizes do peccado, talvez por um olhar, por um pensamento! Ve, pois, que também a tua innocencia não te pode dar segurança.




    És peccador? Sabe então que sem um auxílio poderoso te é impossível levantar-te do abysmo em que cahiste. O peccado tirou-te as forças: a natureza corrompida, os hábitos inveterados, as ocasiões perigosas prendem-te fortemente á terra. E quem te defenderá contra a ira de Deus, que já está talvez com a espada levantada? Quem te livrará de tantos perigos? Quem te salvará no meio de tantos inimigos?




    Se porventura já te levantaste do peccado, não precisas menos de amparo. Quem te assegura que não tornarás a cahir? Quem te assegura que serás fiel até á morte? Já mais de uma vez voltaste a Deus e mais de uma vez tornaste a peccar. Ah! Se não fosse Maria, estarias talvez irreparavelmente perdido!




    Pois, bem: com a devoção deste mez de Maria, podes obter o seu patrocínio e a tua salvação. Será possível que uma Mãe tão terna deixe de attender a um seu filho devoto? Se por causa de um Rosário, de um jejum Ella tem concedido favores assignalados aos mais grandes peccadores, de certo não t'os negará, se a servires durante um mez inteiro. – Mas ai de ti, se perderes a presente graça! Ai de ti se, começando bem, depois de poucos dias refrouxares! Quem sabe se não é este o último convite que Deus te faz? A última occasião para te converteres? Quem sabe se a este exercício não está ligada a tua perseverança final?... E, além disto, quem sabe se não é este o último anno, o ultimo mez da tua vida? Pensa nisto seriamente e resolve-te.




    II. Seja o fructo desta meditação a mais fervorosa celebração deste mez de Maria, preparando-te para a morte como se realmente te fora revelado que o presente mez é o último da tua vida e que terás de morrer nos primeiros dias de junho. Em vez de augmentar o número dos teus exercícios de devoção, procura antes fazer acções do costume com mais perfeição, e cumprir com todo o rigor os deveres do teu estado.




    Para esse fim, levanta-te logo, quando for hora de levantar, para não começar o dia com um acto de preguiça, e consagra-te inteiramente á divina Mãe. Faze a tua meditação com mais fervor, ouve cada manhã uma Santa Missa, e durante o dia, conforme o permittirem as tuas occupações, lê algum tempo sobre as Glórias de Maria, ou em outro livro espiritual; faze uma visita a Jesus sacramentado e conserva-te continuamente na presença de Deus pelo uso frequente das orações jaculatórias. Examina sobretudo a tua consciência, e, se achares alguma cousa que te possa incommodar na hora da morte, ajusta-a quanto antes por meio de uma boa confissão; e durante todo este mez guarda-te de commetter peccados veniaes plenamente deliberados. Depois, não deixes de praticar com exactidão algum obsequio especial que te proponhas fazer em honra de Maria Santíssima e invoca-a sempre em tuas necessidades, particularmente com o bello título de Mãe do Perpétuo Soccorro.




    Santíssima Mãe de Deus e Mãe da misericórdia, eis-me aqui na vossa presença e na de vosso divino Filho, para vos tributar as minhas homenagens, vos louvar com a minha língua e vos venerar com o meu coração. Illuminae Senhora, o meu espírito, inflammae a minha vontade, afim de que vos possa offerecer dignamente o tributo da minha servidão, para maior glória de Deus, para honra vossa e proveito da minha alma.



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    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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