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    quinta-feira, 17 de maio de 2012

    Resposta Protestante I: A Igreja Católica e a Bíblia.


    "Como é agradável e doce ver irmãos fervorosos e devotos, com santos costumes e bem disciplinados" (Imitação de Cristo)

    Uma Luz na noite...

    Resposta Protestante I: A Igreja Católica e a Bíblia.

    "Assista os pograma crente que insina a lê a briba"

    Bem, então continuemos aquilo a que me referi na outra postagem. Nesta de agora, respondo algumas perguntas básicas que os protestantes costumam fazer aos católicos; talvez a explanação aqui desenvolvida sirva a outros que, quem sabe, mantenha as mesmas dúvidas.

    As questões foram:

    1- Por que os padres não incentivam que os fiéis levem a Bíblia para a Igreja?
    2- Por que a Igreja costuma batizar crianças e só com um pouco de água se Jesus foi batizado adulto e mergulhado até as pontas dos cabelos?
    3- Por que a Igreja tem imagens se a bíblia as condena?
    4- Por que na Páscoa não se pode comer carne se na Bíblia diz que as pessoas comeram carne?

    ***

    É engraçado como os protestantes realmente acreditam que coisas desse tipo sejam de fato capazes de "desmascarar" o catolicismo, como se a Igreja Romana fosse claramente idólatra, anti-bíblica e totalmente arbitrária. Será que um negócio mal feito como esse perseveraria durante 2.000 anos? Será mesmo? Mas, passemos logo às respostas. Depois será a minha vez de atacar as seitas.

    1- Por que os padres não incentivam que os fiéis levem a Bíblia para a Igreja?

    Primeiramente, notemos qual é o pressuposto dessa pergunta. Ela claramente opõe a Bíblia à Igreja, e meio que deixa subentendida a suposição de que a Escritura seria como que uma ameaça à Igreja. Logo, conviria que a Igreja desestimulasse a sua leitura. Consequência? Os católicos não conheceriam a Bíblia e, justamente por isso, permaneceriam católicos e idólatras. Qual é a solução desse problema? Ler a Bíblia! Se a lerem, os católicos perceberão que aquilo que eles crêem é equivocado e condenado por Deus. Uma vez que se dêem conta disso, terminarão por virarem protestantes!!! Essa é a argumentação deles. Não é linda? Que é que vocês dizem disso?


    Vamos lá. Primeiramente perguntemos: "de onde veio a Bíblia?" Me responderão: "de Deus". Perguntarei novamente: "Deus mesmo deixou cair um livro todo formado, dividido em capítulos e versículos, foi? Jura mesmo?" Me responderão: "deixe de graça! Ele inspirou os homens que escreveram os livros". Direi: "Beleza. Como saber exatamente quem foram os inspirados?" Me responderão: "Na Antiga Lei, havia um consenso e o povo judeu não tinha problemas quanto a isso. O próprio Jesus nunca se pronunciou contra a Escritura". Respondo: "Certo. E quanto aos livros do Novo Testamento? Como saber quais eram os inspirados e quais não eram?" Me responderão: "Aí lascou tudo!"

    Deixa eu resolver esse enigma que os protestantes, com medinho, sequer tocam.

    Primeiramente, digamos logo que a Igreja passou os três primeiros séculos sem uma Bíblia formada!

    Pois é, pois é, pois é. Somente no Século IV, a gente vai ter uma Bíblia bonitinha pra ler. E quem foi que escolheu os livros e formou todo o cânon do Novo Testamento? Foi a Igreja Católica Apostólica Romana, nos Concílios de  Roma (382 d.C), Hipona (393 d.C.) e Cartago (397 d.C.). Além disso, foi a Igreja quem dividiu os livros em capítulos e versículos. Sabem o que isso tudo significa? Um monte de coisa. Enumeremos:

    1- Significa que, se a Bíblia foi compendiada pela Igreja Católica, é falso dizer que ela se sente ameaçada pela Bíblia. Muito pelo contrário. O que se costuma constatar é que, a despeito do alarde que os protestantes fazem da Escritura, a grande maioria deles é que não a conhece sequer modestamente! Pois a Escritura não se aprende por osmose. Não é suficiente tê-la debaixo do sovaco para se tornar um teólogo ou exegeta.

    2- Significa que, se os protestontos podem, hoje, ler a Bíblia, eles devem isso à Igreja Católica Apostólica Romana que foi quem disse quais eram os livros inspirados e permitiu que a Sagrada Escritura - Antigo e Novo Testamento - existisse como uma unidade.

    3- Significa que crer na Escritura implica em crer na Igreja Católica e na sua autoridade de ter escolhido os livros. Significa dizer que Ela - a Igreja - foi inspirada pelo Espírito Santo sendo, portanto, a legítima Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

    4- Significa que, crendo que a Igreja Católica foi inspirada, crê-se também que ela continua sendo inspirada até hoje, pois Jesus falou que a Sua Igreja permaneceria até o fim e que o inferno não prevaleceria contra ela. (Mt 16,18)

    5- Significa ainda que, se a Igreja sobreviveu e difundiu-se nos primeiros séculos sem a Bíblia, deve haver algo além da Escritura que caracteriza a vida cristã autêntica. E sabem o que é? A Tradição Apostólica. E esta, só a Igreja  Católica tem, havendo referências a ela na própria Escritura. E a única forma de ter essa Tradição Apostólica é tendo procedência direta dos Apóstolos. Mais uma vez, a única Igreja que descende dos Apóstolos é quem? A Igreja Católica Apostólica Romana! Sinceramente, é muita pretensão ver esse povo ocupando as padarias, mais de 1.500 anos depois, e dizendo que eles é que são a Igreja de Cristo. Ora! Tenham um pouco de bom senso!


    6- Se foi a Igreja Católica quem formou a Bíblia, ela é Mãe e não filha da Escritura.

    7- Se foi preciso uma autoridade para formar a Escritura, também é necessária a mesma autoridade para que a Escritura não seja má usada, pois se ela é um livro que pretende ser a Palavra de Deus, é de extrema importância que não venha a ser mal entendida. Ora, a Escritura não é um livro fácil. Depois, qualquer livro pode ser entendido de modo equivocado. Se Deus continua sendo o Deus zeloso e ciumento, e o mesmo que veio até nós para Se dar a conhecer, é necessário que o nosso conhecimento da Escritura seja correto, e não errado. Jesus, sabendo da facilidade humana de distorcer as coisas, instituiu uma autoridade capaz de ensinar a verdade e, a esta autoridade, Ele ordenou: "Ide e ensinai" (Mt 29,19). Esta autoridade era, logicamente, o grupo dos Apóstolos, os primeiros bispos da Santa Igreja que, por sua vez, ordenaram sucessores, herdeiros da mesma autoridade. É, pois, esta Igreja quem ensina o modo correto de ler as Escrituras. O próprio Pedro condena a interpretação pessoal e isolada da Bíblia, pois é necessário, para assegurar a unidade de doutrina, lê-la em harmonia com a Igreja.

    Penso que estes sete pontos servem para pulverizar a falsa suposição de que a Bíblia representaria qualquer ameaça à Igreja Católica. Muito pelo contrário, a Escritura testemunha continuamente a legitimidade da única Igreja de Cristo - pois há uma só Fé, um só Batismo e um só Senhor e, naturalmente, uma só Igreja -, bem como a fatuidade dessas seitas que pululam no mundo, alimentadas pela soberba humana dos que, como o velho Adão, ainda perseveram no projeto nefasto de quererem ser deuses. Sim, porque a Igreja foi fundada por um Deus, o Cristo. Qualquer outro que se pretenda, então, fundador de igrejas, estará pensando ser Deus e se porá, portanto, como adversário do Cristo.


    Vamos, então, à pergunta propriamente dita: por que os padres não incentivam os fiéis a levarem a Bíblia para a Igreja?

    Primeiramente, entendamos o seguinte: o que é que um fiel geralmente vai fazer na Igreja?

    1- Assistir o Santo Sacrifício da Missa;
    2- Receber algum sacramento;
    3- Participar de grupos de oração;
    4- Fazer estudos bíblicos;

    No ponto quatro - fazer estudos bíblicos - vemos que é óbvio que os católicos devem levar a bíblia. Como fazer um estudo bíblico sem bíblia? Então, neste caso, é sim necessário levar a Bíblia para a Igreja, ué! ¬¬'

    No ponto três - grupos de oração - é outro caso em que se recomenda fortemente levar a Bíblia para a Igreja, pois comumente há o momento da "pregação" ou "partilha" e que costuma ter como fundamento um texto da Escritura. Também aí, é muito recomendável, portanto, levá-la.

    No ponto dois - a recepção de algum sacramento -, não é estritamente necessário. Se for, por exemplo, confessar-se, o fiel poderá levá-la para meditar nalgum Salmo ou algum trecho específico dos Evangelhos ou de outro livro canônico. Mas é possível, também, levar outros livros espirituais, como o Imitação de Cristo ou similares. O que vocês precisam entender, meus caros, é que nós não temos essa "obsessão" em usar a Bíblia. É claro que, em se tratando de livros, a Bíblia é o mais importante deles. Mas isto não advoga em favor da sua exclusividade. Isto também não é bíblico, rs.. Os apóstolos fazem referências, diversas vezes, a livros alternativos.

    Quanto ao primeiro ponto, na Santa Missa nós temos o Sacrifício de Nosso Senhor. Embora toda ela seja uma unidade, podemos dividi-la em duas partes: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Na primeira parte, o que é que nós fazemos, "pelamordeDeus" ?! Escutamos leituras da Bíblia, Antigo Testamento, Salmos, Cartas Paulinas e o Evangelho e, depois disso, escutamos a explicação do que foi lido. Por que não é estritamente necessário levar a Bíblia? Porque a gente vai escutá-la, de todo modo. Além disso, é comum que os fiéis tenham em mãos folhetos com as leituras que serão lidas no dia. Posso garantir que elas não são adulteradas, como fizeram várias vezes no protestantismo, começando pelo próprio Lutero. 

    Além disso, o que mais importa na Liturgia da Palavra é ouvir, pois o próprio Paulo afirmava que a Fé vem pelo ouvir (Rm 10,17).

    Já na Liturgia Eucarística, nós estaremos unidos ao Cristo que se oferece em oblação ao Pai. Não é hora de ler. É hora de viver e adorar o Mistério. Por acaso, na Bíblia está escrito que o Apóstolo João estava lendo alguma coisa diante da Cruz? Pois bem! Isso é a Santa Missa!

    Agora, vêm os prostetontos dizer que os católicos não conhecem a escritura, rs.. Convém lembrar a esses senhores que vários santos da Igreja, como S. João da Cruz, Sta Teresinha de Lisieux e S. João de Ávila, a sabiam praticamente de cor, toda inteira. No entanto, os protestontos... Aiai...

    Já vi que vou ter de responder uma pergunta por artigo, pois o atual também já vai extenso. Mas aproveito o final desse pra fazer umas perguntas de volta:

    1- Onde, na Bíblia, diz que só a bíblia é suficiente? Essa pergunta, encarada com seriedade, levou à conversão do Scott Hahn ao catolicismo. Detalhe: ele é especialista na Sagrada Escritura.
    2- Se a Bíblia é a Palavra de Deus, vocês aceitam que a Igreja Católica é divinamente inspirada, já que foi ela que escolheu os livros do Novo Testamento?
    3- Paulo diz em II Tes 2,15 - "Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas oralmente ou por escrito." Naturalmente, ele diz que nem tudo o que era ensinado era escrito. Algumas coisas eram passadas oralmente e por tradições. Há referências a esta verdade em outros trechos, também. E aí? Convém desprezar isso tudo? Mas se Paulo manda conservar! É a Bíblia que diz pra conservar! E aí?
    4- Hoje existem milhões de seitas protestantes, todas se dizendo inspiradas na Bíblia. E aí? Não parece evidente que é preciso uma autoridade que organize o modo correto de entender? Vamos, lá! Tenham um pouco de bom senso! Admitam! A humildade é a primeira virtude cristã!

    Disto tudo se conclui que um protestante que usa a Bíblia pra atacar a Igreja Católica está fazendo precisamente isto:



    Bom, pra terminar quero fazer algumas recomendações de textos e vídeos aos amigos. É só clicar nos links abaixo.

    3- O Livro "Respostas Irrefutáveis às Objeções Protestantes, importante pra quem ainda vê sentido nesses negócios que eles falam.

    E, enfim, uma citação do Gustavo Corção sobre a besteirada do Livre Exame da Bíblia.


    "...o que nos choca na atitude protestante é o seu esquisito modo de estimar a Bíblia. Nenhum de nós que escreve gostaria de sofrer o tratamento a que o protestante submete o Espírito Santo. Nenhum de nós se alegra de ser livremente interpretado; e podemos até dizer que o nosso mais acabrunhante sentimento vem do elogio equivocado. André Gide disse uma vez a um admirador apressado que, por favor, não o compreendesse tão facilmente. Pois bem, o Deus ciumento de sua identidade, que martela em nossos ouvidos a sua terrível definição "Eu sou aquele que sou", e que nos recomenda insistentemente que guardemos a doutrina, é tratado como um acomodado personagem que nos dissesse com bonomia: Aqui está a minha revelação, estejam a gosto, e façam dela o que quiserem."

    Gustavo Corção, "A Visibilidade da Igreja", A Ordem, Maio de 1951

    Depois, publico as outras respostas. Qualquer protestante sincero já tem matéria suficiente para meditar aí. Se amarem a verdade, vão fazer alguma coisa além de espumar de raiva. Que a Virgem Santíssima os conduza pela mão ao retorno à Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Fábio.

    Ps.: Desculpem as minhas brincadeiras; eu não faço por mal.

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    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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